O Dragão e a Leoa: Parte 3

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À beira da varanda de seus aposentos o príncipe Daemon olhava para o vasto mar que se estendia de Pedra do Dragão. Segurando na mão uma carta, já aberta e lida por ele, refletia e pensava. Ouviu o rugido agudo e estridente de Caraxes próximo, então a porta do quarto de abriu.

— Daemon — a princesa Rhaenyra entrou e caminhou até o marido com as mãos sobre a barriga. —, disseram-me que você havia me chamado.

O príncipe continuou a olhar o mar, a esposa se aproximou por trás dele, enquanto o mesmo ergueu a carta na mão para que ela visse.

— Uma carta? De onde?

— Porto Real.

— É mesmo? Quem a enviou?

— Mysaria.

— Achei que não mantivesse mais contato com ela — afirmou Rhaenyra, incomodada.

— Ela me serve apenas como uma rede informações, hoje — respondeu Daemon, sem importância. — Leia.

Ele estendeu a carta à princesa, que a pegou e leu.

"Daemon,

       Mando está carta para te deixar à par das últimas novidades; o rei está cada vez mais fraco e impossibilitado. A Mão e a rainha estão assumindo cada vez mais responsabilidades governamentais. Mas isso não é novidade, não é mesmo?
A verdade é que estou te contatando porque creio que gostará de saber que seu filho, Aerys, e o filho da rainha Alicent, Aemond, estão ficando cada vez mais próximos. E quando eu digo próximos... bem, acho que você me entendeu. Não me interessa o que seu filho faz com sua vida pessoal mas, dado ao histórico conturbado de relações das suas família, eu achei que seria bom que soubesse.

       Esperando que tenha encontrado algum juízo,
                                      
                                O Verme Branco"

— Nosso filho está próximo do meu meio-irmão — disse a princesa Rhaenyra após ler carta. — Uma amizade entre tio e sobrinho, que mal tem nisso?

— Que mal? Confia em seus meio-irmãos? — o príncipe se virou finalmente e olhou a esposa. — Aemond e Aegon não são confiáveis. Não passam de duas marionetes facilmente influenciadas pela puta da Alicent!

— Daemon, ela é a rainh...

— Eu não me importo! — disse o príncipe, firme. — Devem estar querendo fazer a cabeça dele...

— Aerys é esperto e sabe se cuidar — a princesa tentou confortar o marido. — Os Verdes estarão sendo tolos se tentarem manipula-lo ou algo do tipo.  Ele nunca foi um menino de se deixar intimidar facilmente.

Ela se aproximou, ficando ao lado do príncipe, pegou em sua mão e sorriu.

— Nisso ele puxou a você — disse Daemon a esposa, sorrindo.

— Não, foi mais a você — Rhaenyra riu.

Daemon descansou a cabeça no ombro da esposa. Os dois ficaram alí, parados olhando para a costa da praia, pensando no filho.

...

— Ei, Casswell! — chamou Aemond a lady Jane quando a garota passava pelo corredor da Fortaleza Vermelha. A jovem não parou, Aemond tornou a chama-la.

Jane parou e girou os calcanhares, olhando o príncipe e fazendo uma cortês reverência.
— Príncipe Aemond, que... surpresa vê-lo.

— Onde está Aerys? — perguntou Aemond se aproximando da lady. — Não o encontro.

— Não sei — respondeu Jane tão desesperadamente que desejou que estivesse muda naquele momento.

— Vocês vivem juntos — rebateu o príncipe fitando-a, sombrio. — É óbvio que sabe.

The Prince of Ashes and The One-Eyed Onde histórias criam vida. Descubra agora