QUANDO UM CLÃ GOVERNA Youssef Halabi e Monge Salamargo

JOSÉ, DA SÍRIA PARA LÍBANO E EMIRADOS

Youssef, ou como se traduziria no português, José, nasceu em 11 de agosto do ano de 1997, na Síria, Damasco, região chamada Kafar Sousse, num tempo de paz, mas já de transição para o que Ocidente decidiu chamar de Primavera Árabe, marketing de lacração aos interesses potencialmente escusos no Ocidente e  seu braço criado pelos europeus no deserto de Negueve.

Naquela época  antes do tal movimento por mudanças,  o pai do atual presidente, Sr. Hafez al-Assad ainda estava no poder, quando Youssef tentava entender a vida e conviver com a realidade.

- Jogar xadrez, ler livros, aprender montar e desmontar computadores, e tudo isso sempre na companhia de seu pai, importante disseminador da Educação na Síria, o eminente empresário Mamoun Halabi.

- Nessa época ia a todos os eventos de divulgação onde o pai o levava.

O momento da morte do Sr. Mamoun Halabi se deu logo no início da guerra civil na Síria, em 2010-2011.

Youssef então foi para o treinamento obrigatório militar das forças Baath, afiliadas ao partido no poder liderado agora pelo filho do presidente Hafez, atual governante, Bashar al-Assad.

Ano de 2013, em Damasco, capital da Síria, já vivendo clima de guerra interna, mas com ingerência interesseira das potências bélicas do mundo, o garoto sírio passa aos treinamentos para o serviço militar obrigatório.

No mês de provas para ingressar na Universidade, fogo amigo fez com que uma bala o atingisse na boca do estômago, de uma distância à queima-roupa para fuzil, de apenas 1 metro e 50 centímetros.

- Somente não foi fatal devido ser salvo por um fuzil russo HK, do exército do partido Al Baath, que portava a tiracolo.

- Mas não foi meu fim aquele momento, porque a bala penetrou primeiro na arma Kalashnikov, não causando o ferimento mais profundo que seria minha causa morte.

Curadas as feridas internas e no emocional, com a assistência da família, Youssef, nosso José, na convalescença de suas várias dúvidas, entendeu a dimensão da luta de seu velho pai em favor da Educação do povo.

- A saída era indispensável para continuar com vida, mas a única porta possível era o Líbano, onde conseguiu o passaporte humanitário para Dubai.

- Hotel encontrado na cidade libanesa mais próxima à fronteira, era um ajuntamento de pessoas feridas, incluindo doentes, crianças, idosas e idosos, adultos e senhoras, todos amontoados à espera de uma janela de saída.

Já no início do terceiro ano do conflito interno, janeiro de 2016, segundo a Unicef cerca de 3,7 milhões de crianças - uma em cada três no país - não conheciam outra realidade além do conflito.

- Filho de quem desejava, durante a vida inteira, nada mais que a educação de crianças e jovens, era alvo preferencial para todos os inimigos do projeto de desenvolvimento do meu País.

- O sangue despertou o meu desejo de conhecer terras de paz, e São Paulo surgiu como opção mais assertiva.

- Mas, como sair da Síria ilhada por aliados de mesmo pensamento implantado e inimigos seculares ?

São Paulo estava a 10.943 km de Damasco, mas em linha reta. Ultrapassava vinte mil quilômetros, se obedecido o incrível emaranhado de dificuldades logísticas e de entraves burocráticos para se chegar ao Brasil.

- Enormes riscos nas travessias de fronteiras e águas internacionais, até o seu destino de trabalho, vida, amor e paz sem dor.

As fronteiras do ser humano são peles de revestimentos dos próprios corpos, pela qual sentem os sofrimentos da mãe-Terra, mas os Governos a transferem para o próprio planeta, criando divisões, isso para não empoderar os súditos sob seus pés, no medo de perder controle sobre o denso rebanho humano.

A morada dos homens tem sido atacada por feridas abertas em todos os seres sensíveis e em cada afronta à nave que a todos transporta durante as eras, além da destruição crescente de nosso habitat em todos os continentes.

Somos todos ligados ao mesmo manto quântico, mas reconhecer isso não gera castas, seitas, crenças, sociedades, exércitos ou Governos poderosos - como nos ensina a vida em curso nos dois hemisférios da Terra !

A guerra interna naquela parte do mundo afetou em cheio a população civil, estimada em mais de 24 milhões de pessoas, nos primeiros cinco anos e ainda não terminou até nossos dias.

A mãe de Youssef, dona Atafi Alaji Halabi, era pura tristeza e dor, no refúgio em que se abrigou em Damasco, com as filhas, irmãs mais velhas do caçula.

Vivia e vive no subterrâneo que do antigo prédio destruído por tantos ataques, onde lhe sobrevém, na solidão familiar, memórias da infância feliz de José, depois as emoções de dor da separação de toda o restante da família, lhe sacudem o físico, a mente e seu espírito.

A Guerra na Síria começou em 2011, dentro do contexto da Primavera Árabe quando houve uma série de protestos contra o governo de al-Assad .

A guerra afetou em cheio a população civil, estimada em mais de 24 milhões de pessoas, nos primeiros cinco anos e ainda não terminou.

Foi deflagrada após as denúncias de corrupção divulgadas pelos governos das potências ocidentais, bem como a outros problemas sociais, como desemprego e centralização de poder na pessoa de Bashar Al Assad.

Em março de 2011 são realizados protestos ao sul de Daraa em favor da democracia, porém, com presença também de grupos armados.

A população revoltou-se contra a prisão de adolescentes que escreveram palavras revolucionárias nas paredes de uma escola.

O Governo, no entanto, acusou os manifestantes de estarem formando um grupo terrorista e articulando um golpe de estado contra al-Assad.

Como resposta ao protesto, o governo ordenou às forças de segurança que abrissem fogo contra os manifestantes, causando várias mortes. A população revoltou-se contra a repressão e exigiu a renúncia do presidente Bashar al-Assad.

A região do Oriente Médio e Norte da África era sacudida por uma onda de protestos contra o Governo, conhecida inicialmente, na Tunísia, como Revolução de Jasmim, depois pela alcunha difamante de Primavera Árabe.