IRMÃOS NO PODER: DESTRUIÇÃO

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A ideia de sucessão ou alternância no poder não combina com clã familiar,  com irmãos de uma mesma crença e nem com sucessivas reeleições. Isso em qualquer nível ou esfera de poder.

Síria experimenta seu maior período de governo sob o clã Assad, o pior período de sua história.  A influência familiar nos negócios do País fez o PIB desmoronar nas últimas  décadas. 

As histórias individuais das Nações mostram insucessos continuados de governos familiares, desde a sucessão na antiga Babilônia até Roma, de Reinos europeus até a sucessão tentada dos Kennedys nos Estados Unidos da América. A Península Ibérica marca isso de forma ao gerar reis e rainhas mentalmente doentes em Portugal e figuras patéticas na Espanha.

A explicação está na depuração genética necessária para garantia do domínio pelo poder financeiro.  O chamado sangue azul se contamina nas tentativas de depuração, visto que privilégios geram devaneios e orgias, como nas saunas romanas, e os casamentos tornam-se frequentes  entre consanguíneos. Como no cadinho dos antigos alquimistas o chumbo prevalece ao ouro ante a presença do observador desatento ou tomado pelo sentimento de preservação do "status quo" de nobreza.

Ao chegar ao Brasil,  Yousef se deparou com a realidade do momento, quando veio a conhecer a comunidade árabe de São Paulo, com a sua Mesquita dedicada a Maria. Abriu-se um mundo como o desejado no seu sonho de criança, culturalmente identicado no ideal do patriarca da família.

Mamoun Halabi, o educador sírio,  sempre desejou a diversidade cultural na Síria, com a juventude empoderada pela Educação universitária. A família  compartilha dessa vocação de educação diversificada para estruturar a Síria dos tempos futuros,  aliando a sua riqueza cultural à abundância de líderes mais ajustados ao mundo moderno, sem perder suas características religiosas multifacetadas.
A fé não pode ser excludente num País com tantas religiões, nem o Estado pode estar atrelado necessariamente à religião,  convivendo, no entanto, com todas as minorias e maiorias existentes, não apenas em relação aos credos, mas principalmente  juntando as lideranças tribais das diversas cidades do País.

Haverá diminuição da violência também em consequência do ponto em comum dentro da própria fé  islâmica, pois conflito é alimentado pela diferença sectária de sunitas e xiitas. Essa diferença não é  conceitual do texto básico do Corão islâmico,  mas em relação à história da sucessão do Profeta Muhammad e a  aplicação da Lei decorrente do exercício da fé nos assuntos do Estado.

Em consequência do conflito na Síria, o Brasil, até 2018, tinha concedido entrada a 3.326 sírios. (Fonte: Ministério da Justiça e Segurança Pública)
A Líbia abriga a 1,5 milhões de refugiados sírios que correspondem a 25% da sua população.

As baixas lamentáveis até  4 anos atrás eram de 320.000 a 450.000 pessoas mortas no conflito, com aproximadamente
1,5 milhões feridas. As saídas  foram de
6,7 milhões de refugiados sírios, sendo a Turquia o principal destino com 3,7 milhões. (Fonte: ACNUR/2019).

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QUANDO UM CLÃ GOVERNA                      Youssef Halabi e Monge SalamargoOnde histórias criam vida. Descubra agora