A Guarda Dela É Minha!

Capítulo 1

Oi, meu nome é Sarah, e eu tinha 17 anos quando tudo começou, assim como ele.

-Oi Sarah! -ele vem em minha direção, andando pelos corredores da escola.

-Oi amor! -corro até ele e o abraço.

Ele retribuí o abraço e põe suas mãos na minha cintura, e logo após me encara com um olhar apaixonado.

-Eu te amo. -ele diz em tom de sussurro.

-Não mais que eu. -encaro os lábios dele.

Ele escancara um sorriso no rosto e me dá um selinho.

Esse era o meu namorado, o Matthew. Ele tinha pele clara, cabelos curtos de cor castanho escuro e seus olhos eram pretos, ele era muito bonito, e tinha mais ou menos 1,77 de altura. Nós éramos muito grudados, saíamos muito, conversávamos todos os dias juntos, nós namoramos por dois anos.

-Quer ir pra minha casa hoje? -solto um pequeno sorriso e encaro ele, aguardando uma resposta.

-Claro meu amor. -ele me dá um breve selinho.

Sorrio.

Nos finais de semana ele sempre me levava em uma sorveteria próxima à minha casa, e eu sempre pedia o mesmo sabor, morango.

O Matthew é filho do dono de uma das maiores empresas internacionais de construções. O pai dele, Gary, é um homem frio, bota o trabalho dele sempre em primeiro lugar. Quando Gary não estava, quem administrava a empresa era Matthew. A Mãe dele morreu quando ele tinha apenas seis anos, pois a casa onde ela estava pegou fogo.

Bom, agora vou contar sobre a minha situação. Meus pais morreram quando eu tinha 14 anos e meu irmão 19. Eu e minha família estávamos em uma viagem de avião, mas o avião acabou caindo e os únicos sobreviventes foram eu e meu irmão, o Yuri, de 22 anos. Desde então, eu moro com meu irmão, que trabalha como influencer digital. Ele que nos sustenta.

Ele tem pele clara, cabelos vermelhos e uma mecha azul na franja, cabelo pintado, típico de influenciadores digitais. Seus olhos são meio acinzentados, assim como os meus. Eu tenho pele clara, cabelos de cor castanho bem claro e mais ou menos 1,70 de altura, sendo apenas cinco centímetros mais baixa que meu irmão.

Toda aquela chama que parecia que ia durar para sempre, que me esquentava e queimava todas as minhas preocupações, se apagou. Tudo se esfriou, ficou gelado. E, realmente, quando eu disse que o amava mais do que ele me amou, pelo visto eu não estava errada. Parece então que todos os meus "eu te amo mais" foram comprovados.

-Oi amor! Quer ir pra minha casa? Se você quiser também podemos ir pra sua hoje. -dou um pequeno sorriso, esperando uma resposta carinhosa, como sempre foi.

-Tenho coisas mais importantes para fazer. -ele fala impassível, depois se vira e caminha para longe.

Arregalo os olhos.

Ele só deve estar em um dia difícil. Talvez eu devesse falar com ele amanhã.

No dia seguinte...

-Oi! Quer fazer algo depois da escola? -falo esperançosa.

-Será que não dá pra você me deixar em paz? -ele reclama, parecendo estar bravo e irritado. Depois ele se vira e caminha como da última vez.

Arregalo os olhos novamente, sinto um mar de lágrimas chegando mas tento segurar.

E era sempre assim, respostas frias e sem vida. Parecia que enquanto ele estava extremamente desinteressado em mim, eu estava a mil, fazendo de tudo para chamar a atenção dele. Comecei a chorar por dias e noites quando percebi que estava tudo morrendo. Eu não sabia quando e onde iria acabar, mas sabia que iria acabar. É como saber que vou tomar um tiro a qualquer momento, sem saber a hora certa, ou seja, crises de ansiedade me consumiam frequentemente. Tudo isso era uma grande tortura para mim, então decidi acabar com tudo. Nós estávamos no carro dele, ele estava me dando uma carona até minha casa.

-Ei... -cutuco o braço dele.

-Hum?

Estou com um olhar triste e com a cabeça baixa, suando de nervoso. Hesito por um instante, mas falo.

-Eu... Eu quero terminar. -falo nervosa e com medo.

Eu esperava alguma reação dele, mas seu rosto não demonstrava nada, parecia que ele estava tratando com indiferença.

-Motorista, pare o carro.

O carro para.

-Saía do meu carro, por favor. -ele fala com indiferença.

Arregalo os olhos e eu simplesmente fico paralisada, sem reação.

-Ei, sai logo.

Saio do carro e ele bate a porta. O carro vai embora e me deixa no meio da rua, desestabilizada.

Fico de joelhos e apoio minhas mãos no asfalto, logo em seguida começo a chorar desesperadamente.

Nesse dia eu fiquei horrorizada, desesperada. Ele tratou dois anos de relacionamento como se não fosse nada. E para piorar, depois de algumas semanas descobri que eu estava grávida de quatro meses dele.

Decidi não contar para ele que eu estava grávida de um bebê dele. Quem me ajudou durante e depois da gravidez foi o Yuri, ele é o melhor irmão que alguém poderia ter. Ele me apoiou e ajudou em simplesmente tudo.

Botei o nome da minha filha de Chloe, atualmente ela tem quatro anos. Eu tenho 22 agora, e meu irmão tem 27, ou seja, se passaram cinco anos desde que eu terminei com o Matthew. Ainda moro em Nova Iorque, o mesmo lugar que eu morava há cinco anos atrás. E meu irmão ainda nos sustenta com o emprego dele enquanto eu fico cuidando da Chloe em casa, tenho muito a agradecer a ele.

Parei de ir à escola depois do dia do término, porque além de eu não ter forças para ver ele de novo, eu estava grávida, então não terminei o ensino médio, nem fiz uma faculdade. Fiquei todos esses anos dedicando meu tempo para cuidar da Chloe e tentar dar a melhor educação para ela. Não sei o que eu faria se um dia eu perdesse ela, ela é tudo que eu tenho além do meu irmão.

Na escola, eu não conseguia fazer amigos com facilidade. O Matthew era extremamente popular na escola, se alguém se aproximava de mim, era por interesse nele. Mas eu não me importava, só bastava ele comigo para que eu fosse feliz. Ele era meu oxigênio, sem ele, não conseguia respirar. Conheci ele um ano depois do acidente de avião, e ele cuidou, me apoiou, me ajudou e me deu suporte para eu não cair. Foi como se minha vida tivesse começado novamente a partir do dia do acidente. Nos meses que ele começou a ficar daquele jeito, eu tive que começar a aprender a respirar sozinha, e não foi nada fácil.