Dia 1: União, Tradição e Amor

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Em fim tinha chegado a temporada de inverno no Japão e com isso os alunos da U.A receberam alguns dias de folga para curtir o clima friorento com a família, a maioria dos alunos ficou extremamente alegre com a notícia de um feriado prolongado para descansar, mas esse não era o caso de Bakugou Katsuki, ele detestava a hipótese de retornar para casa e passar a maior parte do dia discutindo com sua mãe, no entanto agora teria que passar os próximos cinco dias ao lado da velha e ele não sabia bem como lidar com a situação.

— É tão reconfortante poder voltar pra casa e ter um tempo com as minhas mães, sinto tanta falta delas. — Kirishima falou animado arrumando sua mochila.

— E eu perguntei alguma coisa? — Bakugou questionou ríspido cruzando os braços.

— Calma ae Pinscher Raivoso, só tamo feliz cara, isso acontece uma vez perdida, tudo bem que tem os finais de semana, mas nem sempre conseguimos estar em família. — Sero comentou jogando suas coisas perto do sofá, enquanto abria sua garrafinha de água.

— É bombinha, não sei porque o mau humor. Beleza que é rotina já, mas pô Bakugou você vai ver seus pais, isso não é incrível? — a garota rosada tentou ajudar, mas só fez com que a cara de Bakugou ficasse ainda mais fechada.

— Vocês não entendem idiotas. — falou catando seu cachecol e mochila saindo para fora da sala e caminhando em silêncio até a saída da U.A.

Aturar Mitsuki por um dia já era difícil, imagina por cinco? Isso contando que ficaria distante daquela que amava, se bem que a garota nem sequer sabia da existência dos sentimentos do garoto, então não tinha como ele esperar algo vindo dela — embora ele sempre ficasse esperando alguma atitude surpresa da Cara de Lua.

Os últimos meses tinham sido extremamente exaustivos e estressantes para o loiro, a tal ponto de Kaminari ter recomendado uma psicóloga da U.A que o próprio se consultava por algumas questões familiares.

Inicialmente Katsuki achou uma perda de tempo e ignorou o conselho de Kaminari, "Quem ele acha que é pra me dar conselhos de auto ajuda? Eu não preciso de terapia, terapia é coisa de fracotes.", o loiro era muito orgulhoso para admitir que precisava de ajuda psicológica e apenas duas semanas depois realmente foi atrás da Srta. Chisuzuyi para iniciar o tratamento.

E diga-se de passagem, Bakugou teve uma melhora gritante em poucos dias de terapia, isso era notável, embora o estressadinho escondesse a todo custo que fazia terapia. Srta. Chisuzuyi desde o início do tratamento notava certa ansiedade e complexo de inferioridade em Katsuki, ele era muito explosivo e de poucas palavras, era quase uma luta semanal fazer com que o garoto se abrisse para falar tudo que lhe angustiava, então como parte das sessões Bakugou se recusava a conversar sobre o que sentia, a mulher deu-lhe de presente um pequeno caderno vermelho para que ali ele escrevesse tudo o que precisava pra sentir-se mais leve.

Uma porra de diário? Isso é coisa de mariquinha Srta. Chisuzuyi. — resmungou o rapaz segurando o caderno folheando as páginas.

— Uma porra é eu ficar sentada aqui 2 horas toda semana ouvindo você falar que odeia o Izuku só porque ele supostamente é o protegido do All Might, nisso você não consegue desenvolver um vínculo saudável com ele. — falou a mulher observando as anotações que fazia em sua prancheta deixando o rapaz boquiaberto — Tendo em mente que faz meses desde a  luta que teve no torneio entre você e a Uraraka, o que fez com que você não parasse de pensar nela em um só momento, isso sem pontuarmos o problema constante que é conviver com a sua mãe.

Um silêncio constrangedor se propagou na sala deixando Bakugou sem jeito, ele queria argumentar, mas não sabia como, Chisuzuyi era muito direta com seus pacientes e impaciente com aqueles que não se ajudavam.

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