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Dia 2: Será que é amor?

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O inverno costumava ser uma época romântica para Ochako, muito mais que a primavera, a garota adorava usar seus inúmeros cachecóis cor-de-rosa e usar aquelas botas e galochas com glitter, a bochechuda parecia um boneco de tão fofa que ficava, isso quando não colocava suas tocas ou boinas para combinar com o look.

Uraraka tinha decidido contra sua vontade passar o feriado prolongado na U.A, nem ela e muito menos a família tinha recursos para pagar as passagens de ida e volta, então para evitar sufoco e estresse preferiu fazer alguns bonecos de neve do lado de fora, era o que fazia ela se distrair um pouco.

Quase todos seus amigos tinham ido visitar as famílias, exceto Tsuyu e Mina, ambas faziam companhia a Ochako, em meio a berros e muito chocolate quente, Uraraka tinha certeza que se continuasse daquele jeito elas com certeza ficariam com diabetes.

— E quando nossa sapinha irá tomar coragem para dizer o que sente a um certo pássaro emo? — provocou Mina jogando uma bola de neve na menina sapo.

— ... Não sei se te afogo na banheira do banheiro feminino ou se me mato antes da declaração kero. — respondeu Tsuyu séria.

— Grossa! — falou a Ashido mostrando a língua para a amiga — Você nem anda com Bakugou, mas está ficando igual, se não pior.

Bakugou...

"Como será que ele estava?", era o que pairava na mente de Ochako, tendo em vista das poucas vezes que ela ouvira ele comentar que odiava voltar pra casa, "Será que estava sendo divertido ou ele estava tentando manter o controle que não tinha?", se questionou mentalmente paralisada no tempo refletindo e tentando buscar respostas em meio às suas suposições.

Ochako não se lembrava ao certo quando passou a se preocupar tanto com Bakugou Katsuki, quando parou de enxergar o garoto como uma ameaça a classe e passou a enxergá-lo apenas com uma criança interna perdida e revoltada precisando se encontrar pelo caminho e que sua única escolha tinha sido humilhar a todos a fim de elevar seu ego para se sentir menos inferior aos demais.

Era quase impossível não perceber isso em Bakugou, porém apenas um bom observador poderia deduzir toda essa questão e apontar como uma possibilidade de fato. Talvez Uraraka pensasse muito nisso após encontrá-lo chorando no terraço dos prédios, a garota costumava a ir no terraço no fim de tarde para ver o entardecer, só não esperava encontrar exatamente Bakugou chorando naquele dia.

— Que foi Cara de Lua? Parece que nunca viu uma pessoa chorando... — o loiro disse limpando as lágrimas com as costas da mão — Aposto que vai correr para contar pra todos que Bakugou Katsuki também têm fraquezas e chora. — falou soluçando.

Não era bem o fetio de Ochako zombar de alguém em um momento de fragilidade, ela ficou em completo silêncio aproximando-se pouco a pouco do rapaz que parecia querer manter distância dela naquele primeiro momento.

— Todos temos dias ruins e não precisamos guardar essas emoções dentro de nós, precisamos por pra fora ou isso acaba se tornado uma doença. — explicou a garota com um breve sorriso no rosto — As pessoas choram não porque são fracas. E sim porque tem sido fortes por muito tempo.