𝐏𝐫ó𝐥𝐨𝐠𝐨

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Escuto a voz da minha mãe me chamando, passei a noite toda acordada, sem conseguir fechar os olhos e sem acreditar que meu sonho vai se realizar

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Escuto a voz da minha mãe me chamando, passei a noite toda acordada, sem conseguir fechar os olhos e sem acreditar que meu sonho vai se realizar. Esperei tanto e agora que estou vivendo isso, parece que não é verdade.

– Querida... está sonhando acordada? - ela pergunta, dando um sorriso ao qual eu logo retribuo.

– Que susto, mãe. Vou sentir tanta saudade e a ficha ainda não caiu. Não consigo acreditar que vou realizar meu sonho.

– Posso participar da conversa? Ou é uma conversa de garotas? - papai bate na porta do meu quarto e consigo ver seus olhos vermelhos, sinal de que estava chorando, mas ele nunca admitiria. Fala que homem não chora. Corro e abraço eles. Não sei como será minha vida daqui para frente, mas espero não desapontá-los.

– Querida, assim vamos chorar e não vamos mais deixar você ir. Você cresceu tão rápido; parece que foi ontem que me chamou de mamãe pela primeira vez.

Minha mãe é uma mulher linda nos auge dos seus 37 anos, com seus cabelos negros e olhos de cigana. Meu pai diz que foi amor à primeira vista, mas ele tinha medo de se declarar, e acabou que minha mãe tomou a iniciativa. Meu pai, com seus 45 anos, um homem de 1,84 de altura, tímido e reservado, loiro dos olhos azuis oceano.

– Seus irmãos ainda estão dormindo. Irei acordá-los para que possam se despedir, querida.

Minha mãe sai do quarto, enquanto meu pai a olha saindo. Ele não tira os olhos dela nem por um minuto, sempre com os olhos brilhando na direção dela. Acho isso tão lindo.

– Princesa, acho que já falei, mas prefiro falar de novo...

– Manter distância de garotos problemáticos, bebidas e drogas... Eu sei, papai, o senhor já falou tanto que será impossível esquecer.

– Ainda bem. Melhor não esquecer. Não posso acreditar que minha princesa está voando para longe.

– Não estou voando para longe. Irei voltar, e vocês podem sempre me visitar, papai.

– Sim, querida, mas você cresceu. Estou tão feliz e, ao mesmo tempo, tão triste que não poderei mais protegê-la como antes.

– Sempre serei sua garotinha, papai...

– Sei que sim.

Ele fala com os olhos vermelhos, e eu também logo começo a chorar. A verdade é que sempre tive uma ótima relação com meus pais. Sinto que posso confiar neles.

– Melhor eu levar suas malas para o carro.

A despedida no aeroporto foi dolorosa, mas necessária. Irei sentir falta dos meus pais e meus irmãos, que ainda são pequenos e que infelizmente irei perder grande parte dos seus primeiros passos. Mas quando penso que logo vou realizar meu sonho e poder ajudar meus pais, a dor da saudade se torna suportável. Depois de algumas horas de voo, finalmente estou pousando, e a sensação de que coisas novas me esperam faz com que eu sinta borboletas na minha barriga. Depois de pegar um táxi e ligar para meus pais avisando que cheguei bem, me despeço e logo vou atrás do alojamento onde irei dividir o quarto com alguma desconhecida. Estou tão ansiosa para fazer novas amizades e conhecer pessoas novas. De frente para o meu novo lar, logo começo a subir as escadas, segurando duas malas e uma bolsa de costas, uma atividade difícil. Algumas garotas passam por mim, e acabo me atrapalhando e derrubando minha mala.

– Desculpa - diz, sorrindo e trocando risos com outras garotas. Nem pra essas vagabundas caírem e rolar essas escadas.

– Tudo bem - ela responde, sorrindo. - Boa sorte no seu primeiro dia.

Continuo meu caminho até meu dormitório, percebendo a porta entreaberta e notando que minha colega de quarto já chegou. Entro e olho para as duas camas; uma já está ocupada com malas e algumas roupas em cima.

– De onde você? - escuto uma voz fina, e logo olho na direção do banheiro, avistando uma garota loira, típica líder de torcida.

– Texas, f... - começo a responder, mas ela me interrompe.

– Deu pra perceber. Eu fico com esse lado do quarto. Espero que você não ronque durante a noite, e não fale comigo caso não seja necessário. E não mexa nas minhas coisas.

– Ah, claro. É um prazer conhecê-la. Meu nome é Emma.

– Não interessa. Já está avisada. - Ela sai, me deixando sozinha no quarto.

Torço para que todos aqui não sejam assim.

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