[Arquivo secreto: Yohan]

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A primeira vez que o vi, soube que era meu companheiro destinado. Uma lenda infantil que muitos desacreditam, mas conhecendo Daniel só podia supor que era real. A sensação de que aquele pequeno rapaz adolescente estava conectado comigo era palpável. E precisava tê-lo. Bom, estar com a sua irmã atrapalhava meus intutos. E tinha algumas ideias do que fazer.

O casamento com Diana precisava acontecer, assim estaria respirando tranquilo e voltando a focar nos meus objetivos sem minha família me atrapalhar. Podíamos morar juntos em uma casa maior e trazer Daniel, então podia conquista-lo aos poucos e transforma-lo em meu amante. Depois o divórcio e por fim o assumiria legitimamente. Mas, teria que esperar. Ainda era jovem e não podia cometer um crime por causa da minha libido.

Nunca ajudei mais do que o necessário a família de Diana, se acabasse com todos seus problemas não dependeriam de mim, apesar de fazer com que a ômega acreditasse que ela estava no comando das decisões. Jogar pequenas frases e ver sua reação era mais que suficiente. Tinha a possibilidade de quitar suas dívidas, acabar com seus problemas e antecipar meus planos, porém, não seria interessante ao meu futuro com Daniel.

Anos de tortura vendo Daniel crescer sem poder fazer nada. Mas, contei a um amigo sobre a situação. Começava a mudar de ideia sobre ser meu amante, talvez fosse melhor terminar com Diana. Porém, a ômega iria atrapalhar minha relação com seu irmão. Não sabia como fazer a aproximação dar certo quando minha família estava enchendo minha noiva de ameaças infrutíferas. Era tudo uma bagunça e só o que queria era chegar até Daniel e finalmente tê-lo completamente. Nunca fui exatamente possessivo, mas com aquele garoto conseguia sentir a necessidade de tê-lo totalmente.

Sinceramente, podia ter feito algo mais enérgico contra as ameaças? Sim, porém, acho que queria que a ômega fosse punida por não poder estar com seu irmão.

Chegava a ser insuportável. Gostava da Diana, era uma boa moça, mas nunca seria a pessoa que gostaria de estar junto. Precisava e queria seu irmão mais novo.

Diana não demorou a descobrir a fatídica verdade. Precisei fazer um drama, e acusar de traição, realmente imaginei que estivesse vendo alguém depois de manter sua amizade secreta escondida por tanto tempo, mas no fim isso não importa. Já que havia sido emocionalmente infiel. Só precisava de mais um tempo até levar minha mãe para longe da minha madrasta e evitar aquele matrimônio.

Depois pensaria em uma maneira de me aproximar naturalmente de Dan sem que Diana interferisse. A ideia era essa agora.

Porém, Suzanne tinha outros planos. Já imaginava que um dos meus irmãos tentaria algo naquela noite do evento familiar. Não sabia que ponto iriam agir. O que fariam? Apenas ouvi algumas especulações na festa. Eram tão evidentes. Suzanne estava mais nervosa e presumia que faria isso quando Diana saísse da minha vista.

  Meu irmão tinha drogado minha bebida, mas fingir tomar e me sentir mal e grogue, queria saber se estava mesmo disposto a me matar. Sabia que sempre foi um covarde que se esconde atrás da mãe e tinha razão, quem foi a verdadeira vítima foi Diana. A ômega sofreu um acidente grave naquele dia. Fiquei em casa e esperei.

Podia ter evitado, não é? Ter pedido que ficasse comigo ou chamado um taxi, mas deixei que fosse na direção do perigo porque sabia que se fosse irremediável, podia me livrar de um problema, de um obstáculo, e mesmo que saísse viva, ninguém me culparia. Era tão fácil quando seus irmãos agiam da forma que deveriam e ainda eram de ajuda no processo.

Daniel estava desolado e foi nesse momento que me aproximei. Deixei os pesos da dívida, do luto e da hospitalização do seu pai falarem mais alto. Não disse que o acidente foi provocado, senão, o ômega não iria querer se envolver comigo e com minha família e procuraria outros meios de fazer justiça. Ocultei tudo o que precisava

Me aproximei em seu momento mais vulnerável e lhe lancei a proposta. Estava tão em dúvida, tão abatido e definhando sem saber o que fazer que só queria abraçar seu corpo e dizer que ficaria tudo bem, que arcaria com tudo, mas precisava esperar que realmente visse o quanto era vantajoso o casamento.

Não precisei esperar tanto, logo Daniel aceitou de bom grado.
A teia estava montada e só precisava enredar e apertar, lhe dar amor, afeto e esperança, fazer aprender a maneira que gostava do sexo e respeitar seus limites, inicialmente.

Por alguns momentos achei que minha família não seria atrevida o suficiente e decidi me focar no meu esposo. Ir lentamente sondando. Sabia onde estava pelo GPS que havia posto em seu celular, também a que horas sairia e como, já que tinha câmeras em casa, sempre monitorando meu doce ômega. Se estava na faculdade ou em outro lugar.

Era empolgante presenciar tudo.
  Contudo, em algum momento perdi o controle sobre Daniel. O mesmo descobriu alguns detalhes que achava cedo demais que soubesse.

Contornei a situação com uma mescla de sinceridade e manipulação. Só precisei dizer o que o ômega desejava ouvir. Sua carência e necessidade de ter alguém em quem confiar, obviamente o deixava cego. Admito que não sou bondoso e faço tudo para ter o que quero. Meu desejo por Daniel ia além de qualquer qualquer outra emoção que já senti antes e tê-lo em meus braços só mostrava que estava no caminho certo. Infelizmente Diana precisou morrer para que tivesse o pequeno em meus braços. Não sentia remorso, mas foi um desperdício.

Lidar com a minha família era difícil. Já estava irritado. Suzanne estava a muito tempo na minha mira e deixei que agisse mais normalmente porque não me importava com suas ameaças vans. Todavia, se fosse tocar em Daniel a história seria diferente. Decidi dar um fim aos seus intentos infantis. Quando Sarah me ligou, decidi que podia finalmente acabar com tudo.

Bom, não foi como planejei... Daniel se feriu e quase o perdi.

Ah, desgraçada.

Quando meu ômega estava finalmente bem, joguei toda a merda sem hesitar. Deveria ter feito tudo antes de arriscar sua vida. Meu pequeno Daniel estava grávido. Seria melhor assim, podia protegê-lo mais efetivamente se não tivesse opção além de ficar em casa. Só queria que esquecesse a faculdade. Era rico, não precisava mais disso, deveria ser um bom menino e ficar me aguardando pacientemente até do fim do dia. Era o único que estaria ao seu lado.

Daniel ainda tinha a ideia de satisfazer os desejos da sua irmã. Quando deveria estar mais preocupado em satisfazer os meus. Era apenas um absurdo que pensasse em outras necessidades que não as minhas.

Tratei de ocupar sua mente, não apenas com nosso filho, Maximilian, mas também com sexo, dominação e BDSM. Era uma boa forma de fazer um ômega suscetível como Daniel se submeter, não apenas na cama, mas também em na nossa vida.

Consegui manter meu controle por dois anos. Max estava quase fazendo aniversário e Dan já pensava em ir a faculdade novamente. Não iria deixar.

Troquei seus comprimidos de controle de natalidade. E enchi seu corpo. Teríamos mais um bebê. Mais controle. Mais dominância. E no final, estava grávido do nosso segundo filho com apenas 22 anos de idade. E podia ter mais crianças se fosse necessário até que percebesse que sua vida deveria girar em torno de mim e da sua família.

Não era violento, apenas gostava de que tudo fosse do meu jeito. Um pai amoroso e carinhoso, um marido atencioso, gentil e respeitoso. Tudo o que podia ser e satisfazer todos seus desejos de romance. Daniel tinha tudo, só precisava me entregar qualquer necessidade de controle que viesse a ter.

Quando finalmente desistiu da faculdade e decidiu que cuidaria da casa e das crianças, fiquei aliviado. Conversei e o convenci de que era o melhor caminho. Podia criar alguns passatempos, não necessitava sair com estranhos e fazer amigos. Só precisava de mim.

Lhe dei felicidade e prazer, e Daniel me deu tudo.

[Fim]

Off: Esse finalmente é o fim da história. Espero que tenham gostado. A intenção era ser curta e tóxico. Mas, pelo menos foi um final feliz.

Casamento Arranjado [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora