Ele é 157 e eu é que saio como ladrão

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Jake acordou por volta das 9 da manhã sentindo os raios solares tocarem seu rosto. Levantou da cama king size e calçou as pantufas caras antes de ir em direção a janela do quarto, observou a vista bonita da praia que a cobertura do apartamento proporciona antes de andar até o banheiro.

Escovou os dentes, tomou um banho relaxante e fez sua rotina matinal de skincare. Não esquecendo de tirar uma foto e postar no stories da sua conta do Instagram, que no momento tinha quase 5 mil seguidores. Em seguida, desceu as escadas indo tomar café da manhã com os pais.

Sua rotina diária era sempre algo parecido. Jake não podia fazer muita coisa além disso, mas também não reclamava. Era filho único de uma médica dermatologista e de um juiz famoso do Rio de Janeiro. Sabia que seus privilégios não eram poucos, morava em umas das coberturas mais caras da cidade, estudava na melhor faculdade, possuía as melhores roupas e dirigia os melhores carros. Jake gostava da sua vida de luxo, entretanto faltava alguma coisa. Ou melhor dizendo, uma pessoa.

Enquanto descia as escadas, sentiu o celular vibrar e logo conferiu a mensagem que havia chegado. Suspirou apaixonado ao ver que era quem imaginava, seu namorado o chamava para sair e passar um tempo juntos. Sorriu com as mensagens e respondeu rapidamente, dizendo que iria.

Ao descer as escadas, percebeu que o café da manhã já estava servido na mesa de vidro. Sentada em uma das cadeiras estava uma mulher com idade entre 30/40 anos, tomando uma xícara de café, enquanto lia algo em seu iPad.

— Bom dia, mamãe — Jake cumprimentou a mulher com um beijo na cabeça. — Não vai trabalhar hoje? — perguntou ao perceber que a genitora ainda estava de roupão.

— Não tenho pacientes pela manhã, querido — sorriu com ternura para o garoto.

— Cadê o papai? — questionou ao notar que o homem mais velho da casa não estava na mesa.

— Precisou sair mais cedo para resolver algumas coisas com um cliente — respondeu, entregando um pãozinho recheado ao mais novo. Jake pegou o alimento e suspirou, ultimamente seu pai estava mais afastado da família, principalmente dele, mas tentava entender já que além do trabalho exigir muito, eles dois não estavam no melhor dos momentos. — Mas ele vai jantar conosco hoje, alguns amigos de seu pai vão vir também.

Nesse momento, todos os planos de Jake de ver Heeseung foram bagunçados. Sabia o que significava quando os amigos de seu pai jantavam lá e não queria deixar de ver o namorado por causa disso. Buscando uma coragem que nem sabia onde tinha, respondeu a mãe.

— Não vou jantar em casa hoje — disse Jake.

— O quê? Por quê? — sua mãe arqueou as sobrancelhas.

— Vou encontrar uns amigos depois da faculdade.

— Jake... — sua mãe falou em um tom de repreensão, pois sabendo os locais que o filho se metia. Afinal, ela era sua mãe, e as mães sabem de tudo. — Não mente pra mim.

— Eu não tô mentindo — retrucou, tentando não ficar nervoso. Ele estava mentindo.

— Quem são esses amigos então? — rebateu a mais velha.

— O pessoal da faculdade, Sunghoon e Jay também vão — disse tentando parecer convincente, mas a mais velha apenas suspirou, negando com um aceno de cabeça.

— Eu sei que você está mentindo, Jake, os meninos vão vir também — disse e o mais novo preferiu ficar calado para não piorar sua situação. — Você ia se encontrar com aquele garoto, não é? — perguntou a mulher já sabendo a resposta. Jake sabia de quem ela estava falando, mas não queria parecer tão óbvio.

— Que garoto? — perguntou Jake. É óbvio que ela estava falando de Heeseung.

— Para de se fazer de sonso — brigou a mãe. — Você sabe que seu pai não gosta dele, Jake Henrique — a mulher repreendeu sabendo que o filho está mentindo.

Desculpa aí, DoutorOnde histórias criam vida. Descubra agora