Aviso de gatilhos:
A publicação a seguir possui menções a seitas religiosas, tortura explícita, descrição de atos bárbaros, menção à suicídio. Leia com sua conta em risco.
Obrigada, Mavi.ㅤㅤ┈───╼⊳⊰ 𖤍 ⊱⊲╾───┈┈┥
Moon Yoon
Mais um dia ao qual fico aqui trancado com a droga de um psiquiatra e um terapeuta que apenas estão apenas me encarando esperando que algo saia de minha boca. Meu corpo está inquieto como quase sempre. Meu pé bate freneticamente no chão enquanto roo minhas unhas curtas a ponto de sentir o gosto amargo e ferroso do sangue na ponta de minha língua. Meus pais que deveriam estar aqui, não eu. Eles que arruinaram minha vida.
Odeio lembrar-me disso, odeio lembrar do que porque de estar aqui. Quando era mais novo lembro perfeitamente de eu, meus pais e minha irmã indo semanalmente para o meio da floresta ao lado de nossa casa para uma cabana que parecia abandonada por fora, porém extremamente assustadora e organizada por dentro. Odiava entrar lá, mas era obrigado desde o momento em que comecei a ter a mínima consciência do mundo. Cresci naquele lugar estranho onde deveríamos vestir capas pretas com forros vermelho vivo, cantar canções em uma língua desconhecida à mim e adorar a uma imagem que me dá arrepios apenas de lembrar. Era uma espécie de imagem referente a Jesus Cristo, porém a imagem era colorada de cabeça para baixo fazendo assim a cruz em que ele estava crucificado ser invertida.
Essa seita maldita ao qual possue a própria Bíblia e interpretações da própria, mantinha um ritual ao qual eu nunca participei até o fatídico dia. No aniversário de dezesseis anos de minha irmã mais velha, fomos convidados para um desse rituais onde apenas familiares e sacerdotes do seita poderiam participar. Céus, como eu queria ter feito birra e ser trancado naquele armário de cozinha naquele dia, assim minha mente não seria arruinada e minha sanidade esvaziada.
Minha querida irmã, Moon Yuna vestia um lindo e delicado vestido branco feito a mão por ela mesma. Usava um arco de rosas brancas e vermelhas em seus longos fios escuros como o crepúsculo. Em seu rosto angelical, permanecia uma expressão singela, mas era perceptível o medo em seus olhos amendoados e castanhos. Após orações e canções por no total três cansativas horas ajoelhados naquele local escuro iluminado apenas por velas brancas e pretas, Yuna foi deitada as exatas 23:50 em uma espécie de mesa de pedra. Seus vestido foi cuidadosamente aberto em seus seios e com um ferro em brasa, marcaram seu corpo virgem com a imagem da cruz invertida. Seus gritos de dor eram contidos pelos sacerdotes enquanto meus pais sorriam com orgulho. Já eu, bem, mal sabia o que ainda viria. Aquilo foi apenas o início.
Meu pai se levantou tirando a adaga da família de dentro de sua capa. Aquela adaga havia sido passada de geração em geração desde o início da trajetória de meus bisavô como fundador da seita e logo ela seria passada a mim quando completasse meus dezesseis anos. Como mulher, primogênita e virgem, Yuna teve seu corpo sacrificado na frente de nós. Papai abria seu peito com a adaga enquanto ela gritava em agonia clamando para que Deus a levasse em paz já que estava sacrificando seu corpo puro a ele. Rapidamente seu sangue foi descendo pelos cantos da pedra, ensanguentando o chão em volta. Eu estava aterrorizado, era apenas um menino de seis anos tendo os pés manchados pelo sangue da minha própria irmã. Após esse dia, nunca mais fui o mesmo.Criei horror pelo sangue e virei uma criança ao qual não deixava ninguém chegar perto. Chorava todos os dias e me machucava constantemente. Como estudava em casa desde que nasci, não possuía a amigos e não brincava no jardim de casa como crianças comuns constumam fazer. Me trancava em meu quarto, sentado no escuro enquanto tremia com o medo de que a qualquer momento a alma de minha mãe voltasse e me condenasse por não protegê-la daquela loucura. Não era minha culpa e nunca foi. Papai constantemente me enchia de chutes e socos para que deixasse de ser fraco e confiasse de que Deus estava guiando a alma de minha irmã para o caminho puro e que se não fosse pelo sacrifício dela, minha alma estaria condenada ao inferno, que queimaria eternamente e que ela havia protegido nossa família. Calúnias e mais calúnias. Aquilo me revoltava cada dia mais.
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A insanidade que nos une
RomanceMoon Yun é paciente de um hospital psiquiátrico por uso de drogas e diversas tentativas de suicídio. como forma de proteger seu filho, seus pais o internaram por no mínimo 2 anos. Era isolado de todos os pacientes por seu comportamento instável e te...