Workaholic - Seongjoong

me esperaaa tô chegando

Sexta-feira.

Hongjoong e Seonghwa já haviam tomado banho e estavam deitados na cama do mais velho, os dois decidiram assistir o restante dos episódios de Pretendente Surpresa e comer pipoca. Desde que Seonghwa começou a trabalhar na empresa, nunca cogitou a ideia que teria seu diretor de baixo do próprio teto, agarrando-o enquanto assistiam televisão juntos. Mas aquilo era muito reconfortante.

O assistente sempre achou o senhor Kim um homem atraente, apenas babaca demais para que ele conseguisse fantasiar um romance entre eles, mas isso não o impediu de imaginar o corpo nu de Hongjoong algumas vezes, até porque uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Mas ter visto e sentido esse corpo colado ao seu foi realmente inusitado, e bem melhor do que na imaginação. Com certeza o Seonghwa de um mês atrás nunca poderia imaginar que estaria agora com um sorriso de orelha a orelha enquanto trocava carícias com o diretor no pós sexo. Aquilo tudo era mágico, e os dois estavam adorando a magia.

-Vai ficar comigo essa noite, não vai? - Seonghwa perguntou depois de depositar um beijo nos lábios rosados.

-Não. Vou te largar sozinho e te fazer sentir usado. - Hongjoong respondeu em tom de brincadeira, mas Seonghwa notou o sofrimento escondido em sua voz e a tentativa de disfarçar a dor com uma piada.

-Hongjoong. Me desculpe, eu apenas... fiquei nervoso, eu não queria te magoar. - Pela primeira vez, Hongjoong não interrompeu quando o assistente tentou tocar no assunto e se desculpar. Seonghwa percebeu que isso significava que ele já estava pronto para aquela conversa, então prosseguiu. - Olha, é tudo muito novo sabe? Você ainda é meu chefe, e depois que eu percebi o que fizemos... me bateu um medo, não sei explicar. - Ele suspirou e segurou as mãos do diretor. - Medo de você se arrepender e me demitir, medo de alguém descobrir, medo de ter ido longe de mais... Eu já tinha te falando um pouco sobre minhas preocupações antes de sairmos pela primeira vez, mas depois que nós realmente saímos, tudo pareceu mais real e assustador. - Hongjoong parecia um pouco mais aliviado em ter escutado tudo aquilo, ele com certeza estava guardando sua angústia para si, então ter seu assistente mostrando arrependimento o deixou mais calmo.

-Agora pouco, você não foi longe de mais? - Hongjoong brincou.

-Não. Porque agora sei que você é uma puta que adora tudo isso, então fico mais tranquilo. - Os dois riram, mas logo ficaram sérios de novo. A conversa não tinha acabado.

-Acha que também não fiquei com medo depois que você foi embora? Seonghwa... eu sempre fui deixado pra trás, ninguém nunca ficou ao meu lado. Meus antigos amigos da faculdade e até mesmo meus próprios familiares foram embora e me trataram como um animal que transmitia doença depois que descobriram sobre a minha sexualidade... Me tornei alguém que afasta as pessoas propositalmente, assim evito frustrações. - Hongjoong abria seu coração pela primeira vez em muito tempo, e Seonghwa pôde notar que segurava algumas algumas lágrimas. Lágrimas que desta vez, ele definitivamente não queria ver. - Conheço Yunho e Mingi a anos, e eles foram os únicos que não me deixaram, isso porque eles sabem como me sinto, mas mesmo assim eu me sentia sozinho... Só que depois do que você e Yunho me disseram aquele dia, eu percebi que ainda tenho pessoas ao meu lado que me querem por perto. Mas não estou dando o devido valor e continuo sendo esse miserável que só sabe evitar todo mundo.

-Hong... - Seonghwa o chamou, como se dissesse "tudo bem, estou aqui.", e isso pareceu acalma-lo um pouco.

-Sabe, Yunho ouviu tudo aquele dia na sala. Ele veio falar comigo. - Seonghwa fazia carinho em sua cabeça e esperava pacientemente até que ele decidisse continuar, em nenhum momento o apressaria. - Ele disse que a muito tempo não me via ser sincero com meus sentimentos, e que já tinha se esquecido da última vez que me viu expressando o que sinto. Então caiu a ficha, sabe? Eu realmente fui me tornando alguém amargurado, que sempre guarda tudo pra si e desconta a frustração nos outros. - Lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto. - Ele tem razão, ninguém quer ficar por perto... E eu não posso culpa-lo por dizer isso, eu dou motivo.