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Estava em meu escritório, imersa na assinatura dos documentos cruciais para fechar o contrato com um novo cliente. A Specter Ross sempre fora minha segunda casa, um ambiente onde cresci e me desenvolvi profissionalmente. O sobrenome Specter, por vezes, era um peso que eu carregava com orgulho e responsabilidade.

Ao atravessar os corredores, sentia o peso das expectativas que vinham junto com meu nome. Cumprimentava os colegas pelo caminho, cada gesto carregado de cortesia e determinação. Ao chegar à sala de Harvey, o brilhante advogado e um dos proprietários da firma, encontrei-o absorto em seus documentos.

- Você me chamou? - questionei, já prevendo que havia mais do que simples assinaturas em jogo.

- Então, como estão as coisas com o novo cliente? Está tudo pronto para fecharmos o contrato? - Harvey inquiriu, seu interesse genuíno evidente em cada palavra.

- Já mandei para eles assinarem, mas creio que não foi só por isso que você me chamou, certo? - respondi, sorrindo com uma confiança inabalável.

- Como você sabe? - ele indagou, com uma pontada de curiosidade.

- I'm Sarah, I know mostly everything - declarei, mantendo o sorriso convicto em meus lábios.

- Okay, você é realmente igual a sua mãe - Harvey comentou com uma risada anasalada, reconhecendo a determinação que eu herdara de minha mãe.

Nossa conversa foi interrompida pela entrada de Donna, uma figura sempre presente e imprescindível na dinâmica da Specter Ross. A discussão então se voltou para um novo caso, um desafio que prometia testar meus limites.

- Pensei em abrir uma exceção para fazer isso com você, o que acha Sarah? - Harvey propôs, desafiando-me com um olhar travesso.

- Ok, espero que esteja pronto pra perder - retruquei, aceitando o desafio com determinação.

- Gosto de ver vocês trabalhando juntos - Donna comentou, observando-nos com admiração.

Enquanto nos dirigíamos ao tribunal, meu pai e eu compartilhávamos um silêncio tenso, cientes do desafio que nos aguardava. O peso da responsabilidade pairava sobre nossos ombros, mas eu estava determinada a enfrentá-lo de frente.

- Sarah, confio em você - meu pai murmurou, rompendo o silêncio com palavras de encorajamento. Seu apoio era uma âncora em meio à tempestade de emoções.

- Obrigada, pai, - respondi, sentindo uma mistura de gratidão e determinação crescer dentro de mim.

O juiz deu início à sessão, e eu me preparei para defender minha cliente com todas as armas legais que possuía. Minha voz ressoou pelo tribunal, firme e confiante, enquanto apresentava meu caso com clareza e eloquência.

- Excelência, estamos aqui para assegurar que o melhor interesse da criança seja respeitado - proclamei, mantendo contato visual com o juiz para transmitir convicção em minhas palavras.

O interrogatório das testemunhas foi um verdadeiro teste de minha habilidade como advogada. Cada pergunta era uma oportunidade de fortalecer meu argumento e desacreditar as alegações contrárias.

Ao receber a notícia da decisão do juiz, senti um peso sendo levantado de meus ombros. Era uma vitória não apenas para mim, mas para minha cliente e seu filho, cujo futuro estava agora assegurado.

- Parece que você realmente é uma Specter, - meu pai murmurou, com um misto de orgulho e surpresa.

- Obrigada, pai. Aprendi com o melhor - respondi, abraçando-o com ternura.

O caso havia sido uma oportunidade para mostrar minha habilidade e comprometimento, mas também havia reforçado os laços de confiança e respeito entre meu pai e eu. Era um momento de celebração e reflexão sobre as lições aprendidas, tanto profissionalmente quanto pessoalmente, e eu estava pronta para os próximos desafios que o futuro reservava. Ao chegar em casa, sou recebia com abraços do meu irmão:

-Olha só quem ganhou do papai - Luccas diz me soltando do abraço

- Obrigada Luccas, mas o que você esta fazendo aqui ? - pergunto pegando uma garrafa de agua na geladeira

-Voltei mais cedo, estava conversando com Mike sobre fazermos uma festa de boas vindas para o Nathan e Gabriel - assim que ouço o nome de Gabriel, sinto meu estomago gelar

Enquanto Luccas continuava falando sobre os planos para a festa de boas-vindas, eu lutava para manter minha compostura. Gabriel era um assunto delicado para mim. Nosso relacionamento havia terminado de forma abrupta meses atrás, e desde então eu evitava qualquer menção ao seu nome.

Tentei disfarçar minha ansiedade, focando na conversa com Luccas. "Isso parece ótimo. Nathan e Gabriel vão adorar a recepção", comentei, tentando manter minha voz calma e neutra.

Luccas pareceu não notar minha tensão e continuou falando sobre os detalhes da festa. Enquanto ele falava, minha mente vagava para os momentos que compartilhei com Gabriel e para as emoções que ainda me assombravam.

Depois de algum tempo, consegui me recompor e participar mais ativamente da conversa, contribuindo com ideias para a festa. Mas por dentro, a lembrança de Gabriel continuava a ecoar, trazendo à tona sentimentos que eu preferia deixar no passado.

Enquanto isso, eu me perguntava como seria lidar com sua presença na festa e se seria capaz de enfrentar esses sentimentos de frente.

Enquanto a noite avançava e o silêncio envolvia a casa, eu me encontrava incapaz de encontrar o sono. Minha mente estava agitada, repleta de pensamentos sobre Gabriel e a iminente reunião na festa de boas-vindas.

Vou ate a geladeira e pego uma garrafa de agua e me sento no sofá, ate que ouço uma voz me chamar:

- Querida, está tudo bem? - Donna perguntou com gentileza, sua expressão preocupada refletida em seus olhos atentos.

Olhei para ela e forcei um sorriso reconfortante. - Sim, mãe, estou bem. Só estava pensando um pouco - respondi, tentando dissipar qualquer sinal de preocupação que ela pudesse ter detectado em minha voz.

Ela se aproximou e se sentou ao meu lado no sofá, colocando uma mão calorosa em meu ombro. - Sei que pode parecer estranho ver ele - ela disse suavemente.

A ternura na voz de Donna acalmou um pouco minha agitação interior. Ela entendia, mesmo sem eu precisar dizer em voz alta, a complexidade de meus sentimentos em relação a Gabriel.

Balancei a cabeça, concordando com sua observação. - Sim, é estranho. Não consigo evitar sentir um turbilhão de emoções quando penso nele - confessei, deixando escapar um suspiro.

Donna apertou suavemente meu ombro, transmitindo solidariedade. - É completamente compreensível, querida. Você passou por muita coisa com ele. Mas você é forte e capaz de lidar com isso - ela disse, sua voz cheia de confiança.

A simples confiança de Donna em mim era reconfortante. Ela sempre acreditava em meu potencial, mesmo quando eu mesma duvidava. Era um lembrete importante de que eu não estava sozinha nesta jornada.

- Obrigada, mãe. Suas palavras significam muito para mim - murmurei, sentindo uma onda de gratidão por sua presença reconfortante.

Ela sorriu gentilmente e me abraçou mais uma vez. - Estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. Você pode contar comigo - disse ela, seu apoio inabalável ecoando em suas palavras.

Enquanto nos abraçávamos, senti-me fortalecida pelo amor e apoio inabaláveis de minha mãe. Sabendo que ela estaria lá para me guiar através dos desafios que estavam por vir, encontrei um pouco mais de coragem para enfrentar o que o futuro reservava, incluindo a possível reunião com Gabriel.

Ternos: O LegadoWhere stories live. Discover now