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- fiquem aqui eu resolvo isso - Vêronica nunca viu sua amiga tão atordoada, saiu em desparado sem sequer dar a chance de falar alguma coisa, Vêronica a queria seguir, não queria deixar Glória só, mas tampouco iria sair sem Anita, apenas se contentou em ver a amiga saindo acompanhada de seu guarda costa.

Vêronica se permetiu entrar em pánico por breves minutos, onde isso iria parar? Sera que iria parar em algum momento? Essa gente estava envolvida em tudo ao seu redor, parecia que tinha alguem vigiando cada respiração que dava e ela se sentia impotente, sabia que a qualquer momento iria enlouquecer. Sua respiração foi ficando ofegante mas se conteve de uma crise ao ouvir o leve gemido de dor da delegada, quando Vêronica a olhou Anita tentou disfarçar, desviou o olhar e a escrivã entendeu que a mesma não queria se mostrar frágil.

- vou pegar o kit de primeiros socorros - ia se virando mas a mão em seu braço a impediu

- não precisa, eu to bem - tentou forçar um sorriso mas sua voz autoritaria não foi o sufiente para esconder a dor que sentia

- pedir ajuda não é tão ruim sabia? Eu vou atrás disso e você vai deixar ser cuidada, estamos fora da delegacia doutora, não tenho porque obedecer suas ordens

Anita viu Vêronica se afastando, nunca fora cuidada assim por alguem em toda sua vida, pelo contrario, ela sempre tivera que ser a forte, a mulher pela qual todos morreriam para salvar, talvez ter Vêronica em sua vida não ia ser de todo um mal.
A verdade é que ela sempre sentira algo a mais pela escrivã, seu jeito de desafiar a vida deixava a delegada intrigada, e não só isso, Anita tinha que admitir, sempre achou Vêronica absurdamente sexy.

Anita ouviu Vêronica voltando e voltou com sua cara de imponencia.

- deixa eu ver - disse com uma voz suave pegando seu braço de leve, Anita não relutou, depois da adrenalina ter baixado, dera um espaço significativo a passagem da dor, no entanto não fora isso que sentira quando Vêronica a tocou, o pelo de seu braço arrepiou-se por inteiro, a deixando surpresa com a propia reação de seu corpo, Vêronica tentou ignorar, mas não conteve o leve sorriso de seus labios, estava adorando explorar o que podia causar no corpo da doutora.

- isso arde - disse enquanto Vêronica passava agua oxigenada no local, a mesma riu da reclamação da delegada, como podia ser tão criança e tão arrogante ao mesmo tempo?

- pois então vê se da proxima vez presta mais atenção e use melhor a arma para evitar acidentes - disse se deliciando com a situação. Continuou o que estava fazendo percebendo o olhar penetrante da delegada sobre si, e ignorando totalmente todos os protestos da mais velha, no fundo Vêronica se preocupava com o bem estar da loira, jamais iria admitir isso mas ambas tinham muito em comum, de maneiras diferentes claro, mas mesmo assim compartiam de dores muito parecidas. - prontinho senhora - disse dando um levo sorriso como uma maneira de confortar a delegada, que a olhou com deboche, é, realmente Anita nunca iria mudar

- até que não é tão inútil assim escrivã - ambas se olharam, olhares cumplices e se permitirám sorrir uma pra outra, depois de hoje sabiam que uma poderia confiar na outra quando o assunto se tratava de sobrevivencia, mas ate então era só isso, uma parceiria únicamente em prol do bem estar de ambas. Anita prometou acertar o carro e Vêronica prometou não a deixar cair, fim de historia.

Uma aura foi instalada em ambas, como um universo onde só existiam ambas, e Anita se deixou levar, sentiu a mão de Vêronica descendo de seu braço ate sua mão, e ficou parada ali, segurando de leve, Anita não recuou ao toque, pelo contrario, estava quase implorando para se aprofundar nas suaves mãos da escrivã.
Essa bolha logo fora quebrada com o barulho do celular da escrivã, que logo se sobresaltou, tirando sua mão da de Anita

Pesadelos - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora