três!

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Oi! Antes de começar, preciso deixar claro que esse vai ser o primeiro (de muitos) capítulo que vai ser dividido entre presente e passado (em certo ponto, também teremos futuro). Pra separar isso, sem usar aquele típico "FLASHBACK ON/OFF" (feio demais), estarei indicando os tempos cronológicos com "No passado, (...)"; "No presente, (...)"; "No futuro, (...)". Pode parecer meio difícil entender agora, mas na leitura ficará mais fácil compreender e diferenciar o passado e o presente (se você tiver meio neurônio funcionando). Dito isso, boa leitura!

Chuva. Dizem que algumas pessoas a enxergam como arte. Outros se contentam apenas em se molhar, sem se importar com uma possível gripe no dia seguinte.

Há muita semelhança entre a chuva e as pessoas. Mas o que é mais importante agora: Assim como a chuva, o ser humano também traz consigo sensações difíceis de serem medidas. Indecisões, imprevisibilidade, raiva. Paz, tranquilidade, leveza.

A natureza e o ser humano têm ciclos. A natureza, com o ciclo da chuva; o ser humano, com suas emoções. A natureza e o ser humano não têm um fim definitivo. Então, o que será? Estamos, realmente, sempre fadados à fim passageiros e novos começos?

No passado, a chuva grossa caía com força no asfalto, projetando uma fina camada de névoa nas ruas e embaçando as janelas das casas, e a de Roier não ficava fora disso. O garoto estava deitado na sua cama, com sua cabeça deitada confortavelmente no colo alheio.

Cellbit sorria pra ele, acariciando seu cabelo delicadamente. Haviam meses em que o loiro não se sentia tão feliz assim, esse era o poder do seu namorado, ele trazia a felicidade em si.

Cellbit acabou indo pra casa de Roier depois da escola, porque queria passar mais um tempo com o amado. Roier não o impediu, apenas concordou com a cabeça, sem esboçar qualquer reação de raiva, alegria ou incomodo. Ele deveria estar cansado, Cellbit pensou.

- Guapito. - Cellbit o chama, fazendo seu amado abrir os olhos e o encarar. - Você ainda me ama?

Confusão. Às vezes, achamos que vai chover porque o céu fecha, mas nenhuma gota cai, e ficamos confusos. Às vezes, achamos que o amor esta escapando pelos nossos dedos, em sua forma líquida, e ficamos confusos, porque até dois segundos atrás ele era sólido, não escapava pelos nossos dedos.

- De novo essa pergunta? - Roier sussurra, levantando a cabeça do colo de Cellbit e se sentando de frente pro loiro, respirando fundo.

- Desculpa.

- Tudo bem. - Roier responde. - Por que a pergunta? O que aconteceu?

- Nada, é só que... sei lá. Você não pareceu tão contente em me ter aqui. Na verdade, nem me deu muita bola o dia todo. - Cellbit mexe nas mangas do moletom vermelho que Roier havia o emprestado. - Eu fiz alguma coisa de errado?

- Quê? Não. Jesus. De onde você tirou isso? - Roier segura as mãos de Cellbit, atraindo o olhar do namorado para si novamente. - Gatinho, eu te amo, tá? Eu só estava muito cansado, mas depois de ficar deitado aqui com você, recuperei todas as minhas energias. - Ele leva uma mão para o rosto do loiro, acariciando sua bochecha. - Desculpa não ter te dado tanta atenção, okay? Eu juro, só estava cansado.

Roier não precisava dizer que estava mentindo, assim como o céu não avisa que a qualquer momento o sol pode sumir e a água cair. Roier não precisava dizer que não o amava de volta. Roier não precisava dizer nenhum dos fatos que existiam em seu cérebro. Não, ele podia manter o dia raiando, podia dizer as mentiras que Cellbit mais amava ouvir.

Um Som Pra Você | GuapoduoOnde histórias criam vida. Descubra agora