Capítulo 10

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Rebecca Armstrong|Point of View
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Uma hora da tarde. Era o finalzinho do horário mais intenso de trabalho, faltando apenas duas mesas ficarem vazias para poder recolher e limpar tudo, e assim finalmente descansar um pouco.

Hoje por um milagre maior, Luiza estava finalmente trabalhando e não deu nenhuma desculpa para sair mais cedo, outra coisa que estava bastante estranho era que nosso querido chefe não tinha dado as caras por aqui.

— Estranho, né? – Jack sussurrou.

— A Luiza está trabalhando? – Assentiu. — Sim, ela normalmente sai no horário de almoço.

Olhei na direção da mulher que fazia o atendimento do cliente que tinha acabado de entrar, um homem negro bastante bonito que carregava consigo um olhar sério. Após alguns minutos Luíza voltou, jogando o papel com o pedido em cima de Jack.

— Educação mandou lembranças.

Ela apenas revirou os olhos dando um sorrisinho esnobe sem deixar de mascar aquele chiclete, que mastigava desde que chegou aqui.

— Não encher Becky, estou cansada demais para ouvir seu sermões.

— E mesmo? Sabia que fico o dobro quando você não vem ou fica apenas no período da manhã. 

— Você já está acostumada. – deu de ombro.

— Porque você não sai de vez, e deixa a vaga para alguém que realmente queira trabalhar.

— Mas eu trabalho, só que de outra maneira.

Ela sorriu pegando a bandeja de Jack, levando o pedido ao cliente.

Não quero nem imaginar a forma que ela trabalha. Como ela suporta ir para cama com aquele velho nojento? Tudo isso por dinheiro? Não desejaria aquele velho nem para meu pior inimigo.

— Becky, você tem uma queda pela Luiza?

— Tá louco!? – Arregalei os olhos com aquela pergunta tosca de Jack.

— Você fica olhando pra ela igual uma retardada apaixonada, queria que pensasse o que? 

— Eu estava apenas pensando numa coisa que ela falou, e esse negócio de retardada apaixonada foi bastante pesado. Você usou alguma droga? Pelo visto sim, ou você nunca viu alguém apaixonado. – Ele deu de ombro rindo.

— Seria um ícone se você fosse apaixonada por ela.

— Isso seria um pesadelo na verdade. Odeio gente esnobe, que se acha mais que os outros. – falei arrumando os cardápios que ficavam sob o balcão, os colocando nos devidos lugares.

— Ok, vou lá dentro pegar um pano para fazermos as limpezas das mesas. – Apenas concordei arrumando o avental que ficava na minha cintura.

— Já que você vai lá para dentro, leva esses copos sujos.

Assim que Jack entrou, não demorou muito para Luiza voltar deixando a bandeja vazia sobre o balcão e sumindo rumo ao banheiro. E pode ter certeza que aquilo iria demorar, pois ela inventava qualquer desculpa para ficar com a cara enfiada no celular.

O pior de tudo, é que não podemos falar nada, porque se não, é como assinar nossa própria carta de demissão. Mas, em algum momento alguém vai acabar estourando, e esse alguém sou eu.

Escuto o sino da porta tocar, então me preparo para fazer o atendimento.

E o meu cliente nada mais é, que Freen. Que dessa vez, tinha um sorriso de lado e um olhar mais simpático que da primeira vez que veio com o senhor Heng.

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