07 - cicatriz

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Jake agora estava em frente a casa de heeseung. Ele evidentemente não queria estar ali, mesmo que fosse de bom grado da parte do loiro. --- Eu te odeio, lee.

--- Os degraus daqui são grande. Vem, eu te ajudo.

Jake estava parado olhando para o chão, se recusava a ter que apenas aceitar o suporte de heeseung para subir os degraus da escadaria de sua casa. Heeseung teve que agarrar o braço de Jake e apoia-lo em seu próprio ombro.

Dentro de casa, heeseung acende as luzes dando visão ao local. Jake ainda calado observa em volta, era um quarto de cores neutras e muito bem organizado, na prateleira os vídeo-games e livros que haviam conversado anteriormente.

--- Senta aí na cama, vou ver se acho esparadrapo e algodão. --- Apesar da carranca, apenas obedeceu.

Heeseung fuça por alguns minutos em seu armário e então encontra algodões e um remédio para ralões, coisa que não usava há cerca de um ano. --- Acho que isso deve servir.

Heeseung então se agacha em frente a Jake em sua cama. Tira o agasalho fino do mesmo e em seguida puxa a barra da camisa branca manchada que estava por baixo, é impedido pela mão do menor.

--- O que acha que 'tá fazendo, Heeseung?

--- Finalmente me chamou pelo nome. --- Jake o encarou com suas orbes castanhas e cansadas. --- Como acha que vou cuidar disso sem lhe tirar a camisa? --- Jake não quis, mas teve que concordar.

--- O que é? Não pense em nada. --- Heeseung ri. Jake ainda confuso apenas cede, desajeitado, apertava os punhos contra o colchão.

Heeseung agora observava o corpo pálido de Jake, que já havia outras marcas de machucado por todo o tronco. Heeseung passa seus dedos gelados pelo abdômen de Jake, o fazendo arrepiar pelo toque inesperado.

--- Você que fez isso?

--- Não. Aqueles filhos da puta que... me faziam bullying. --- Jake dizia ainda sem manter contato visual.

O loiro por um momento pousou seu olhar sobre o tronco desnudo machucado de Jake, não imaginou que todos aqueles machucados viriam de agressões de alguns anos atrás. Como existem pessoas sujas a um nível de agredir alguém indefeso? Seu coração apertava em seu peito só de imaginar uma versão frágil de Jake no passado passando por tudo aquilo, aquele mesmo garoto fechado e rude em sua frente.

Heeseung molha o algodão no remédio e lentamente limpa o corte no abdômen do outro, com cuidado e leveza na mão.

--- Por que você sofria bullying? Não precisa responder se não quiser... --- Sorriu fraco. Desviou o olhar enquanto passava o remédio no corte. Heeseung ficou em silêncio, não esperando que o outro respondesse.

O único som presente no quarto era o tic-tac do relógio, o som dos automóveis abafados através da janela do quarto, e o pequeno suspiro que Jake deu.

O quarto era extremamente organizado, era exatamente típico de Heeseung. Livros de ficção espalhados pela prateleira, telas de quadros atrás da poltrona, papéis, lápis e pincéis na escrivaninha, junto de uma vela acesa, quase apagada mas que exalava um cheirinho leve.

--- Eles me batiam por eu gostar de garotos. --- Respondeu. Jake afundava ainda mais seus punhos cerrados no lençol da cama. --- Me falavam que eu iria crescer e apenas virar um garoto prostituto.

Heeseung parou o que fazia para olhar o rosto baixo de Jake, havia se surpreendido por Jake responder a pergunta, ainda mais pela confissão do garoto que nunca dizia nada sobre si mesmo. Podia sentir o peso daquela fala em suas costas. Piscou diversas vezes após perceber que sentia seus olhos marejados.

--- Eu sinto muito. Não tem nada de errado em gostar de garotos, Jakey. --- heeseung apenas termina de limpar a área e então coloca um curativo de esparadrapo na região. O maior então se levanta e em um gesto de impulso pousou sua mão sobre os cabelos negros do menor, levemente os bagunçando em um ato amigável.

--- Posso ir embora? --- Perguntou o sardento meio sem jeito. Heeseung sorriu de lado.

--- Está liberado, jake.

alone with you | heejakeOnde histórias criam vida. Descubra agora