Uma nova semana se inicia, agora jake teria de ir à terapeuta, mesmo que continuasse a odiar isso. O garoto acordava cedo para ir ao consultório e então logo depois seguir para as aulas.
--- Bom dia, Sim. Como se sente hoje?
--- Normal.
--- Certo. --- Sorriu gentil. --- Hoje preparei algumas perguntas e depois algumas coisas para descontrair, que tal?
A senhora que o atendia de cara havia percebido que Jake agora não havia uma carranca onde aparentava querer matar tudo e todos, mas continuava com o semblante triste.
--- O que tem feito esses dias? Algo de novo que queria contar?
--- Nada de mais. --- A senhora encarava Jake que parecia estar com o pensamento distante, o garoto percebeu o olhar em si após alguns segundos. --- Tenho conversado com um menino. --- As paredes pareciam sentir o alívio que saía do peito da terapeuta.
--- Que ótimo, e como tem sido?
--- Ele é um estorvo. Faz perguntas impertinentes. --- Jake dizia enquanto brincava com seus dedos.
--- Se realmente o incomodasse, você já teria o afastado, certo?
Touché.
Jake não respondeu.
--- Como é o nome deste garoto?
--- É o Lee. --- A terapeuta com sua feição calma esperava Jake prosseguir. --- Lee Heeseung. É do meu colégio.
--- Como você se sente em relação à ele?
--- Normal? --- Soou mais como uma pergunta. --- Ele é... Diferente de Sunghoon.
--- Isso é bom?
--- Sei lá. --- A terapeuta sabia que era. Jake ainda se recusava a falar sobre as coisas, então apenas negava tudo e se fazia de desentendido para evitar explicações e situações embaraçosas.
A dúvida ainda ressoava pela mente da terapeuta. O que houvera acontecido com Sunghoon e Jake? Eram próximos assim como Jake agora contava sobre Lee, mas desde então apenas ignora e evita o assunto.
--- E por que o chamou por Lee? --- Jake deu de ombros, enrolava os cordões de sua calça em seus dedos. --- Chamar pelo nome é um grande avanço e pode significar muito na amizade. Por que não tenta chamá-lo por Heeseung?
--- Não sei.
🍂
O sinal como de costume mais uma vez ecoava pelo colégio.
Heeseung agora guardava seus livros em sua mochila, e então seguia escadas a cima.Jake, ao vê-lo, apaga seu cigarro no concreto do chão. --- Oi.
Heeseung o encara. --- Acho que vai chover. --- Disse em tom de sarcasmo, Jake nunca o cumprimentava.
O menor então volta a olhar para o topo dos pinheiros que havia em volta da escola, um pouco distante dali.
--- A Sra. Chaeyoung disse para mim dizer oi as pessoas quando eu quisesse. --- Piscou.
Heeseung já se sentava ao lado do moreno, tirando de sua mochila dois sanduíches recheados de peito de peru e mussarela. --- E quem é essa?
--- Minha psiquiatra.
--- Não sabia que você conversava com as pessoas, esquisitão. --- Jake apenas o olhou e então aceitou o sanduíche. --- Qual é, você ainda não ri das minhas piadas. --- Heeseung disse entortando sua boca numa careta.
--- Talvez seja porque elas não têm graça.
Mentiu.
Heeseung achava que, no fundo do coração machucado e gelado de Jake, ele sentia algum pingo de empatia e vontade de rir de alguma coisa, nem que fosse de vez em quando.
Após alguns assuntos conversados, a noite já havia caído. hoje em especial os meninos conversaram por um tempo a mais, que fez heeseung ficar surpreso por jake aguentar tanto tempo sem o mandar embora.
Jake ainda não sabia se despedir, então apenas dava as costas e seguia rumo à sua casa, se perdendo pelas ruas escuras da noite.
Heeseung seguiu rumo à sua casa. Passou horas estudando e decidiu enfim tomar seu banho. Apenas pegou uma troca de roupas e dirigiu-se ao banheiro. Enquanto tomava seu banho imaginava sobre o que jantaria, mesmo que fosse tarde e pudesse o causar uma indigestão.
O garoto era acostumado a ficar acordado até algumas horas da noite a fim de estudar, principalmente nesse fim de ano onde havia, sem querer, acumulado trabalhos, seus pensamentos estavam em outro lugar, outro alguém.
Sentado em sua cama enquanto secava seu cabelo, ele sente seu celular vibrar embaixo do cobertor bagunçado, então o pega. Automaticamente largou a toalha em algum lugar por seu quarto, estava espantado demais para esboçar qualquer reação naquele momento.
Era uma mensagem de jake.
Heeseung há alguns dias atrás havia anotado seu número no celular do outro e então o dele no seu. Obviamente jake nunca o mandava mensagens, mesmo que heeseung sempre perguntasse sobre onde estava quando o outro sumia por aí.
[ Jake Sim]
|oi.
|[21:07]
pq caralhos vc tá me mandando |
mensagem a essa hora da noite?|
[21:08]|| lee
| [21:08]oi?|
[21:08]|
|ce ainda lembra de onde eu moro?
|[21:09]
eu acho que sim, por quê?|
[21:09] |Jake[21:15] |
Sim?|
[21:33]|Isso foi o bastante para que Heeseung começasse a se desesperar.
Porra, por que ele sumiu?
Depois de não muito tempo, Heeseung às pressas corre para a rua, procurando pelos quarteirões a casa de Jake.
Lee nunca chegou a entrar na casa, apenas vez ou outra acompanhou o outro. Nunca tinha prestado muito atenção na casa, a não ser a grande árvore de folhas secas em frente a mesma. Nesse momento era crucial heeseung se lembrar os mínimos detalhes.
Jake nunca havia deixado heeseung adentrar a sua residência, e certamente o mesmo também rejeitava a ir a casa do loiro.
Heeseung andava perdido pelas ruas do bairro, havia certeza de que não era tão longe, mas sentia que já estava dando voltas. Após andar em círculos algumas vezes, seus olhos enfim encontram a grande árvore citada. O garoto sem pausar sua corrida, mesmo cansado, corre para bater no portão da casa, que estava aberto.
Talvez fosse tarde demais.
Merda.
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alone with you | heejake
FanfictionLee Heeseung em suas idas e vindas ao terraço do colégio se depara com um ser baixo, moreno de olheiras fundas e cigarro entre lábios, Jake Sim. Heeseung estendeu-lhe a mão assim como fizera consigo há anos atrás, mesmo que o outro não se lembrasse...