SUA QUIRK: Borboleta - Possui a habilidade de voar graças as asas de borboleta que é capaz de criar flores e expelir veneno.
O auge da primavera convidava a jovem estudante a explorar todos os jardins abertos que seu físico aguentava. Em especial, aqueles onde as flores de cereja formavam enormes tapetes no chão. A menina vinha colhendo pequenas flores, que infelizmente morriam assim que chegava ao seu quarto. E isso a aborrecia.
- São só flores, você pode plantar elas! - Mirio deu de ombros, sem entender as lamentações da jovem colega de cabelos (c/c).
- Não tenho habilidades plantando. - Era um elfemismo que uma garota com quirk de borboleta não conseguia manter uma simples plantinha de quarto viva por mais de cinco dias. Aquilo era decepcionante para ela.
- Então compre uma sintética. - Ele não estava nem se esforçando, o que a fez suspirar enquanto focava apenas no seu almoço, sem perceber que alguém ao redor deles estava prestando atenção na queixa, e se perguntando como solucionar ela.
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- Já vai! - Embolada com os fones de ouvido conectados ao notebook que usava para estudar para as provas da próxima semana, correu aos tropeços pelo próprio quarto até chegar à porta.
Mas não havia ninguém.
Olhou para os dois lados do corredor, sem sinal de nenhuma presença, até que uma brisa despertou seu olfato com um cheiro doce. No chão, em cima do tapete bordado "Proibido a entrada do mau humor", um vaso, com algumas tulipas brancas. Ele estava com um laço lilás, mas não havia bilhete que indicasse quem foi.
Tomando para si que as flores eram para ela, levou o vaso para dentro do quarto e analisou o ambiente. Não havia uma prateleira vazia, repleta de livros de estudo e de ficção. A escrivaninha estava fora de opção, ela sempre derrubava alguma coisa ali quando estava estudando. Levando em conta que ela vivia tropeçando em tudo no chão, só restou...
A varanda.
Ela dificilmente ia lá, para manter o quarto climatizado, então não teria o risco de derrubar, tropeçar ou... Bem, matar as pobres flores. Deixando a delicada planta lá com muito cuidado, partiu para pesquisar tudo que a tulipa precisa para ficar viva.
Com isso anotado, resolveu que estava tarde o suficiente para ela poder dormir. E no dia seguinte, outra flor apareceu. E mais outra no outro dia, e outra, e de novo...
Bem, ela não tinha espaço para mais flores. E todas estavam vivas, por algum milagre.
- Isso é novo! Um avanço nas suas habilidades, talvez? - Nejire riu, levando a garota junto.
- Não, continuo sem conseguir manter as flores que crio vivas. Mas as que eu venho ganhando, todas ficam vivas. Sem excessão! E isso que eu não tô mais conseguindo cuidar de todas. - comendo uma parte do seu lamen, ambas se assustaram com o Tamaki quase zumbi se sentando com sua bandeja ao seu lado.
- Tá tudo bem? - Nejire tombou a cabeça para o lado, enquanto (s/n) mantinha um tom de preocupação ao por a mão sobre o ombro do moreno.
- Você parece com sono, tem dormido bem?
- Só estou cansado de estudar para as provas, nada demais. - Ele sorriu torto, e as meninas não tardaram em concordar. Os professores estavam pegando pesado na quantidade de matérias, e a coisa mais normal nos últimos dias era ver alguém do terceiro ano andando como um zumbi pelo dormitório de madrugada.
Os comentários passaram a ser sobre a matéria da prova de matemática desta tarde, e logo o mistério das flores que não morrem se tornou só uma lembrança do almoço.
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Já estava ficando de cabelo em pé só de pensar em sua nota. Havia ido mal na prova, e sabia bem disso. Não conseguiu chegar a conclusões exatas em nenhuma conta, esqueceu diversas fórmulas e tudo devido ao nervosismo.
Sabendo que não ia conseguir dormir nem tão cedo nesta noite, colocou uma série em seu notebook e se deitou confortável na sua cama, tentando se distrair das preocupações estudantis.
Estava no quarto episódio seguido quando um barulho na varanda despertou ela de um cochilo. Assustada pensando ser algum bicho movendo seus vasos, e com medo de ter quebrado algum, correu para o lugar, mas recebeu uma surpresa ao alcançar o exterior.
- Amajiki? - o garoto paralisou com sua voz. Trajado com um pijama listrado, e com tulipas recém colhidas em uma mão, enquanto a outra tirava as outras do vaso.
Isso explica muita coisa.
- Então é você que me enviou as flores? - Rindo da situação, assistiu o garoto suspirar e se levantar derrotado, coçando nuca para evitar o seu olhar. - E que está mantendo elas vivas?
- É que... Você gosta de flores. - ele falou baixo, corando.
- Isso é fofo da sua parte. - O sorriso dela combinado com a frase fez o coração do garoto ter um sobressalto. - Mas você não devia estar fazendo isso, tá atrapalhando seu sono!
- E-eu só... - olhando as flores que ainda estavam em suas mãos, ele suspirou derrotado. - Queria que alguém que eu gosto, gostasse de algo que eu fiz.
A surpresa preencheu a menina, mas isso a fez apenas sentir um quentinho no coração com as palavras do menino. Não podia negar que partilhava do mesmo sentimento, e que ele tinha sido mais fofo do que ela esperava.
- E eu fico feliz que alguém que eu gosto se importa comigo a esse ponto. - o menino corou ao ouvir isso, mas não pode deixar de sorrir animado com a reciprocidade.
Iriam devagar, assim como o crescer uma cerejeira, mas no fundo todos já sabiam, que na próxima primavera, seriam a árvore das mais belas flores.
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Borboletas Amam Flores • Tamaki Amajiki
Fanfic❝ Onde as flores que Tamaki tanto colhe vão parar de forma mágica no seu dormitório ❝ - ONE SHOT