Maldição.

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[Notas da Autora]

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Elowen se lançou contra a porta de madeira com todo o peso do corpo, mas não foi o suficiente. O homem do outro lado a empurrou facilmente para longe e abriu a porta o bastante para entrar.

O ar gelado do outono entrou com ele. Sua expressão era severa e não se suavizou ao ver a mulher dentro da casa, com grandes olhos castanhos e cabelo cacheado em um tom brilhante de laranja, do outro lado da cabana. Uma mão dela estava erguida, brilhando com uma chama verde esmeralda, a magia faiscando no ar.

- Eu te disse para ficar longe! - Sua voz era firme, mas seus olhos traíam o medo, cheios de lágrimas.

Ele não demonstrou medo. Fechou a porta suavemente atrás de si e olhou ao redor.

O lugar era aconchegante, envolto em uma atmosfera repleta de fragmentos de magia. Velas de diferentes tamanhos e cores iluminavam o ambiente com uma luz suave e dançante. As paredes de madeira escura estavam repletas de plantas e prateleiras cheias de bugigangas mágicas.

O mobiliário era rústico, feito de madeira entalhada à mão, com almofadas e mantas de tecidos grossos e coloridos. Tapetes macios cobriam o chão de tábuas, abafando os passos e adicionando uma sensação de conforto.

Uma grande mesa de madeira no centro da sala estava coberta de livros antigos, pergaminhos e objetos mágicos, como cristais, varinhas e caldeirões. No canto, ao lado da mulher, uma lareira crepitava, espalhando calor e luz, com um caldeirão suspenso sobre ela, emitindo um cheiro reconfortante de ervas e especiarias.

Se não fosse pelo brilho que emanava das mãos da mulher, aquele chalé seria o suficiente para revelar o que ela era.

- Relaxa, bruxa - Ele falou, seu tom de voz era ameaçador mesmo quando ele não tinha intenção - Não precisa ficar assustada.

Os olhos penetrantes de Elowen estudaram cada detalhe do recém-chegado com cautela. Diante da imponente presença do homem à sua frente, era difícil não sentir um calafrio de medo percorrer sua espinha. Bastava um olhar rápido para concluir que ele não era humano, mas sim uma criatura mágica.

Seus olhos brilhavam em um tom vermelho intenso, contrastando com sua estrutura corporal robusta. Seu torso nu estava marcado por cicatrizes, testemunhas silenciosas de batalhas passadas e perigos enfrentados.

- O que você é? - Ela perguntou, incerta se a informação poderia ajudá-la em caso de ataque. Saber se ele era um vampiro poderia lhe dar alguma vantagem em um confronto.

- Isso não foi educado - Ele provocou, puxando uma das poucas cadeiras do ambiente para se sentar perto do fogo - Você não deveria perguntar meu nome primeiro?

Seu cabelo loiro reluzia sob o brilho esverdeado da magia da bruxa, enquanto sua pele parecia translúcida e macia.

- Também não foi educado invadir a minha casa à força - Retrucou com irritação.

Ele a encarou com interesse. Os olhos vermelhos percorreram o corpo da bruxa, focando principalmente nos cabelos. Ele nunca tinha visto cabelos tão brilhantes.

- Não vim machucar você, bruxa, se esse fosse meu objetivo você provavelmente já estaria morta.

Ela franziu o cenho, e o fogo mágico em suas mãos crepitou, sinalizando sua irritação crescente. Sentir-se menosprezada era tão irritante quanto a invasão à sua casa.

- O que você quer?

Ele puxou a outra cadeira e a empurrou em direção a bruxa.

- Tenho uma proposta.

Ela lançou um olhar fulminante para a cadeira, deixando claro que não cederia um centímetro sequer. O brilho esverdeado do fogo mágico em suas mãos cresceu em intensidade, refletindo sua determinação. O homem a encarou durante todo o processo, sua expressão se fechando ainda mais a cada segundo que passava. Finalmente, ele desistiu da tentativa de intimidação e começou a falar.

- Estou amaldiçoado, uma maldita bruxa me enfeitiçou e agora não posso mais assumir minha forma ancestral.

A mente dela brilhou com a nova informação, era um lobo, ou melhor, um lobisomem.

- Quer reverter a maldição? - Ela perguntou, ele assentiu com a cabeça.

Elowen sacudiu a mão, extinguindo o fogo mágico, e a apoiou na cintura. Seus olhos percorreram o corpo dele; geralmente, maldições deixavam marcas visíveis em suas vítimas. Ele percebeu o olhar e, com um gesto, mostrou a parte interna do antebraço, marcada por uma mancha escura no formato de uma mão.

Com cautela, ela se aproximou, observando a marca com atenção. A beirada da mancha estava arroxeada, indicando que ainda doía. Desfazer uma maldição dependia muito da habilidade da bruxa que a lançou e da habilidade da bruxa que a desfaria. Por sorte, Elowen tinha confiança de que poderia resolver aquela situação.

Mas ela deveria?

- O que eu ganho em troca? - Levantou o rosto, com o cenho franzido.

O lobisomem soltou um suspiro irritado, estreitando os olhos para ela.

- O que você ganha em troca? - Repetiu a pergunta com sarcasmo - Não mato você, é isso o seu prêmio, bruxa.

Os olhos dela faiscaram com um brilho esverdeado, indicando que o medo havia desaparecido por completo.

- Uma maldição forte o bastante para impedir que você assuma sua forma ancestral? É provável que te mate em algumas semanas, não antes de te tirar todas as suas forças - Sorriu com sarcasmo - Reverter essa maldição não vai ser fácil, eu não farei isso para alguém que nem conheço sem nada em troca.

Ele estava surpreso com a audácia da bruxa. Não estava acostumado a ser desafiado por qualquer criatura, muito menos por uma que parecia tão indefesa. Os dois se encararam em silêncio, o único som no chalé sendo o crepitar do fogo na lareira. Ele ponderava suas opções, considerando se deveria castigá-la pela ousadia ou se simplesmente aceitava que não tinha escolha a não ser ceder.

- O que você quer? - Ele perguntou, mostrando que não estava se dando por vencido, mas estava disposto a considerar dependendo da complexidade do pedido.

A bruxa passou a mão pelos cabelos e caminhou para longe dele, alisando o vestido preto, perdida em pensamentos. Após um momento de reflexão, virou-se para ele.

- Preciso que mate alguns caçadores para mim - Disse com seriedade - São humanos e não tem respeito pela flora ou fauna, estão afetando a ordem natural.

Ele estava genuinamente interessado. Já tinha ouvido falar que as bruxas eram guardiãs das florestas e trabalhavam pelo equilíbrio da natureza, mas nunca tinha conhecido uma bruxa que realmente seguisse esses valores ancestrais. Geralmente, as bruxas usavam suas habilidades para benefício próprio, sem se importar com as consequências para o mundo ao seu redor. Era refrescante encontrar alguém que parecia genuinamente comprometido com a preservação da natureza e com os princípios mais antigos de sua linhagem.

- São quantos?

- Cinco.

Ele coçou o queixo por um momento e perguntou.

- Qual o seu nome, bruxa?

Ela virou o rosto de leve, apoiando as mãos no encosto da cadeira na frente dele.

- Elowen, apenas.

- Sou Bakugou Katsuki, e aceito sua proposta.

The Witch and the Wolf [BakugouxOC]Onde histórias criam vida. Descubra agora