One.

9 2 2
                                    



                                     
                                   Julia

O movimento da minha confeitaria vêm aumentando desde ás últimas semanas. No início, pensei em desistir, achei que não seria possível pagar o aluguel do meu apartamento, conciliar com as despesas pessoais e do estabelecimento. Mas graças as divulgações que temos feito, está trazendo novos clientes até nós.

"Nós" me refiro a mim, e a minha melhor amiga, Alessandra.
A conheci pela internet, através de grupos do nosso time do coração, e desde lá, mantemos contato. Foram alguns anos planejando a vida que estamos construindo hoje. Saí do interior e vim apostar tudo que tinha aqui, com a "cara e a coragem" como dizem. 
Minha melhor amiga me apoiou em meu sonho, e está me ajudando aqui nos horários livres, até tudo se estabilizar e eu conseguir contratar funcionários.

Tiro a última forma de cupcakes do forno e coloco sobre a bancada.

— Que cheiro bom! — Ela se aproxima olhando o que acabara de sair do forno.

— Você de novo aqui? — sorrio. — Amiga, a cada cinco minutos você aparece nessa cozinha quando sai algo do forno.

— Teste de qualidade, Julia!

— Ah certo, certíssimo. — debocho.

— Além de boa amiga, sou boa funcionária. Não deixaria seus clientes comerem qualquer coisa.

— "Qualquer coisa", Alessandra?! — Ergo minhas sobrancelhas esperando a sua resposta.

— hum...— Ela parecia procurar alguma resposta pra minha indagação até um cliente adentrar a confeitaria. — O dever me chama, chefinha! —  Ela solta um sorriso indo até o balcão e eu nego rindo.

Ela faz minha vida mais divertida, desde que a conheci.

Fui conferir os recheios dos cupcakes e escuto conversas agitadas lá fora.

— Não acredito! — A voz dela estava bem animada. — Devo estar vendo coisas, não é possível! — Ela insistia em não acreditar no que quer que seja que estava diante dos olhos dela.

     

                             Richard

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                             Richard

Sorri pra moça que estava me atendendo na confeitaria que acabei de entrar. Ela parecia bem animada e incrédula de me ver ali, normalmente isso acontece bastante. Não é me gabando, mas o Palmeiras me proporcionou uma visibilidade que eu não tinha ideia que teria um dia.
Recebo muito carinho, e muitos gritinhos como esses que ela está soltando agora.

— Cara, você é muito foda! — Ela bate palminhas e eu sorrio de lado, um pouco tímido. Só queria um brigadeiro brasileiro após um dia BEM estressante e recebo quase que uma declaração.

Muito obrigado, de coração! — sorrio mais uma vez. — tem...

Sou interrompido antes mesmo de terminar minha pergunta.

— Minha amiga precisa saber que você está aqui. JULIA! — Ela grita.

Mais uma fã a caminho... maldito brigadeiro!

A moça vem rapidamente, olhando a amiga conferindo se está tudo bem.

— Que foi, Alê. Machucou? O que houve?— ela pergunta preocupada.

Acabo de saber o nome da minha fã. "Alê".

Ela aponta para mim sorrindo e finalmente vejo o rosto da moça que veio quase como um flash ver a amiga.
Ela estava com o cabelo amarrado, uma faixa rosa no cabelo que combinava com seu avental sujo de farinha.

Ela me olha surpresa, mas não ao ponto de dar pulinhos como a Alê.

— Olá, bem vindo! Desculpa... — Ela olha para a amiga eufórica e eu apenas assinto.

— Tudo bem. — Digo a ela.

— No que posso te ajudar? — ela apoia as mãos sobre o balcão e eu perco um pouco o foco, ainda observando-a.

Cheguei aqui querendo brigadeiro, e talvez eu queira um beijinho agora...

Repreendo meus pensamentos e olho para a vitrine.

— Um pedaço de bolo de chocolate — Olho para ela novamente - E um café.

— Para viagem?

— Irei comer aqui, e quero dois brigadeiros para a viagem. Não posso extrapolar tanto a dieta. — sorrio e ela assente sorrindo também. Que sorriso bonito.

Sweet Love - Richard Ríos. Onde histórias criam vida. Descubra agora