Capítulo Único

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***Importante: essa história contém gatilhos de abandono, pensamentos su1c1das e depressão. Então leia somente se sentir que não será algo prejudicial à sua saúde mental, tudo bem?

 Então leia somente se sentir que não será algo prejudicial à sua saúde mental, tudo bem?

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"Você vai mesmo desistir?"

"..."

"Fraca."

"Eu não sou fraca... eu só não aguento mais essa dor..."

"Fraca."

"Cala essa boca! Você deveria me apoiar."

"Esse não é meu trabalho."

"Pra que você serve então, além de me deixar ainda pior?"

"..."

"Vai, fala! Você não quer me fazer esquecer dessa ideia?"

"Eu sempre vou ser o contrário do que você espera de mim."

"Por quê?"

"Porque meu trabalho é te mostrar a pior parte de você."

"Que trabalho horrível..."

"Eu sei, mas alguém tem que fazer."

"Então se você me acha uma fraca, é porque devo ser mesmo..."

"Mas você também é forte."

"Pera aí... seu trabalho não era apenas me mostrar as piores partes de mim? Como alguém fraco também pode ser forte?"

"Nenhum ser humano é capaz de reconhecer suas forças sem antes conhecer suas fraquezas, e eu tô te dizendo... você é forte. Mais forte do que imagina."

"Mas como eu faço pra encontrar essa força? Os últimos dias têm sido tão... difíceis... tô tão sozinha de novo... tô começando a achar que não mereço o amor dos outros."

"Só tem um jeito. Você precisa matar uma parte de você."

"Como assim?"

"Humanos geralmente têm medo da morte, qualquer morte. Vamos pensar na morte como um conceito mais amplo e filosófico, onde, para viver, é preciso passar por inúmeras mortes. Você se lembra quando estava no jardim de infância, e aquelas meninas tiraram o brinquedo de você?"

"Sim. Me senti horrível."

"Naquele momento você vivenciou uma morte. Lembra quando sua mãe te esqueceu trancada no carro? Ali foi outra. A verdade é que vocês colecionam inúmeras pequenas mortes no decorrer da vida, e todas elas formam quem vocês são. Sua personalidade, seus medos, a maneira como lidarão com seus problemas."

"Mas mesmo vivendo todas essas mortes, ainda continuo me sentindo fraca..."

"Isso porque você nunca realmente vivenciou suas mortes de maneira mais clara. As pequenas mortes já aconteceram, e elas te traumatizaram. Te fizeram se prender à dor e ao sofrimento. Você cresceu e continuou se apegando a elas, culpando todos ao seu redor, principalmente seus pais."

Uma Pequena MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora