Capítulo 1

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1 ano depois

Eu sempre achei que todo mundo tinha o seu fardo para carregar na vida, mas, olha... Acho que Deus pensou que eu era algum jumento ou burro de carga, porque essa porcaria de fardo tá acabando comigo.

Claro que eu não vou ser ingrata, afinal, tenho casa, comida, uma prima incrível e, em breve, espero ter um emprego. Se parar pra pensar, isso é mais do que muita gente tem, porém, cada um sabe das suas dores, ou como mamãe dizia: "cada um sabe onde o calo aperta", e essa merda de calo apertando pra caramba.

Exagero da minha parte? Talvez. Mas não consigo me conformar que faço parte da população que sofre de fibromialgia. Como Lavínia sempre diz: ah, mas até a Lady Gaga tem! A diferença é que ela é rica e pode pagar por vários tratamentos, enquanto eu fico aqui, deitada em posição fetal e... Mentira, mentira. Eu tô aqui deitada porque passei a manhã toda procurando emprego e não achei nada, pois, segundo as escolas onde fui, "sou recém-formada e preciso ter experiência". Como eu vou ter experiência se ninguém me contrata, gente? Isso é, no mínimo, bizarro. Contudo, eu já deveria ter me acostumado. Sou tão azarada que deveria vir com uma placa de perigo colada no meio da testa.

Estou divagando e me assusto quando a porta do apartamento se abre. Lavínia, minha prima, acaba de chegar e pela sua cara, o dia dela não saiu como o planejado.

— Que susto, Lav — falo um pouco sem ar, para então encará-la com o cenho franzido. — Você não iria chegar mais tarde?

Lav é minha prima, mas eu a considero minha irmã. Nossa mães eram irmãs inseparáveis e apesar de termos alguns anos de diferença, essa doidinha sempre me defendeu de tudo. Após a morte da minha mãe e a descoberta da doença, Lavínia me convidou para vir morar com ela, para estudar e ocupar minha mente, e confesso que essa foi a melhor ideia que ela teve. Hoje sou formada em pedagogia e tenho certeza que em breve deixarei de ser uma recém-formada desempregada e me tornarei uma feliz professora. Ou babá. Ou qualquer coisa que envolva crianças, o importante é trabalhar, pois não quero ficar sendo sustentada pela nossa família, já que os pais da Lavínia e o meu sempre nos ajudaram, apesar de terem decidido permanecer no interior quando viemos para a capital.

Na verdade, meu maior objetivo no momento é ter o meu próprio dinheiro, ter as minhas coisas e, principalmente, pagar um tratamento decente, pois é quase impossível ter qualidade de vida sentindo dor até o último fio de cabelo.

— Tá me ouvindo, Lau? — minha prima pergunta e assinto, saindo das minhas divagações.

— Tô, Lav. Mas me conta, o que aconteceu?

Levanto-me do sofá e a sigo para a cozinha, a ouvindo falar sobre como flagrou o namorado, que acaba de se tornar ex, transando com a amiga dela. E também fala sobre um caipira gostoso que bateu com um trator no seu carro.

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⏰ Última atualização: Apr 12 ⏰

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O recomeço do viúvoOnde histórias criam vida. Descubra agora