Capítulo 1

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Enquanto o elevador desce no seu ritmo, fico genuinamente surpreso com quem vou encontrar na recepção para me matar. Levando em consideração que faz meses que não saio com nenhuma mulher, não sei quem pode ser a tal jovem que veio me procurar.

Olho para meus pés descalços e solto um longo suspiro.

Eu estava realmente em um sono muito bom.

Assim que as portas do elevador se abrem, saio calmamente, determinado a matar a tal jovem que ousou me acordar em plena madrugada de sab...

Meus pés param abruptamente, chocado demais para continuar.

Não.

Só pode ser brincadeira!

Eu estava esperando qualquer pessoa, menos a minha meia-irmã.

Ex meia-irmã.

Droga, nem tenho mais certeza de nada.

Sentada em uma poltrona, está Megan. E como a recepcionista disse, segura um sapato em uma das mãos enquanto o outro está ainda em seu pé.

Megan está distraída demais contando as flores em um ramo para me notar. Aproveito isso e vou até a recepcionista.

— A quanto tempo ela chegou?

A ruiva levanta o olhar da tela do computador e lança uma olhadela para minha mais nova convidada.

— Uns quarenta minutos.

Assinto.

— Vou supor que você estava tentando se livrar dela, e como não conseguiu, finalmente ligou para mim. Estou certo?

A mulher ajeita a postura.

— Ela não tinha o nome na lista e está bêbada. Segui o procedimento.

Assinto novamente.

— Tudo bem.

Não adianta discutir, ela realmente está certa.

Mas pensar em Megan aqui sozinha nesse estado me deixa muito puto. Com ela. Com a recepcionista. Comigo mesmo por nunca ter pensado em colocar seu nome na lista de visitas.

Me aproximo dela e o cheiro do álcool não deixa dúvidas que passou a noite toda bebendo. Eu nem sabia que ela bebia.

— Se vai cometer um assassinato, devia ao menos estar sóbria.

Ela tira os olhos das flores e o pousa em mim.

Meu estômago se embrulha na mesma hora, o ar foge dos pulmões e minha respiração se torna mais pesada.

Odeio o efeito que ela me causa.

Megan se levanta, mas não se lembra que não está com os dois sapatos no pé e tomba de lado. Seguro-a antes que vá para o chão e o toque quase me queima.

Me faz querer queimar.

— Eu... — as palavras saem emboladas e quase não consigo entendê-las. — Eu vim brigar com você. Dizer que te odeio.

Ergo uma sobrancelha em sua direção.

A minha perfeita, educada e brilhante meia-irmã veio brigar comigo?

Que surpreendente!

— Ok, vamos fazer isso onde não tenha câmeras. — aponto para o salto alto em sua mão — Não podemos deixar provas que te incriminam, certo?

Ela franze o cenho, seus olhos azuis completamente desfocados.

Porra, ela é linda demais!

Afasto quaisquer pensamentos sobre ela e seguro sua mão, fazendo-a me acompanhar até o elevador.

MINHA MEIA-IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora