𝓞𝓼 𝓯𝓲𝓷𝓼 𝓳𝓾𝓼𝓽𝓲𝓯𝓲𝓬𝓪𝓶 𝓸𝓼 𝓶𝓮𝓲𝓸𝓼

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Recomeço, uma das melhores dádivas que a Mulher pode ter. Não podemos controlar as circunstâncias em que existimos, mas se alguém te desse uma maleta roubada com mais dinheiro do que você consegue imaginar, você não usaria isso para sumir e recomeçar em outro lugar? Talvez a resposta dependa do quão miserável é a sua situação e do quanto você gostaria de nascer de novo.

Para Julie é um sim.

E ela conseguiu. Não uma maleta generosamente oferecida, mas para quem acredita que os meios justificam os fins, jamais imaginaria ter o que tem de outra forma.

A jovem se debruçou sobre a mesa com um sorriso sincero enquanto observava a seguinte cena x aquela cena. Uma casa clara, com a luz iluminando cada parte da cozinha, dando um efeito sonhador para tudo aquilo. A jovem Belle, de 22 anos com o cabelo loiro de revista e uma maquiagem irreal de tons rosados e glitter em plena 8 da manhã, o corpo não conseguia evitar mexer em algumas batidas, montava cada kimbap perguntando os ingredientes que cada uma iria querer mostrando a normalidade de quem foi criado sempre com opções. O volume alto fazia com seu tom de voz doce demais não fosse ouvido em alguns momentos, fazendo ela pressionar os lábios frustrada mas logo rir e bater com uma colher de pau na terceira habitante daquela casa balançando o traseiro com a música.

Natty deu um grito e revidou com um tapa na bunda no shorts de cetim cor de rosa da loira que ficou rindo chocada. Logo os tons de rosa foram tapados pelo corpo da mais velha, abraçando ela por trás com o seu sutiã sem bojo e shorts de pijama com um tecido fino que veio do guarda-roupa da mais velha, Julie. Tudo nela transpirava sensualidade, como se ela nem sequer tivesse que tentar. Se um homem viesse na nossa porta, ela confiantemente iria atender, e ele ficaria rapidamente de pau duro pelo formato dos seios salientes no sutiã e pelo shorts apertado e minúsculo e de alguma forma ela teria um novo subordinado. O corpo dela era fenomenal para uma coreana de 23 anos, volumoso nos lugares certos como seios e nádegas e o cabelo preto criava o contraste perfeito na sua pele junto com um rosto que podia ir de inocência para saliencia.

–Hey, o aluguel de vocês também vai subir? –Todos os olhares foram em direção a mais nova dali, olhares assustados que não a afetaram. – Vários senhorios estão aumentando, eu não sei bem o motivo mas sei lá... Não deve ser diferente para vocês.

Belle e Natty olharam para Julie, a mais velha era quem cuidava de todos os assuntos com o senhorio pessoalmente, sem deixar nenhuma das duas se encontrar com ele. O que obrigou uma resposta dela:

–Eu recebi uma mensagem dele, nada de mal vai acontecer. Os valores vão continuar iguais. –JUlie sorriu.

–Não foi o que pareceu, você também pareceu assustada. – A sinceridade dos adolescentes.

Haneul ainda estava na escola, com 17 anos, quase 18, com todo o comportamento rebelde e dramático por dentro de um rosto delicado e aparentemente apático. Pode ser que por isso que não se sentia vista por muitos e não importa quantas mensagens de "Hey, você é nova, tem ainda tantas oportunidades! Você pode sair daqui! Você pode não ser influenciada por essas pessoas!" parecia cliché, então ela só continuava no celular e com os fones de ouvido. Apenas parecia ouvir o que lhe convinha e apenas comentava o que achava correto. Enfim, fase complicada.

Mas para aquelas pessoas da cozinha, ela continuava tendo o seu raio de luz, com o seu cabelo extremamente claro, seu rosto de bebê, suas roupas largas e descoladas. Lembrava a todas dos seus melhores anos, os anos que mudaram tudo e transformaram em quem elas eram. Por isso Julie convidava Haneul para ficar na casa sempre que quisesse sair do ambiente tóxico familiar, era como uma irmã mais nova que ela deveria proteger para que não seguisse o mesmo caminho que ela quando algum problema surgisse. Aquele lado da cidade simplesmente não era para garotinhas que acreditavam saber mais que todo mundo.

Kim is a Bitch - [Kiss of Life]Onde histórias criam vida. Descubra agora