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-Você sabe que eu realmente gosto de você? - perguntei.

Recebi como resposta um leve balançar da cabeça dela, afirmando minhas especulações.

- Eu estou apaixonada por você - confessou -me num sopro de coragem e astúcia - E eu não quero mais ficar me escondendo, ou escondendo o que eu sinto, ou medindo palavras quando as pessoas falam a seu respeito perto de mim. Não quero ficar sem graça se te olhar demais enquanto você treina as RiverVixens, eu quero na verdade levantar e gritar, e te animar e deixar que todo mundo saiba que eu tô com você, pra valer e que nós somos...

- "Um casal"? - debochei desenhando aspas no ar.

Senti um arrepio assim que o dedo indicador de Verônica deslizou pelo meu queixo indo em direção a minha orelha.

- Você não quer viver isso? Pelo menos uma vez sem se preocupar com o que os outros vai pensar?

A resposta dentro de mim ecoava forte e era "mais do que tudo na vida".

- Você não quer me dizer nada, Betty?

Mergulhada naquele olhar sublime da jovem serpente, li seus lábios se movendo lentamente, carnudos e umedecidos por sua saliva convidativa

-Se você falar que não me quer eu juro que sumo da sua vida e nunca mais incomoda você.

Aquilo me pareceu sério. Os cabelos molhados de Verônica grudaram nas minhas mãos assim que coloquei as duas, frias, em volta de seu rosto moreno.

-Eu não quero perder você, Verônica.

Foi a última coisa que lembrei de ter dito antes de grudar nossos lábios um no outro. Inalei um suave aroma de menta, deve ser de algum cigarro que ela tenha fumado antes de chegar aqui para diminuir a tensão O gosto da saliva dela era uma mistura de essências um pouco adocicada mistura de essências, um pouco adocicada mas ainda sim, quente e me deixava excitada. Nunca tinha beijado alguém com lábios tão macios. Aquela carne sedosa deslizava sobre minha boca, despejando curtas mordidas dentro das lacunas de tempo entre beijos e suspiros, chamegos e dengos, sorrisos e malícia. A pureza em seu olhar desaparecia conforme minha mão, repentinamente, descia pelas costas de Verônica, sentindo as gotículas de água que molhavam sua jaqueta de couro. Tateei o formato da cobra bordada ali e continuei descendo até sua lombar, onde disparei um apertão. A serpente gemeu em minha boca, o que me fez sorrir em seguida. Olhei para os lábios dela em poucos segundos que consegui afastar nossos rostos e percebi que Verônica estava com lábios borrados devido ao meu batom vermelho sangue. Ri.

-O que foi? - indagou-me curiosa, colocando seu cabelo para trás dos ombros

- Você tá toda suja de batom. Nem sei porque eu tô de batom vermelho dentro desse barraco. Deveria poupá-lo para usar somente em lugares que me mereçam - Resmunguei

Verônica revirou os olhos.

- Você é linda, Betty Cooper - Elogiou-me limpando minha boca em seguida.

Um suspiro saiu de meus lábios descontroladamente assim que novamente mergulhei no seu olhar suave e castanho. Da cor da terra, tão pura e forte quanto ela.

Naquele segundo, eu tomei uma decisão apesar de toda resistência, implicância e incompatibilidades, eu queria ser dela.

Betty Cooper estava apaixonada por uma mulher uma mulher Mafioa , uma assassina. Maloqueira, de gangue, que fez um pacto de sangue com um bando de velhos barbudos e gente estranha.

Mas nada disso importava agora.

Apenas a beijei novamente mas dessa vez, joguei pela janela todo pudor que carregava nos pesados fardos sobre meus ombros

Amor Proíbido ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora