"Isso não muda nada" | PARTE UM

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EDUARDA PEREIRA

Quando eu era pequena, eu acreditei por muitos anos que iria achar o príncipe encantado, na real que, a maioria das meninas imaginam isso quando são pequenas.
Eu encontrei o meu "príncipe"
Ele era bem desengonçadão
Tinha uma risada totalmente escandalosa
Seu passatempo favorito era irritar as pessoas
Mas, sua característica mais marcante era o seu dom em campo. O Richard era assim, onde ele via uma bola de futebol, ele corria para se juntar.
Sua mãe, Carla Montoya e minha mãe Anastasia Pereira se conheceram em uma viagem para Buenos Aires no final de 1999, Leonardo tinha seus 3 anos e Carla estava grávida (do Richard)
As duas criaram uma amizade inseparável, e nossas férias até os meus 15 anos foram inesquecíveis. Em julho, Richard e Taty vinham para o Brasil, passavam aproximadamente duas semanas no inverno de Curitiba. E nos finais de dezembro, sempre íamos para a Colômbia para aproveitar o verão.
Aos meus 15 anos, passamos quase que dezembro inteiro em Barcelona com os Rios. No dia 5 de janeiro, quando completei 16 anos, Richard decidiu me levar para uma festa na casa de um amigo que ele tinha feito no inicio da viagem. A noite foi incrível e pela primeira vez eu senti um clima entre nós dois (Era o que eu imaginava) Rios apontou para a escada e indicou que iria subir, em algum momento, pensei que estava insinuando para que eu subisse atrás dele.  Mas, quando entrei no carro, vi Richard em cima de uma garota na cama, tomei a decisão mais madura que consegui pensar: nunca mais olhar em sua cara

— Ei, amiga - Taty se aproxima e senta na cama — 'Tá tudo bem? - Assinto com um sorriso forçado — Minha mãe me ligou, disse que iriam vir para o Rio de Janeiro para ficar na casa do Léo

— Tatyana, eu já falei que passar as férias com

— Pelo amor de Deus, amiga - Ela me interrompe e se levanta — Isso não é férias, a gente não tem mais 15 anos e seu rolinho com o Richard não passou de uma ilusão que você criou - Encaro a garota — Qual é? Você 'tá cinco anos inventando desculpas para não encarar o meu irmão, você conseguiu fazer isso por um ano quando ele estava morando aqui no Rio de Janeiro. E de qualquer forma, você não vai conseguir inventar desculpas

— Ué, por que?

— Ele vai ficar aqui em casa, ele aceitou dormir uma semana no sofá

— Eu juro que eu te mato, garota - Me levanto indo para a cozinha e vejo duas malas na porta e Tiffany me encarando com os olhos arregalados

— Você vai ir embora? - Encaro a uruguaia

— Essas malas são minhas - Escuto umas voz que seria tecnicamente impossível de não reconhecer — Quase pensei que não iria te ver nem na sua própria casa - Antes mesmo que eu consiga me virar, Richard joga seu corpo na minha frente e fixa seu olhar no meu

— Ela 'tá de ressaca - Taty coloca a mão no meu ombro — Ela demora um pouco para processar

— Ressaca? Hoje é terça feira

— Vida de universitária, querido - Finalmente algo sai da minha boca — E quase que você não me vê. Quando eu tava pensando em fugir, você chega - Ele lança um sorriso e passa a língua nos lábios

— Você não muda mesmo, né? - Nego e ele me puxa para um abraço que eu quase não retribuo

— Enfim - Taty empurra o corpo do Richard para trás — Se arruma rapidinho porque precisamos ir correndo para a casa do Leonardo almoçar

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⏰ Última atualização: Apr 15 ⏰

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TALVEZ UM DIA - RICHARD RIOS MONTOYAOnde histórias criam vida. Descubra agora