Pequeno Encontro

Cabelinhos

O pequeno agora respirava tranquilo no colo de seu amigo enquanto o homem passava a mão por seus cabelinhos, afastando os cabelos molhados de sua testa.

Eles só estavam quietinhos ouvindo o som da respiração e do coração batendo em sincronia naquele parquinho vazio.

Logo, a voz do homem começou a pairar no ar, uma doce melodia que refletia as tantas sensações que passavam na mente dos dois.

O pequeno não conhecia a música, mas cada palavras, cada frase soava tão verdadeira e o acalmava ainda mais.

"E todo dia! via como ele via, o sonho que eu já tinha, de uma vida melhor..."

A voz do homem era tão relaxante, a música tão certeira que naquele momento dles se entendiam completamente.

E realmente, tudo o que acontecia na música acontecia entre eles. A luz da lua, o aconchego, como eles viam e imaginavam o mesmo futuro.

Após encher o ar com a sua voz o homem o olhou profundamente em seus olhos, passou novamente a mão em seu rosto e em seus cabelos:

"Leãozinho... Liam, vêm morar comigo! Não quero mais ficar longe de você, passar dias preocupado sem saber como você está, eu quero ficar com você, cuidar de você, te dar bom dia, boa noite, falar que te amo... eu preciso de você Liam e sei que também precisa de mim."

Era verdade, a mais pura verdade, eles precisavam um do outro, não de forma física, mas de forma emocional. Liam era o único que aliviava a alma do homem e o fazia acreditar na pureza, o homem era o único que cuidava de Liam e afastava sua tristeza.

"Liam pode? Pode mesmo morar com o homem?"

Seus olhos brilhavam, sua boca tremia, se aquilo fosse novamente um sonho, ele se recusava a acordar.

"Sim Liam, você pode, não só pode como deve"

O pequeno chorou, agora em extrema felicidade, abraçou o homem até não poder mais, até esse pedir para parar pois estava ficando sem ar, o homem acaricou o cabelo do menor e disse:

"Então, eu Benjamim, sob a luz da lua me conprometo a cuidar de você pelo resto da vida, todos os dias, para todo o sempre."

O céu brilhava, iluminando o rosto choroso a sua frente, tão delicado e inocente. Agora não eram só amigos, eram amigos para toda a vida.