Será que poderei encontrar um lar ?

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Na calada do repouso, a mente vagueia,
Entre lençóis, a alma se desnorteia.
Um instante de pausa, um sopro de desassossego,
Revela que este leito não é o seu apego.

A faca cravada, a dor a transpassar,
Enquanto olhos observam, sem compreender o pesar.
A empatia desvanecida, num gesto superficial,
Enquanto a ferida sangra, profunda e real.

Cansada, sem ancoradouro para o coração,
O pensamento vagueia, em busca de direção.
Neste mundo de incertezas, onde repousar?
Será que este lar é mesmo o nosso lugar?

No fundo do abismo, um estranho aconchego,
Onde os medos se dissipam, como fumaça num jogo.
Mas eis que surge, um lampejo de esperança,
Como uma estrela solitária, na vastidão da bonança.

E assim, nos perdemos nas memórias que restam,
Como almas errantes, num mar que não mais nos testa.
Mas no crepúsculo da descrença, a luz não está a brilhar,
Para guiar- nos neste mar bravio de vagar.

A.C.L.V.

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