Even Flow

My Own Prision

Espero que alguém possa aproveitar esses meus delírios de sono noturno!
Boa leitura!

...

*11 de Novembro*
- Atualmente -

A dor estava ajudando muito agora, o garoto se sentou no chão e suspirou. Podia ser uma boa combinação com seus cigarros roubados, relaxando o corpo e deixando sua mente leve dos rostos dos mortos. Sua cabeça estava mais leve e ele já não ouvia todos no grande salão falarem em sua cabeça o quão bom era ser O Garoto-Que-Sobreviveu, ou mesmo o quão famoso e quão grande seria seu futuro como Auror. Somente muita dor e agonia era o que ele sentia no momento. Seu sangue agora estava banhando o piso e grudando no lindo chão branco.
Harry se sentia um pouco melhor, uma vez mais ele fez um pequeno corte perto dos outros dois maiores, com mais profundidade dessa vez "Aaaah! Merlin!", dessa vez, a culpa saiu de si e ele voltou novamente ser o garotinho órfão com seus 13 anos. Sem culpa, sem medo e sem morte em seus ombros.
Sentiu alívio que não sabia que poderia sentir nessa vida, respirou fundo, seus pensamentos claros, seus olhos cansados e pesados de um sono que não era dormido há vários meses.
Seu corpo relaxou por alguns instantes sentindo toda aquela dor pelo seu corpo. Seus ouvidos mal registraram o clique da porta, quando uma voz grossa e ácida invadiu seu espaço não tão branco agora.
"Potter?!".
A voz inconfundível de Snape ecoou por todo banheiro ao mesmo tempo em que Harry elevou seu olhar ao encarar o enorme espelho em sua frente, a poucos metros de si - que exibia exatamente a imagem de um Professor Snape extremamente irritado - bem na porta que esquecera de trancar quando adentrou no recinto .
"Eu sabia! Que diabos está fazendo no banheiro dos monitores depois do jantar?! Sempre tão impruden..."
Snape havia travado sua fala ao encarar diretamente o espelho e captado a pequena poça vermelha no chão. Sua mão indo direto pra sua varinha em seu coldre nas suas vestes negras, sacando-a em seguida.
"Que inferno! Quem te atacou?! Me responda!"
Seu professor estava agora avançando rapidamente em sua direção, fazendo com que Harry recusasse em direção ao espelho, espalhando mais sangue ao se arrastar por ele até ficar de costas pro espelho, e bem de frente a seu professor. Medo e raiva brilharam em seus olhos verdes. - Por qual motivo Snape insistia sempre em chegar na pior hora possível?! Qual era o problema desse homem?! Depois de sempre encarar Harry no salão principal todos os dias, ele vem brigar consigo, ao invés de agradecer?-
Harry levantou as mãos em um movimento involuntário de proteção quando Snape se agachou ao seu lado. O Mestre de poções registando tudo de forma confusa.
"

Potter! Me responda! Quem fez isso contigo? Vamos agora pra Ala Hospitalar, devo avisar Papoula imediatamente!"
Harry ao ser puxado do chão pelo seu professor, lutou pra empurrar Snape pra longe, mas a força de do agarre em suas vestes não deixava dúvida de quem iria ganhar essa briga.
"Me solta Snape! Agora! Fique longe de mim"!
"Potter, não seja idiota e me deixe levá-lo pra enfermaria. Você pode tentar usar seus últimos neurônios em uma discussão depois de ser curado por Papoula". - Snape falou de forma ácida, mas em um tom muito preocupado, nunca usado com Harry antes.
Ao levantar e ser arrastado, o garoto de ouro logo segurou no homem em sua frente e o puxou de volta com suas mãos totalmente sujas de sangue.
"Professor Snape, ninguém me atacou, eu estou bem, preciso ir pro dormitório, senhor. O senhor pode me dar detenção se quiser, mas eu estou completamente bem" - Harry falou apressadamente - Snape havia parado ao ser puxado, observou o garoto em pé na sua frente, manchado de sangue em mais de três lugares, os ladrilhos brancos manchados de vermelho, e sangue escorrendo pela manga de seu uniforme escolar. Seus olhos cresceram em alarme, logo antes de puxar com força o braço do garoto - que insistia em tentar lutar contra o agarre firme - e congelar ao olhar pra dois enormes cortes e um terceiro de tamanho menor mas muito profundo no braço esquerdo de seu aluno mais problemático.
"Que diabos?! Potter o que acon..."
Snape estava observando tudo com seus olhos de falcões, logo reparou que perto de onde o garoto estava, havia um pedaço generoso de uma porcelana que devia ter sido branca em algum momento, mas agora estava completamente vermelha com um sangue grudento.
Harry estava nervoso, tremendo no agarre firme das mãos de Snape, seu corpo estava começando a registrar o choque do que havia feito, o choque do que seu professor estava vendo e provavelmente tirando as conclusões certas que somente um sonserino conseguiria.
"Snape me larga! Me deixa ir, não aconteceu nada!" - O Garoto-que-sobreviveu repetiu mais de duas vezes, na mesma medida que tentava se libertar das mãos do seu captor.
"Potter, por qual motivo você fez isso?! O que deu em você?! A atenção que você está tendo não é o suficiente depois de salvar as pobres almas desse mundo bruxo?! Inferno, você realmente não pensa, seu garoto insolente?! Gosta da atenção e do trabalho que vai dar pra cada membro desse corpo docente?" - Snape estava lívido, sua mente correndo e quase explodindo. É claro que ele reparou como o garoto estava em todos os meses depois que a Grande Guerra havia terminado. É claro que ele reparou as olheiras e a dor nos olhos do idiota que foi seu salvador. Ele também reparou que o garoto não se alimentava direito em nenhuma das refeições, estava só pele e ossos, além de que fazia o possível pra estar longe do restante do trio de ouro. O idiota não dormia bem e estava sempre cansado e ansioso. Snape estava com o péssimo hábito de reparar demais em Potter, indo totalmente contra suas crenças e seu juízo perfeito. Snape quase sempre o observava de longe, Potter tinha um comportamento totalmente errado pra um jovem adulto que havia expurgado o bruxo mais sombrio que já havia existido. Potter não estava bem. Qualquer pessoa perspicaz o suficiente pra olhar além da imagem que o mundo projetava sobre o menino poderia dizer que tudo nele estava muito errado. Mas ainda assim, foi um cretino com o garoto que claramente não gostava de nada do que recebia dos seus fãs imbecis, frustado demais com o garoto por ter tido a audácia de se mutilar, o que claramente era o que havia acontecido. - Sacudiu o braço sangrando do Grifinório em sua frente, com força o suficiente pra marcar seus dedos em sua pele frágil.
Harry estava em seu limite, seu peito doendo pelas palavras da Mestre de poções, seus olhos começaram a derramar lágrimas que estava tentando segurar por medo e vergonha. Ele estava desmoronando. Cansado e instável, sua magia começando a crepitar ao seu redor, seu núcleo mágico reagindo a todos os sentimentos guardados e toda sua frustração, ele tentou mais uma vez empurrar e gritar com seu professor.
"Não! Snape, não! Eu não pedi nada disso! Eu odeio tudo isso! Eu não aguento mais! Eu odeio todos eles! Eu não aguento mais! Eu não quero essa porra de atenção, eu não quero ter pessoas decidindo o meu futuro em uma roda de fofoca, eu não quero ser lembrado de todos que morreram por minha causa! Eu só quero desaparecer! Me deixe em paz!" - Sua magia fazendo redemoinhos por todo o banheiro já bagunçado, explodiu em uma onda de magia saindo do seu corpo, lançando o Mestre de Poções direto pra parede oposta do outro lado do banheiro - o qual conseguiu convocar um escudo em torno de si no último segundo pra amenizar o impacto -. Já o garoto não teve tanta sorte, sem sua varinha em mãos, foi arremessado pra cima do espelho que estava há poucos passos atrás de si, acabando por cair desacordado.
O Mestre de Poções não tardou ao correr diretamente ao encontro do garoto caído, seu corpo deitado desfalecido com cacos de vidro enfeitando suas vestes e grudando em seu cabelo agora também manchado de sangue assim como seu braço.
"Potter?! Santo inferno! Potter, acorde!"

...

O que será que vai acontecer??