A Espera

12 0 0
                                    

A praça era meu canto.

Procurava por um banco,

de preferência com sombra.

Ali permanecia com um livro, ou um caderno.

(Ou apenas alienada em uma tela).

Ligava a música nos fones, ou apenas apreciava 

o uníssono comum do centro.

Esperava o momento de enfim, ir embora.

Me distraia a pensar sobre a vida.

Refletia o que seria do meu futuro.

Devaneava incerta demais.

Em quatro anos seria o passo final.


Não era de ter ansiedade a disparar meu coração.

Nem angústia me devorava.

Apenas anciava por saber.

Sem ter consciência que em demasia era doloroso.

Pensava. Refletia. Devaneava. 

Jamais imaginaria, que seria pela última vez assim.

Era intensa de calmaria, não preocupada em desespero.


Trajando o uniforme da escola,

aquela seria a última vez que minha inocência

estamparia cheia de curiosidade.

A última vez que a brisa morna de uma tarde, 

passaria esvoaçando meus devaneios tolos da pouca idade.

Meu último poema antes de descobrir a realidade.

Tempo Perdido (?)Onde histórias criam vida. Descubra agora