WAR FAVORS - [rick grimes]

DYNASTY

SOPHIE

Não posso negar que os quatro anos seguintes à morte de James foram os mais desafiadores. Fui nomeada primeira dama viúva e assumi a liderança do Hotel desde então. Ao longo desse período, nosso grupo cresceu consideravelmente, atraindo a atenção de muitos que nos encontravam e buscavam refúgio.

Atualmente, Peace tem cinco anos, celebrado recentemente. Seu cabelo escureceu, e sua pele tornou-se mais pálida. Lord, nosso habilidoso agricultor, presenteou minha filha com uma bicicleta. Agora, passa metade do dia tentando pedalar ao redor da piscina e do galinheiro.

Negan continua a nos visitar regularmente, confiscando nossos recursos a cada duas semanas. Mantemos a prática de trancar as crianças no armazém do sótão para garantir sua segurança, tem funcionado até agora, Negan e seus piolhos ainda não sabem da existência de Peace, e se depender de mim nunca saberão.

Mesmo contando com um número considerável de pessoas, ainda não nos sentíamos preparados para enfrentar os Salvadores em um confronto direto. Apesar de termos um plano bem elaborado para tal eventualidade, temos muitos idosos e pessoas vulneráveis. Além da carência de armas adequadas, era um desafio significativo. Muitos de nós careciam de treinamento eficaz com armamentos, e instruir todos com apenas onze pistolas disponíveis não era uma tarefa simples.

Há um ano, cruzei caminhos com Paul Rovia, ou simplesmente: Jesus. Nosso encontro aconteceu durante uma busca, quando ele tentou se apossar de um dos nossos cavalos, carregado com suprimentos que havíamos encontrado para aqueles que nos atormentavam. Após capturá-lo, descobrimos que existem mais comunidades que também sofriam sob o jugo de Negan. Incluindo a sua, Hilltop.

Desde então, mantemos uma aliança secreta, ajudando-nos mutuamente quando possível. Jesus chega hoje, por volta do meio-dia, trazendo consigo duas pequenas cargas de alecrim e salsa. Em troca, ofereceremos leite, uma barganha justa e necessária.

— Ainda temos aquela birita boa enterrada? - Lana questiona, buscando uma distração.

— Você parece esgotada. - comento, observando-a atentamente.

— Eu costumava ser uma delegada; agora, me vejo ensinando o básico da alfabetização para duas crianças. - ela suspira, revelando a exaustão em sua voz. - É tão desafiador. E você, o que fez com Peace? Ela parece ter aprendido tão rápido.

Uma risada escapou de meus lábios diante da observação de Lana.

— Ela é só uma. - respondo, compartilhando um momento de cumplicidade com ela, mãe de gêmeos. No entanto, sei que por trás da leveza de nossas palavras, reside o peso do desespero. Os rituais e hábitos humanos ainda são preciosos, mesmo em meio ao caos em que vivemos.

— A que horas ele chega? - ela pergunta, mudando de assunto.

— Em breve, espero. - respondo, enquanto observo minha filha brincando ao longe. - A senhora Madeline tem me importunado nos últimos dois dias, implorando: "Quando Jesus volta com mais alecrim? Preciso do meu chá".

— Céus, esse chá é horrível. - ela concorda com um aceno. - De qualquer forma, enquanto Madeline aguarda pelo alecrim, eu aguardo ansiosamente pela chegada do gostoso Paul. Esse cara não é apenas Jesus, ele parece quase um Deus...

— Sophie, Jesus chegou. - Kol, um dos designados para a patrulha, me avisa, sua voz carregada de alívio.

— Graças a Deus. - Senhora Madeline aparece quase saltitante, correndo quase em direção ao portão de entrada com suas sapatilhas gastas e os braços levantados em expectativa, seguida de perto por Lana.