Capítulo único.

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A escola estava terminando, era o último ano de Cellbit no colégio e os últimos dias dele sendo um estudante antes de virar oficialmente um desempregado qualquer.
Porém, como todo ano, no fim do último semestre sempre tem o baile de despedida do terceirão. Cellbit nunca foi de ir nesses bailes, nunca gostou de festas ou coisas desse tipo.

Roier estava animado com a ideia de sair da escola, ir pra faculdade de moda que sempre quis e viver a vida livre de seus pais tóxicos e preconceituosos. Também estava animado com a ideia de ir ao baile e curtir como se fosse o último dia de vida.

Celular de Cellbit toca. Era Bagi, a irmã dele, ligando mais uma vez para tentar o convencer de ir ao baile com os amigos.

— Vamos Cellbit! Nem que você fique só por algumas horinhas, vai ser legal, eu te juro. – Bagi diz implorando para que fosse.
— Não! E se eu tiver uma crise lá? É tanta gente num espaço relativamente não muito grande que nem consigo respirar só de imaginar.
— Se você tiver uma crise, eu, o Felps, todo mundo vai estar lá pra te ajudar, relaxa cara, só vamo! É a última vez que te peço isso! Eu juro!
Cellbit dá um suspiro;
— Ok. Você venceu. Eu vou. Mas você vai precisar pagar as coisas pra mim por que eu vou guardar dinheiro pra depois que eu virar um fracassado desempregado daqui a 3 dias. – Bagi ri.
— Ok então! Combinado!

Cellbit sabia que não era uma boa ideia ir, mas havia algo dentro dele que o dizia para ir mesmo assim.
Sendo assim, o loiro teria 1 dia para pensar no que usar nesse baile. Ele queria algo com glitter, pois achava bonito e nunca tinha tido a oportunidade de usar algo com glitter antes, a não ser o carnaval.

Roier sabia que amanhã seria sua última chance de conseguir conquistar o garoto que mais sonhou em 3 anos.
Ele poderia ficar horas falando sobre esse garoto, sobre quão inteligente era, o quão simpático aparentava ser, e sobre o quão guapo era.
O mexicano havia chego no Brasil a três anos atrás por conta do trabalho dos pais, e desde então nunca mais quis sair daqui.

Roier havia preparado uma coisa simples para ir ao baile, nada muito chamativo.
Ele arranjou algumas roupas padrões dos meninos da idade dele e era isso. Ele sabia que não precisava de muito para parecer bonito.

No dia seguinte, a noite, Cellbit estava no carro de Mike com Barb, Pac, Felps e Bagi em direção a escola, e cada minuto que passava Cellbit sentia uma ansiedade constante, com medo do que seria esse tal baile.
Será que ele realmente iria se divertir? Será que não iria ter uma crise no meio da festa?
Ele não sabia. Torcia para que não.
No meio desses pensamentos ruins, a figura do garoto mais estiloso do terceirão veio a cabeça dele por algum motivo.
Roier era o nome dele. Já tinha ganhado várias vezes prêmios por seus looks extravagantes. Era impossível não querer ser amigo dele. Ou até querer ser ele.

— Roier é bonito. – Cellbit pensou alto.
— Roier? Ah sim, ele é mesmo! Mas por que você disse isso do nada? – diz Bagi rindo e Cellbit se sentindo envergonhado.
— Ah! O que? Eu disse isso alto? Ai meu deus.

Enquanto isso acontecia, Roier estava no quarto dele tentando ser o mais silencioso possível pra poder sair de casa pela janela de seu quarto sem seus pais saberem. Os pais de Roier não haviam deixado ele ir ao baile, eles sabiam que o mexicano ia beijar, brigar, e fazer coisas que de acordo com eles, "não está na bíblia e vai te levar pro inferno se você fizer"

Roier pega a mochila que deixou atrás de uma árvore no quintal e sai correndo como se não houvesse amanhã até a escola.
O mesmo chega antes de muita gente e vai se arrumar.

Cellbit chega a escola, e vai direto ao banheiro verificar se está bonito o suficiente para não sofrer bullying.
Cellbit está com um moletom preto com pedrinhas brilhantes cravejadas, uma calça jeans preta rasgada também e com os olhos cheios de glitter e o rosto com bastante iluminador.

Chegando ao banheiro, parecia estar vazio, até ouvir alguém chorando em uma das cabines do fundo do banheiro. E quando menos espera, o garoto que estava chorando com a maquiagem borrada era ninguém mais, ninguém menos que Roier.

Roier não estava satisfeito com sua aparência e estava quase desmaiando por estar a alguns dias sem comer quase nada.
Ele sofria muito apesar de ser uma pessoa otimista na maioria das vezes.
Hoje ele desabou, só não esperava que o amor da vida dele o visse tão mal assim.

— o que..Roier? Você tá bem, cara? — Cellbit diz assustado
— Merda. — Roier sussurra pra si mesmo — Eu tô.. eu tô bem. Desculpa. — Diz o mexicano tentando limpar as lágrimas que escorriam do próprio olho sem parar.
— Não precisa pedir desculpas. O que aconte- ROIER? — A fala de Cellbit foi interrompida quando Roier simplesmente cai no chão desmaiado.
— Merda. Merda. Merda. O que eu faço? Porra. — Cellbit diz com Roier em seus braços.
— Roier? Acorda, por favor. Me diz que está vivo.
— hm. — Roier faz um som enquanto abre os olhos.
— PORRA! Você tá bem? Você desmaiou por alguns segundos. Sua cabeça dói? — o loiro fala demonstrando preocupação com o moreno.
— eu.. não sei. me desculpa denovo. — Roier diz enquanto levanta dos braços de Cellbit lentamente.
— Tá tudo bem. Vou pegar uma cadeira pra você lá fora pra você poder se arrumar sentado. Vai ser melhor assim.

Cellbit pega a cadeira, dá a Roier, e o mesmo agradece.
Cell sai do banheiro para que Roier se sinta mais a vontade e vai para o baile que já estava acontecendo.

— Caralho, onde cê tava? — Felps pergunta.
— Ah, eu tava no banheiro. — Cellbit responde apreensivo.

A música estava alta, todos seus amigos estavam com seus paqueras ou outros amigos, e Cellbit sentia que precisava de alguém com ele também.
Alguém específico que Cellbit não imaginava.

Roier sai do banheiro e curte a festa por algumas horinhas, até que Jaiden diz para ele ir falar com Cellbit.

Roier procura Cellbit e eventualmente o acha sentado num canto. Ele parecia ansioso. Roier sabia que Cell estava ansioso porque ele mesmo tinha ansiedade e sabia como identificar alguém que também tem.

Roier se aproximou de Cellbit e perguntou:
— Eai! Você tá bonito. Desculpa por hoje mais cedo. Tá afim de ir pro outro canto da festa? Tá menos barulho.
— Hm! Oi. Tudo bem. Vamos pro outro lado. – Cell diz dando um sorriso.

Chegando ao outro lado, havia doses de bebidas alcoólicas na mesa do lado, Roier sem hesitar pegou para ele e Cell tomarem.
Os dois conversam por algum tempo enquanto bebem incontáveis shots de alguma bebida com um teor alcoólico meio alto.
Chega um ponto em que os dois estão bem bêbados e quase colados um no outro.
Parecia que os dois eram amigos a anos.

— Você sabe que eu gosto de você né? Vem cá e me beija. — Roier simplesmente solta o maior segredo dele e Cellbit cora instantaneamente sem saber nem o que dizer.
— Como assim? Você tá louco. — Cell fala dando uma risada genuína.
— Eu não tô. Me beija logo, vaaaaai. — Roier fala chegando cada vez mais perto do loiro
— Sem pensar, Cell toma a iniciativa e pega no rosto do mais baixo o puxando para um beijo bem esperado pelos dois. Era um beijo que ambos precisavam, que os dois queriam, que os dois gostaram.
Era um beijo cheio de emoção e sentimentos.
Mas quando o ar faltou, eles tiveram que separar os lábios.
— o que- — Roier diz parecendo confuso mas com um pequeno sorriso de canto no rosto.
— Só curte o momento. Amanhã a gente conversa. — Cellbit diz enquanto parte pra outro beijo.

(qdt)

passou-se horas, e já eram 3:30 da manhã. Ainda tinha muita gente na festa, mas Roier precisava dormir e Cellbit também.

— Quer ir pra minha casa? — Cellbit pergunta claramente bêbado e sem pensar nas consequências.
— Si-sim. Me leva pra sua casa, guapito. — Roier diz ainda mais inconsequente que Cellbit.

. . .
Notas do Autor:

se voces quiserem eu posso trazer uma parte 2 contando o que aconteceu de manhã com eles ou coisa assim!!!!!
:3 só comentar que querem e eu escrevo se tiver bastante gente pedindo.

meu twitter: @ alexpanelaa !

Sem Pensar No Amanhã. - Guapoduo one-shot!Onde histórias criam vida. Descubra agora