0.1

6 0 0
                                    

HANNAH

~ ♡ ~

Enquanto estou sentada na cama esperando os últimos 2 minutos antes do alarme tocar, me pego pensando qual foi a última vez que dormi bem. Esse já deve ser o terceiro dia em que eu viro a noite e não é por querer, pode ter certeza que se existe alguém que goste de dormir esse alguém sou eu.

Não sei o que está acontecendo comigo, mas eu preciso resolver logo ou isso vai acabar afetando meus desempenhos, e a última coisa que eu quero é que alguém da escola ou meu treinador ligue novamente querendo conversar com os meus pais para "resolver o que tem de errado com a Hannah".

Meu alarme finalmente toca e eu me levanto indo em direção a janela, aparentemente temos vizinhos novos. Tem um caminhão em frente a casa que estava à venda, finalmente alguém comprou, aquela casa estava mais abandonada que a obra da prefeitura da cidade.

- Hannah, está acordada? - Minha mãe perguntou abrindo a porta devagarinho.

- Bom dia, acabei de acordar. Você sabe quem está se mudando pra casa aqui da frente? - Pergunto olhando novamente pela janela.

- Acredito que seja a família Blake, mais tarde irei lá dar as boas-vindas, caso você queira ir comigo. - Ela responde com um pequeno sorriso no rosto. Hoje é o dia que meu pai chega mais cedo do trabalho, e meu pai definitivamente não é o leão que irei matar hoje.

- Vou precisar ficar até mais tarde na escola hoje, mãe. - Respondo pegando a roupa que separei no dia anterior e indo em direção ao banheiro.

- Tudo bem então. - Ela diz fechando a porta.

Não sei direito quando comecei a "fugir" do meu próprio pai. Na verdade, não tenho sabido de várias coisas nos últimos anos e pra quem sempre soube de tudo, isso é um pouco preocupante.

Parando pra pensar melhor, acho que desde sempre eu fujo, não só do meu pai, mas de todos a minha volta. Não digo fugir de sair correndo e me esconder, até porque é impossível se esconder em uma cidade em que todos te conhecem. Eu na verdade me afasto, ou acabo afastando as pessoas. Minha melhor amiga diz que eu preciso me tratar e uso isso como mecanismo de defesa, acredito que ela esteja certa na parte do mecanismo de defesa, mas mandar eu me tratar?! Fala sério! Acho que já é demais até para mim.

Após tomar um banho que lavou até minha alma, eu desço escada a baixo e vou em direção a cozinha. É começo de setembro, isso significa que a temperatura não é a das melhores pra quem gosta de treinar a céu aberto.

- Bom dia, Ben. Tudo bem? - Pergunto me sentando ao lado do meu irmão. O Ben não tem sido o tipo de pessoa que toma café com a família, fico surpresa ao ver que ele ainda está em casa.

- Bom dia, Hanny. Tudo ótimo, e você? Como está? - Hanny é o apelido que ele me deu quando eu ainda era bebê.

- Ótima também. - Digo alcançando a xícara e enchendo de café.

- Você sabe que não me engana, não sabe?! - Ele diz se virando para mim. - Eu sei que você não tem dormido direito, dá pra ver na sua cara. Você pode enganar a mamãe, mas eu não. - Ele diz com um tom de "vai me contar ou não". Acho que meu irmão é a única pessoa que eu não fugi ainda, mesmo não estando próximo, ele é meu contato de emergência, se tem alguém que consegue dizer se estou bem ou não com apenas uma mensagem de texto, esse alguém é ele.

- Não é nada, só tenho tido dificuldade pra dormir.  - Digo me levantando da cadeira e levando a xícara até a pia.

- Você sabe onde me encontrar se precisar de algo.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 22 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Um porto seguroOnde histórias criam vida. Descubra agora