A protegida do Alfa

001. Alfa

[...]

— Essa escola vai de mau a pior.— Cris fala olhando a bandeja de comida em sua frente.

Acabamos de nos sentar na mesa de sempre, desde do 8° ano que sentamos nela, a primeira da porta, a do meio é claro ficam os jogadores do time de futebol americano, Kyrian as vezes fica por la, já que faz parte do time, mas quase sempre, está com a gente.

— Por isso trago de casa.
Abro a minha "lancheirinha" que todas as manhãs meu pai faz para mim.

— Bebezona.— Kyrian fala debochando.
— Invejoso.
Dou a língua.

Somos interrompidos com um coçar de garganta e vemos o Soren em pé na nossa frente.

— O que dá a honra de você aqui falando com seus humildes betas e não na mesa dos seus amigos?— Cris pergunta. Ele também é do time.

— Sou uma omega.
Meus amigos riem e vejo Soren revirar os olhos.

— Teu pai mandou avisar que não vai ter tempo de vim te buscar, surgiu algo mais importante, vou te deixar em casa.— Ele avisa sério.
— Algo mais importante que eu?
Ele revira os olhos.
— Não é muito difícil algo ser mais importante que você, ou é?!— Ele fala irônico e sai.

— Cretino.

Porém ele não escuta, ou finge não escutar.

[...]

— Soren!

O chamo, estou correndo em direção a ele com minha bolsa pesada, já estamos saindo da escola e ele está descendo os batentes com os amigos dele.

— Ah, oi pequena lobinha.— Jakob o amigo de Soren me cumprimenta.— Ta crescidinha né?
— Continuo do mesmo tamanho, Jakob.— O respondo.
— Não falei de altura.— Ele fala com uma cara parecendo que estava arrasando.
— Chega.— Soren fala pegando a bola da mão de Jakob e indo em direção ao carro dele.

Não é algo difícil algum menino me cantar, estamos em época de descobrir os nossos companheiros e alguns cheiram melhores que os outros. Mesmo assim, sempre fui considerada muito bonita, meus cabelos pretos e longos caem abaixo de minha cintura, minhas bochechas e narizes estão sempre rosados naturalmente, graças a genética de meu pai, meus cílios são volumosos e grandes e por causa da minha mãe, tenho nariz arrebitado. E apesar de ter um rosto bastante angelical, meu corpo mudou nessas férias, daqui a dois meses vou completar 16 anos, meus peitos estão maiores, minha cintura mais fina e meus quadris mais largos, de certa forma em questão de aparência eu não fico para trás do Soren. Ao contrário dos meus olhos serem um verde bem escuro, minha pele é tão clara quanto a neve daqui da noruega. E ainda por cima sou omega, nós omegas temos cheiros diferentes para o resto dos lobos, principalmente alfas, nosso cheiro é puro feromônio, somos a espécie da reprodução.

[...]

O caminho até minha casa foi bem silêncioso, o carro de Soren é um esportivo, com bancos bastantes confortáveis, acho até que dei alguns cochilos, mas à distância é curta, 10 minutos.

— Obrigada.
Agradeço descendo do carro e sem nem se despedir, assim que eu fecho a porta ele engata a partida indo embora.

— De nada.
Falo comigo mesma indo em direção a entrada de minha casa.

[...]

— Papai, chegou?— Pergunto descendo as escadas enquanto vejo meu pai tirar seus sapatos na porta.
— Ainda não está se arrumando?— Ele pergunta fechando a porta da casa para minha mãe.
— Estava esperando vocês.— Afirmo.
— Se apresse então, vamos já já.— Ele diz e eu confirmo com a cabeça.
— Querida, eu tenho uma coisa para você. Venha comigo.— Minha mãe fala passando por mim e subindo as escadas, indo ao seu quarto.

Sigo ela e a vejo pegando uma caixa.

— Use esse vestido esta noite.— Ela fala o esticando na cama, o que não levou muito tempo já que era bastante curto, não bastante, mas fora do meu abitual.
— Mãe vou parecer uma loba no ciu.
— Por isso mesmo, como qual quer outra loba, você tem que conquistar algum rapaz, o que é melhor que o Alfa?— Ela questiona sugestiva.
— Já mandei você e a Sra. Fenrir esquecer eu e o Soren. Somos incompatíveis, gelo e fogo, ele é o loide e eu sou a penélope, gato e rato, never e foreve.

Falo.

— Pegue o vestido e vá se arrumar!— Ela manda com a voz de loba e eu obedeço.

Murmuro um "tá de brincadeira viu".

[...]

— Boa noite, vizinhos.— Sra Fenrir abre a porta para nós.

Ela e mamãe se cumprimentam com seus típicos beijinhos na bochecha e quando ela vai chegando perto de mim, tampa com urgência o nariz.

— Céus, você tá puro feromônio.— Ela diz rindo e eu reviro os olhos desistindo de tirar o casaco.— Isso com certeza é o cheiro mais forte que eu já senti.
— Ela não quer aceitar.— Minha mãe fala e eu as ignoro.
— Acho melhor levá-la em bora, soren e os amigos estão lá em cima. Não vai ficar um clima muito agradável.— Ela fala e eu concordo com a cabeça tendo também convencer a minha mãe.
— Nada disso, vai ficar aqui. Seu pai tá aqui e nenhum lobinho que as presas ainda nem desceram, vão tentar fazer alguma coisa com você.— Minha mãe fala segurando meus ombros.
— Talvez eles nem percebam.— A mãe de Soren fala tirando meu casaco e eu suspiro derrotada.

Após alguns minutos conversando, ouvimos passadas pesadas e rápidas descerem com tudo as escadas.
Olhamos para a direção dela e vemos Soren e seus amigos, incluindo Kyrian. Soren para ao pé da escada e da uma fungada.
— Que cheiro é esse?

Nossas mães riem e eu cubro minhas pernas com a almofada.

— Que cheiro meu filho?— Ela pergunta.

Ele se aproxima de nós junto de seus amigos e começam a nos cheirar, Kyrian é o primeiro a vim na minha direção e me cheirar. Eu o empurro.
— Sai, seu idiota.

— O cheiro vem da lobinha.— Kyrian diz rindo fazendo sinal de que ia me abraçar e eu corro para trás do meu pai.
— Impossível, já cheirei os tênis dela e não chegam nem perto.— Soren fala vindo em minha direção e eu seguro meu pai para tentar impedir ele de chegar perto.

Mas é em vão porque na mesma hora meu pai sai e Soren segura meus braços me cheirando. Depois de me cheirar ele se afasta estático.

— Meninos, é normal ela tá cheirando assim a lua de transformação de vocês tá chegando e ela veio ômega, o principal indício é justamente o cheiro parecido com o ciu. Apenas que no ciu fica mais forte.— Ela fala e Soren sobe as escadas rápido.