Cinco anos depois. A Fama.

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– Hoje é a pesagem pra Huang Yongu e Kang Tehan. Nas finais do campeonato de primavera. A nova joia estrela em ascensão do TeamBlack vai buscar mais uma vitória e fazer seu próprio legado?

– Pelo que li senhorita Ma. Kang Tehan também pode dar trabalho pra nossa estrela.

– Isso todos nós vamos descobrir amanhã as 18:00 horas na arena. com você Huang. Depois dos inúmeros cinturões de Joo Jaekyung. Finalmente ele tem um herdeiro a quem vale a pena passar o pódio.

   Não importa em que canal eu coloque. Todos não sabem falar de outra coisa a não ser Huang Yongu.

   Não posso mentir. Eu me sinto bem sabendo que ele está realizando seu sonho. Mas ver seus sorrisos em reportagens é de mais pro meu coração.

– Aaaargh! Sai dessa Heesung!

– não é mais fácil desligar a TV? – Shin passa por mim com uma caneca de café e se senta no sofá com alguns documentos na outra mão. Não sei como ele consegue acordar e já se enfiar em trabalho.

– eu gosto de ouvir a TV enquanto cozinho. Aliais. Vai querer quantos ovos?

– primeiramente. Você é estranho. Segundamente. Quantas vezes eu preciso dizer que sou vegano?

– eu sei – digo e dou uma risada debochada de sua careta.

   Já faz uns três anos desde que Shin  Hyemin veio morar comigo. Desde o indicente com Nakyung pra ser mais exato. E eu nunca consigo me acostumar com a rotina exagerada de trabalho dele.

   A família dele também veio morar aqui. E sendo sincero. Os últimos três anos foram os melhores e mais divertidos da minha vida nessa casa. Antes era tão enorme e vazia. Mas agora. Só é enorme e vazia quando a filha dele está na escola e seu Marido no trabalho.

   Mas nos fins de semana nos quatro jantamos juntos. Pra compensar as refeições puladas durante a semana com as agendas lotadas.

– ei.

– Hum?

– o senhor Huang me ligou ontem a noite – por um segundo paraliso confuso. Por que ele ligaria pra Shin?

– o que ele queria? – digo fingindo não estar muito interessado enquanto coloco o ovo em uma torrada e preparo uma xícara de café.

– não sei. Só vi a ligação hoje de manhã. Meu celular particular não costuma ficar no silencioso. Mas meu pai tava enchendo meu saco ontem pra irmos visitar ele no fim de semana.

– espera. Desde quando Yongu tem seu telefone particular? – digo o encarando agora sério. Nem eu tenho o número particular de Shin. Que eu saiba apenas o marido, a filha e o pai tem.

– a alguns anos.

– COMO?

– você ouviu.

– você retornou a ligação?

– eu tentei. Mas ele não atendeu. Deve estar ocupado com a pesagem. Ligo de novo mais tarde.

– ele costuma ligar assim? – algo me diz que isso não está certo. Se eles conversam com tanta frequência. Então por que Shin esta me contando só agora?

– na verdade não. A última vez que ele me ligou foi a algumas semanas – ele diz e seu celular toca na mesa de centro. Eu corro pra pegar e atendo sem olhar quem é.

– alô? Yongu?

pai?

– ah! Oi Myung.

Bom dia titio. Meu pai vem me buscar? Tenho aula de natação em uma hora.

já tão cedo? Não conseguiu mudar os horários?

o senhor sabe como minha treinadora é – ouço algumas vozes no fundo e ela parece animada – ah! A mãe da Lee Byung disse que pode me levar. Manda um beijo pro papai por mim. Tchau.

   Ela desliga antes de eu dizer qualquer coisa.

– quando foi que você achou uma boa ideia dar um celular pra uma criança de oito anos?

– e quando foi que você começou a trabalhar pra mim atendendo minhas ligações? O que ela disse?

– a mãe da amiguinha dela vai deixar ela na aula de natação – digo entregando o celular pra ele – Vem cá. Quando a Myung vai voltar pra casa? Ela tá dormindo na casa dessa Lee Byung a mais de duas noites.

– você parece mais grudento do que o Min-ho. Aliais. Vocês dois tão competindo pelo pódio de quem tem mais saudades da Myung – ele diz tomando um gole.

– bom. Essa é fácil. Ele ganha de pai mais grudento. E eu de tio mais grudento.

   Ele solta uma risada leve.

ótimo. Agora tenho que dividir minha filha com um ator carente.

– argh...você é tão insensível.

   Vou até a cozinha e me sento no balcão pra tomar café enquanto assisto finalmente uma reportagem sem Huang Yongu na manchete.

– Choi!

– Hum? – pergunto com a boca cheia.

– eu aviso se Huang ligar.

   Um sorriso escapa no canto da minha boca.

– obrigado – digo tão baixo que é quase um sussurro. Mas sei que ele ouve por que posso ver Shin sorrir enquanto anota algo em uma folha. Shin Hyemin é meu agente. Mas depois de tantos anos. Sei que passei a ser parte de sua família. E sei que ele é o mais próximo que eu tenho de uma família.

   Isso pode soar meio triste. Mas pra mim. É algo bom. Você não é menos sortudo por ter apenas uma ou duas pessoas na sua vida. Com tanto que você tenha certeza que morreria por elas e que elas morreriam por você. Nenhum número importa.

   Meu celular vibra. Outro número desconhecido. Droga. Preciso trocar esse chip. Eu ia recusar. Mas lembro que Yongu ligou pra Shin. E se for ele? Mas como ele iria saber meu número? Troquei de número inúmeras vezes desde que terminamos. Mas...não custa nada ter certeza. Antes de eu atender a ligação cai.

– Hum...ótimo.

   Uma mensagem chega segundos depois da ligação cair. E sinto meu estômago revirar.

"Você sabe que sou eu. Fiz uma visitinha a Yongu ontem a noite."

   O desespero toma conta de meus ossos e então escuto a TV confirmando o que meu corpo aceitou primeiro que minha mente.

   É a pesagem. E tudo parece normal. Exceto por Yongu que parece ter levado uma surra. Com o olho ensanguentado e alguns ematomas pelo corpo. Ele sobe na balança.

   Outra mensagem chega e eu sinto uma vontade imensa de vomitar.

"Ele não parece tão bonito agora certo?"

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