A.M.I - Autoridade Máxima Internacional

Capítulo 4

A água escorre pelo seu braço. A corrente de água leva consigo todo o sangue presente no ferimento. O sangue se mistura com a água e acaba sendo levado em direção ao ralo da pia. Uma toalha úmida é colocada em cima do ferimento, afim de estancar o sangramento que ainda insiste. Tirando a toalha do local, segundos depois, é perceptível que o sangue foi levemente estancado. Um pedaço de pano branco é enrolado em torno do ferimento para cessar de vez o sangramento. Com o pano enrolado, o sangue que persistia em escorrer pelo seu braço é estancado. Levantando de um pequeno banco, o mesmo encara o seu outro eu no espelho. As olheiras em volta dos seus olhos mostram que o cansaço impera sobre o seu corpo. Olhando para o seu reflexo, diversas escoriações marcam o seu rosto. Formando uma concha com uma de suas mãos, a água acumulada é jogada em direção do seu rosto. Olhando novamente para o seu reflexo, uma verdade é revelada. Uma expressão cansada e exausta toma conta de todo o seu rosto.

Enxugando o seu rosto com uma toalha, o mesmo caminha para fora do banheiro. Tropeçando em seus próprios passos cansados, Ernie se acomoda na beirada da cama. Um longo e pesado suspiro é solto. Sua atenção é atraída por um quadro retangular em cima de uma cômoda rústica. O quadro exibe uma belíssima foto de um dia importante para o mesmo. Olhando para a foto, uma lembrança vem a sua mente.

Grand Canyon National Park

O visual do alto da rocha é esplendoroso.  Daquela rocha é possível enxergar todo o grande parque e suas maravilhas naturais.
- Eu não te falei que o visual aqui é incrível, meu amor ! – o mesmo exibe um lindo sorriso exuberante.

- Você realizou o meu maior desejo – sua esposa retribuiu a surpresa com um aconchegante abraço.

- E esse não será o primeiro que nós vamos realizar – Ernie Cross levanta da rocha e se ajoelha. Sua mão esquerda é direcionada para o bolso esquerdo do seu casaco – Marie Lurk – ajoelhado perante a sua esposa, da sua mão esquerda surge uma pequena caixa azul – Você aceita se casar comigo?

Marie leva suas mãos para a sua boca. Seus olhos se enchem de lágrimas. Suas mãos ficam trêmulas. Um momento tão esperado e inesperado ao mesmo tempo.
- É claro que eu aceito! – Marie estica sua mão direita para o seu marido. Ernie coloca no dedo anelar da sua esposa um dos anéis da caixinha.

- Enfim noivos ! – sua esposa salta sobre os seus braços. Num movimento brusco e rápido, Ernie segura a mesma no seu colo – Como eu esperei por esse momento – Marie troca olhares com o seu marido – Pensei que nunca iria pedir a minha mão...

- Mas como você é,viu? – responde Ernie dando um beijo romântico na sua esposa – Agora vamos ! – o mesmo coloca sua amada de volta no chão – Temos muito o que aproveitar.

Presente

Deixando o sentimento tomar conta de si, algumas lágrimas escorrem pelo seu rosto. Desabando em um choro profundo, suas mãos abraçam o quadro e o leva para perto do seu peito. Abraçando forte o quadro, Ernie deita na cama. As lágrimas continuam escorrendo incessantemente, e há cada minuto que passa elas se tornam ainda mais intensas. Olhando novamente para o quadro, um novo flashback passou pela sua cabeça.

Tribunal dos Estados Unidos

- Claramente que o acusado está mentindo excelência – o advogado da vítima fala – Tenho provas de que o acusado, senhor Ernie Cross, matou friamente sua esposa Marie, por ela ter descoberto segredos ligados ao trabalho do acusado como agente federal.

- Peço permissão para falar excelência – o advogado do acusado interrompe a fala do outro.

- Permissão concedida !

- As provas que o meritíssimo tem, não afirmam que o meu cliente é o assassino – o advogado do acusado impõe a sua opinião – As provas são inconstantes ! A perícia realizada, constatou que foram encontradas as digitais da esposa do meu cliente na arma – o mesmo se dirige em direção da mesa do advogado – Por tanto, o seu depoimento prova que a mesma se suicidou após a briga.