Alphabet Weekends

Uma a menos, vinte e cinco por vir

Wanda havia dormindo há apenas uma hora quando de repente ela acordou, de modo brusco e acordando Natasha junto.

— O que foi, Wanda?— Perguntou ávida, enquanto esfregava os olhos, tentando livrá-los do véu do sono. Natasha havia dormido vinte minutos mais tarde que Wanda, havia ficado com a cabeça cheia demais para conseguir adormecer.

— As velas! A gente não apagou as velas! A casa deve estar pegando fogo!— Wanda gritou e saltou para fora da cama, batendo o joelho na mesinha de cabeceira de Natasha. — Ai! — Ela gemeu, agarrando o joelho com as mãos ao cair de volta para a cama. Natasha riu e sentou-se, acendendo um abajur.

— Sua anta!— Ela zombou. — Eu apaguei todas as velas depois que você dormiu. Você achou mesmo que eu iria deixar a casa pegar fogo com a gente dentro dela? Eu já teria saído correndo há muito tempo. — Natasha riu e Wanda bufou de choque.

— Obrigada, Natasha. Sinto-me tão amada e segura. — Natasha se virou para ficar de frente para Wanda enquanto ela continuava a esfregar o joelho, tentando desesperadamente amenizar a dor.

— Eu sempre vou cuidar da sua segurança, Maximoff. Você já devia saber disso. — Natasha falou o mais seriamente possível, o que era quase assombroso, na opinião de Wanda. Ela sorriu para sua melhor amiga.

— Eu sei, Romanoff. Acho que a cara do Steve Rogers sabe também. — Wanda riu e Natasha riu junto.

Tinha sido a primeira vez que ela batera em alguém.

Natasha e Wanda tinham quatorze anos de idade e Steve era o primeiro namorado de Wanda. Ele estava no ensino médio, e se você perguntasse a Natasha, naquela época ou atualmente, ela diria que Steve era um grande imbecil. Ele era idiota com todo mundo, exceto com Wanda, a princípio. Após alguns meses juntos, ele começou a pressionar Wanda na relação dos dois, não no sentido de abuso, mas tentando progredir a relação e evoluí-la para atos mais explícitos. Era a última coisa que Wanda queria. Ela era apenas uma caloura e não queria manchar sua reputação - ou o mínimo que ela tinha -, e também não queria acabar engravidando.

Foi na festa anual de Halloween dos Romanoff's que Steve levou as coisas longes demais. Natasha o viu conduzindo Wanda para um dos quartos na grande mansão. Ela seguiu silenciosamente atrás delas, se escondendo atrás de algumas pessoas e nas sombras, andando despercebida pelos dois. Wanda era ingênua, para dizer o mínimo. Ela seguiu Steve animadamente, pensando que ele queria apenas dar uns beijos. Natasha os observou enquanto ela segurava a mão de Steve, rindo e fazendo gracinhas com ele, até ele trazê-la para dentro do primeiro quarto que ele encontrara - o quarto de Natasha. Foram os gritos de Wanda que fizeram Natasha perder a cabeça. Ela entrara porta adentro e encontrou Steve se forçando para cima dela, foi o instinto que a fez arrancar Steve de cima dela, derrubá-lo no chão e socá-lo. Natasha era uma pessoa tranquila; nada a aborrecia ou a chateava de verdade, mas nunca, nunca se meta com sua família ou seus amigos. Steve era a prova viva disso. Natasha quis matar Steve. Cada fibra de seu corpo, ao chutar e bater gritava para que ela acabasse com Steve, mas ela não o matou. Natasha nunca mais viu nem ouviu falar em Steve depois daquela noite, mas se por acaso um dia ela o encontrasse em algum lugar, Natasha seria era capaz de terminar o que havia começado.

Natasha foi puxada de volta de suas recordações pelo choramingo de dor de Wanda

— Você está bem?— Ela perguntou, preocupada. — Precisa de um curativo ou algo assim? Gelo?

— Não, eu estou bem. Eu só ferrei bonito com meu joelho, mas qual a novidade nisso?

— E você que achava que sua coordenação melhoraria com a idade, mas não... Você fica cada vez pior conforme o tempo passa. — Natasha brincou, rindo calorosamente, fazendo Wanda avançar para lhe dar um tapa. Ela parou a investida de Wanda pegando o pulso dela, e traçou um dedo na longa e brilhante cicatriz vermelha que ornava seu braço.