O jogo e todas as suas regras.

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— Cara, eu preciso encontrar uma mulher como a Meryl Streep pra mim. - Natasha se queixou, enquanto comia um punhado de pipoca e olhava Miranda Priestly na tela, como se ela fosse a cura do câncer. — Muito inteligente, poderosa e bem gostosa. Eu a pegaria de jeito, e ela teria que estar de óculos. Definitivamente usando aqueles óculos.

— Sim, ela é gostosa. Ela parece ser uma daquelas 'lady na rua, mas uma dominadora na cama'. - Wanda comentou, tentando roubar escondido outro gole da cerveja de Natasha. Não era a primeira garrafa dela da noite e nem foi o seu primeiro gole roubado da noite.

— É o meu tipo de mulher! E para de beber a minha cerveja, Maximoff. Você disse que não queria, então não enche. - Ela repreendeu, puxando a cerveja para longe dela, mantendo-a para fora de seu alcance.

— Tanto faz, Romanoff. - Wanda resmungou, revirando os olhos. Ela cruzou os braços e fez um beicinho, mordendo seu lábio inferior. A morena tratou de manter o olhar focado em Natasha, Wanda parecia tão teimosa como uma menininha que estava crescendo. Sim, isso era imaturo, mas aquela cara que ela fazia era letal. Natasha jamais conseguia resistir ao beicinho.

— Aah, qual é, Wan. Não faz essa cara! Qualquer coisa, menos essa cara! Eu não aguento essa porcaria desse beicinho. - Ela franziu o cenho, tentando evitar o olhar de sua amiga. Natasha chegou até a fechar os olhos, mas ela choramingou — Wandaaa! - E foi assim que ela entregou a cerveja na hora, para a alegria de Wanda que sorriu presunçosamente, inclinando o gargalo da garrafa para a ruiva em uma estranha espécie de brinde que dizia Obrigada e Eu sempre venço, deu um longo gole na bebida espumante, gemendo de satisfação, principalmente para chatear Natasha.

— Eu não consigo acreditar que eu sempre caio nessa há vinte anos. - Ela balançou a cabeça em descrença. À essa altura, Natasha já deveria ser imune ao beicinho, porém toda vez, era só o lábio inferior de Wanda vir para fora que Natasha cedia, era quase que automático. Era injusto pra cacete, na opinião dela.

— Sim, e você é muito idiota por isso. — Wanda zombou, rindo alto, o que só serviu para acrescentar sal às feridas de Natasha.

— Ah, jura? — A voz de Natasha aumentou sugestivamente no final da palavra, e pelo olhar no seu rosto, o sorriso sacana e as sobrancelhas levantadas, Wanda sabia o que estava por vir e imediatamente pulou do sofá.

— Olha Tasha, desculpa. Não foi isso que eu quis dizer. - Wanda declarou, saindo da sala enquanto assistia Natasha começar a ir a sua direção. Ela parecia um leão a espreita, com a juba desgrenhada e tudo.

— Eu não penso assim, Maximoff. Acho que você precisa pagar por essa. - Ela rosnou e saltou para atacá-la, rápida e graciosamente pulando sobre o sofá e a prendendo contra o chão.

— Prepare-se para sentir a minha ira, Wanda. - Natasha rugiu, trincando seus dedos na lateral de seu corpo. Ela hesitou, deixando Wanda em paz por um momento. A antecipação é a melhor arma para um ataque, e Natasha sabia disso. Ela percorreu as pontas dos dedos lenta e suavemente sobre as costelas de Wanda por cima da camiseta e emitiu uma calorosa risada antes de começar a lhe fazer cócegas sem piedade. Era divertido assistir Wanda rindo histericamente, implorando para que ela parasse enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto e os dedos de Natasha habilmente encostavam em cada local sensível, sem parar. Nada mudou para elas desde que eram crianças. Seriam sempre as mesmas duas melhores amigas que eram loucas uma pela outra.

Natasha e Wanda se conheceram quando tinham apenas quatro anos de idade, em um encontro, onde suas mães as levaram para brincar juntos depois que elas se conheceram em um supermercado local. A mãe de Wanda, era incrivelmente avoada. Até hoje, Wanda não fazia ideia de como sua mãe realmente conseguia viver. Naquele dia no supermercado, sua mãe estava ocupada demais tentando fazer Wanda parar de choramingar por causa de uma caixa de biscoitos que ela não iria pegar, e não percebeu para onde estava guiando seu carrinho de compras, quando de repente colidiu com o carrinho da mãe de Natasha, Melina. A mãe de Wanda nunca deixou de lhe recordar que Natasha era o retrato da criança perfeita. Ela estava quieta, olhando para sua mãe atenciosamente enquanto ela a explicava o que havia acontecido. Aparentemente, Natasha apenas sorriu, enquanto Wanda só continuou a chorar histericamente.

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