《Capítulo 05》

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Você olhou em meus olhos e se assustou com o que viu..
Olhos mortos e sem vida, semblante frio e cansado, uma alma triste e sem esperança.. um coração quebrado sem concerto..

Uma semana se passou desde que consegui que o promotor Jeon assinasse um contrato com a empresa do meu pai. Desde então, sou obrigado a vê-lo duas vezes por semana. Tenho que suportar suas encaradas maliciosas sobre meu corpo e suas tentativas de tocar em mim.

E meu querido pai, só sabe se orgulhar de si mesmo por ter feito essa porcaria de prédio voltar a dar lucro. Mas ele não mexeu um músculo para que isso acontecesse, tudo foi eu, desde do começo até agora.

E a minha recompensa é ser constantemente cortejado por velhos imundos, que não se envergonham dos seus atos pecaminosos.

Hoje o peso do mundo pesa mais sobre minhas costas, essa data que se repete todos os anos não me traz felicidade e sim, lamentações.

Enquanto caminhava pelos corredores da empresa com um copo de café em minha mão e com pensamentos aos quais me tornava refém, fui surpreendido quando um dos meus colegas de trabalho pulou em minha frente segurando em suas mãos um pequeno bolo com uma única vela no meio.

— Parabéns Brother! — Um pouco assustado eu olhei para o outro a minha frente e disse:

— Sabe que eu não gosto de bolo de aniversário, Hoseok. Principalmente quando é o meu.

— Qual é Jimin, todo mundo gosta de comemorar o próprio aniversário, deixa de ser chato.

— Mas eu não sou todo mundo. — Respondi um pouco emburrado, mas isso não foi capaz de intimidar Hoseok que bocejou estendendo o bolo na minha direção.

— Vai logo, faz um pedido. — Revirei os olhos pela sua péssima conduta e mesmo sem querer fazer suas vontades eu aproximei meu rosto do bolo, respirei fundo sem acreditar que realmente eu ia fazer aquilo, e então assoprei a vela que se apagou rapidamente.

Hoseok então sorriu contente, ele costuma ter essa mania de querer fazer todos a sua volta sorrirem com suas graças.

Mas as vezes ele ultrapassa os limites da minha paciência.

— Agora que já tem o que queria, vou voltar para minha sala.

— Calma lindinho! — Atravessou na minha frente.

— Dar pelo menos uma mordida, eu paguei caro nesse bolo. — Disse empurrando o doce de formato redondo na direção do meu rosto.

— Problema seu, você já não recebe muito e ainda fica gastando o pouco que tem com coisas tão inúteis assim.

— Eu não ligo, todos devemos comemorar a data que viemos ao mundo. — Disse com firmeza em sua voz me fazendo olhá-lo nos olhos e dizer:

— E eu já disse, não sou todo mundo Hoseok. Então para de ficar me incomodando e volta ao seu serviço, não esqueça que meu pai não é tão tolerante como eu. — Ao ouvir eu mencionar meu querido pai, Hoseok engoliu em seco.

— Só queria te fazer uma surpresa, mas acho que teria sido melhor não te feito nada. — Com um semblante de arrependimento ele disse.

E eu concordei com a voz grossa:

— Teria sido muito melhor mesmo. — Hoseok suspirou e seus pequenos olhos se inundaram de tristeza. — Mas muito obrigado, por te se lembrado do meu aniversário, você é um cara legal. — Segurei em seu ombro e sorri com gentileza para ele e rapidamente a tristeza dos seus olhos se tornou uma grande luz de alegria.

— Não precisa agradecer, mas se quiser me dá um aumento de salário... fique a vontade.

— Então isso tudo foi só para tentar me subordinar? — Cruzei meus braços e o encarei Indignado.

— Claro que não, eu fiz isso de coração. E você, poderia dá um aumento de coração também. — Ele sorrio brincalhão me fazendo sorri junto consigo.

— Vou pensar no seu caso.

— Você é o melhor Jimin. — Disse empolgado.

E naquele momento, enquanto observava a face do seu rosto iluminada de vida e animação, me bateu um pouco de inveja. Eu queria poder sentir essa sensação uma única vez, mesmo que fosse por apenas dois míseros segundos... eu gostaria de descobrir como é se sentir feliz ao ponto de sua alma vibrar de alegria.

Mas a quem eu quero enganar? Isso não é para mim. Talvez eu tenha sido alguém muito ruim na minha vida passada, e nessa eu esteja vivendo para pagar a minha sentença pelos crimes que não sei quais foram.

— Obrigado pela surpresa, hoseok. Mas tenho que voltar para minha sala, a gente se ver por aí. — Com um longo suspiro eu me despedir.

— Jimin... — Ele me chamou quando passei por si. E então, o olhei por cima dos meus ombros e vi quando um pequeno riso se mostrou presente em seus lábios, e ele então sussurrou para mim:

— Continue sendo forte. — Fez um gesto de força com a mão ao terminar de pronunciar suas palavras, e eu, um pouco confuso sobre o que ele realmente quis dizer apenas assisti antes de voltar a caminhar.

Nem todos são ruins como os meus pais, nesse mundo ainda existe pessoas de bons corações como Hoseok.

Com um grande suspiro eu olhei para o café que ainda carregava comigo, agora já estava completamente frio.

— Eu deveria descontar isso do seu salário, seu isolante. — Falei em voz alta rindo baixinho ao me lembrar do outro.

Me aproximei de uma lata de lixo e joguei dentro dela o café frio, enfiei minhas mãos dentro dos meus bolsos e voltei a andar. E entre cada passo que eu dava naquele corredor, meu coração palpitava em meu peito, me dizendo que essa não era a vida que eu realmente merecia viver... e sim, a que me obrigaram a suportar.

E então um pensamento sobre alguém distante veio a minha mente, e eu olhei para meus sapatos sociais, olhei para o meu terno que deveria custar mais que o salário de todos os funcionários desse lugar, e com um pequeno suspiro eu me lembrei de alguém, alguém que não vejo a muito tempo.

— Como será que você tem estado, Taehyung?

Continua...

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