Capítulo 1

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1981

Guerra.

Essa era a palavra que estava na mente de todos, não importa de que lado da guerra você estivesse. O mundo estava em chamas e tudo desmoronava ao seu redor. Os entes queridos se abraçaram com mais força. Palavras e sentimentos não ditos foram sussurrados no ar da noite. Não adiantava ficar pensando em sonhos quando a próxima hora de sua vida era incerta. Os momentos eram passageiros e as decisões tinham que ser tomadas rapidamente. Enquanto o ex-herdeiro Black mantinha o calor e a sensação de segurança que seu parceiro expelia de seu corpo, ele foi acordado por uma batida forte na porta da frente. Tanto Sirius quanto Remus se entreolharam por um momento enquanto o silêncio pairava no ar. A morte finalmente chegou à sua porta?

"Quem diabos está na porta da frente?" Sirius murmurou, vestindo as calças e pegando sua varinha imediatamente depois de pular da cama. Quem quer que tenha sido, não era um amigo. Qualquer pessoa que soubesse a localização do apartamento dele com Remus tinha acesso às enfermarias. A única outra explicação que ele conseguia pensar era feia e sombria e ele não estava pronto para ir até lá. Ele olhou para seu lobisomem, que também estava se vestindo rapidamente. Houve outra batida e Sirius praguejou enquanto saía do quarto, sem camisa. Ele parou na porta e olhou para trás para ter certeza de que Remus estava pronto. Depois de um aceno silencioso de seu amante, Sirius abriu a porta e sua varinha subiu imediatamente após olhar para as duas pessoas paradas ali.

"Sirius largue a varinha", disse Regulus, sua varinha apontada e posando para ele.

"Você primeiro Régulus," Sirius retrucou, seus olhos cinzentos perfurando o par familiar que ele não via há mais tempo do que conseguia se lembrar. Doeu muito definir um prazo exato para o fato.

"Black," Lucius disse lentamente, sempre o idiota aristocrático. "Eu disse a você que ele não aceitaria bem se fizéssemos isso dessa maneira."

"Ele só precisa se acalmar", disse Regulus. "Você conhece meu irmão. Ele tem temperamento e reage antes de pensar. Ele sempre foi assim."

"Ele está bem aqui," Sirius gritou. "Que porra vocês dois estão fazendo aqui?"

"Abaixe sua varinha, Sirius," Regulus disse, nunca largando a sua ou desviando o olhar.

"Com dois comensais na minha porta? Eu acho que não, obrigado."

"Não é o que você pensa, Black," Lucius tentou raciocinar, erguendo as mãos na frente dele.

"Você me disse uma vez que eu me arrependeria da minha decisão," Regulus disse e Sirius estreitou os olhos para ele. "Você estava certo. Eu tenho muitos arrependimentos."

Sirius parou por um momento para encarar seu irmão. Ele não queria mais acreditar que seu irmão mais novo estava aqui implorando por ajuda. Que ele estava desertando e que Sirius poderia salvá-lo. Mas Severus Snape lhes dissera que ninguém jamais desertou de Voldemort. "Não, você está mentindo. Isso é um truque", ele respondeu.

"Há um rato como espião na ordem Sirius," Regulus disse e tanto Remus quanto Sirius congelaram. "Abaixe sua varinha e deixe-nos entrar e diremos quem é."

"Por que eu deixaria um Malfoy entrar? Eles foram criados para serem comensais da morte," Sirius zombou.

"É exatamente por isso que você deveria," Lúcio disse calmamente, abaixando sua varinha em um sinal de boa fé. Se alguém entenderia o que é ser criado para ser alguma coisa, esse alguém seria Sirius Black. Ele só precisava que ele ouvisse primeiro. "Porque não quero que meu filho seja criado para ser mais um de seus soldados. Narcissa também não iria querer isso."

Depois de alguns momentos, Sirius baixou lentamente a varinha ao mesmo tempo que Regulus. Ele deu um passo para trás e os dois ex-comensais da morte entraram na casa, Regulus acenando para Remus, que estava encostado na porta do quarto. Servindo-se de uma bebida, ele bebeu antes de se voltar para as duas pessoas em quem ainda não tinha certeza se confiava.

Hogwarts: Uma História (Versão Hermione)Onde histórias criam vida. Descubra agora