Capítulo 10 - Um amigo

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Passaram-se 3 dias e construímos uma rotina, levantamos cedo, comemos e andamos durante todo dia, fazendo uma pausa para comermos. Quando o sol se abaixa, montamos equipamentos, jantamos, fazemos um pouco de algazarra e vamos dormir. Eu sempre me mantendo afastada do grupo e não falando com ninguém, com medo de me descobrirem. Já é tarde quando enfim chegamos aos portões do reino élfico. Nossos companheiros de viagem nos convidam para passar a noite lá dentro, mas Thorin recusou, porem não recusa o jantar que será preparado pra nós. 

Estou na fila pra pegar minha sopa que os elfos estão servindo quando percebo que um deles é Legolas, o principe elfo, e não sei porque, fico apreensiva. Quando chega minha vez abaixo a cabeça, para não ter que olha-lo, e estendo a mão para pegar o prato, porém nossas mãos se tocam e acabo olhando pra seu rosto. Sua feição mostra confusão, mas por fim ele me entrega o prato e saio de lá rapidamente. Estou chegando ao final do acampamento, onde não tem mais anões por perto, quando alguém me empurra no chão. No mesmo momento derrubo meu prato e pego minha espada, mas já tem uma flecha apontada pro meu coração e quem está apontado é o principe élfico. 

___ Abaixe a espada e mostre seu rosto.__ ele diz determinado sem recuar. 

Estou ofegando e sem pensar em alguma escapatória. Tento fazer uma voz mais grossa:

___ Volte para os seus e me deixe em paz elfo. ___ digo irritada.

____ Sei que não é quem diz ser, me mostre seu rosto ou irei atirar. __ ele diz firme. 

Mas que droga, não consigo ver como poderei sair dessa situação. Decido então fazer o que ele me pede, retiro calmamente os panos que cobrem meu cabelo e rosto. Quando termino, vejo que ele parece um pouco surpreso. 

___ Você é .. uma anã? __ ele pergunta confuso sem abaixar a arma. 

___ Sim. __ digo tentando ser boazinha. __ Por favor, não me entregue, estou me escondendo pois não foi permitido mulheres no exército anão, mas eu quero ajudar a lutar. __ peço suplicando. 

Ele permanece imóvel, pensando. Por fim abaixa o arco. 

___ No meu reino não existe isso, todos hábitos para lutar são treinados. __ ele diz gentil.

Relaxo também, sabendo que agora não estou em perigo iminente.

___ Invejo essa parte do seu povo. ___ respondo agradecendo. 
Ele sorri levemente, guarda seu arco e diz:

___ Venha, vamos arrumar outra sopa pra você, já que derrubei a sua. __  diz meio divertido.

Assinto sorrindo também um pouco, arrumo novamente meu disfarce e sigo em direção ao centro do grupo. Pegamos nossa sopa e, para minha surpresa, ele se senta próximo a mim. Acaba que ele me faz conversar e vejo que ele é um bom homem e podemos muito bem sermos amigos. Conversamos sobre tudo, a guerra, nossa família e esquecemos dos outros ao nosso redor, esqueço de Thorin também, por um momento, e isso me pega de surpresa. Aguardamos nossos pratos há muito tempo vazios, nos despedimos e vamos cada um para um lado enfim descansar do longo dia e das supressas agradáveis que aconteceram. 


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