tudo um sonho...ou não

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Leo ofegava e corria pelo hospital, chorando enquanto gritava por ajuda, mas ninguém o escutava, pois era tarde da madrugada e nenhum médico estava de plantão. Leo gritava e gritava por ajuda, esperando que nem que fosse um bêbado passasse e o ajudasse. Quem ajudaria a salvar o seu amado?

Leo corria pelo hospital que mais parecia um labirinto depois de escutar um barulho alto. O garoto corre e corre, demorando uma eternidade para que chegue na frente daquela Porta. Leo abre com força, e tudo que vê são ratos. Ratos enormes, não pareciam ratos... Leo olhou em volta, o chão coberto por baratas e as paredes por aranhas, Leo foi até a sala do seu amado, onde não chegou a tempo. Horrorizada com a cena do corpo de Lian já em decomposição, pelo menos algumas partes, larvas comendo sua carne enquanto o cheiro de podre tomava o local, moscas sobrevoando o corpo de Lian, o buraco em seu peito cheio de larvas, baratas e até ratos comendo.

Leo incrédulo e traumatizado com a cena, corre escutando um choro doce e suave, ele vai até o berçário, com tudo destruído por esses animais imundos, apenas...um garotinho. Leo o pega no colo, e corre até o armazém, se dando de cara com chamas de fogo pois vários líquidos inflamáveis ficavam lá, incluindo álcool 70.

Leo cobre o nariz e boca e corre para a porta da frente, saindo rapidamente com o bebê no colo ele segue direto para casa, depois de um tempo, na metade do caminho não consegue mais andas, chorava e se questionava, o bebê acaricia o rosto de Leo, como se tentasse o consolar. Leo beija a testa do neném, se sentando embaixo de uma árvore

- você deve estar com fome, né pequeno?

O neném balbucia em resposta

- Eu vou levar você para casa...

Leo se levanta e continua, logo o sol timidamente começa a raiar

- que buceta! Por que esse caralho de casa tem que ser tão longe!? Inferno!
Leo resmunga enquanto o bebê cochila no colo dele.

Finalmente eles chegam em casa. Leo coloca o neném na cama e entra no banheiro, tomando um banho. Depois ele se joga ao lado do neném, cochilando.

Depois de algumas horas Leo acorda com leve carícias no rosto e cabelo

- Lian!?
Leo lacrimeja e sorri levemente, mas logo seu sorriso se desfaz ao ver que não era um sonho, pois o bebê está ali

- ah...neném...bom dia, pequeno...

O neném balbucia e sorri, logo depois a mãe de Leo abre a porta

- quem é esse?

- ah...é um bebê que eu salvei do hospital... desculpa por não perguntar nada antes...

- ah, você estava no hospital? Então deve saber que o Lian...

O lábio inferior de Leo se curva e treme. Ele abaixa a cabeça

- sim...

- ...eu sinto muito...o pai dele vai fazer o funeral daqui a pouco... Acho melhor você se vestir e vestir o neném...

Leo afirma com a cabeça, e se levanta da cama escolhendo suas roupas pretas, as que Lian mais gostava que Leo usasse em encontros.

Leo pega o neném no colo e chama um táxi, indo até o local. Chegando lá, Leo abraça o pai de Lian e desaba em lágrimas

- desculpa...desculpa...
Leo disse em um tom manhoso

- não foi culpa sua....se a mãe dele não fosse estúpida e não tivesse atirado...

O celular do pai de Lian toca, ele olha a mensagem da mãe de Lian, falando que não vai poder ir, pois estava em um cruzeiro com o atual velho rico dela.

Depois do velório e enterro de Lian, Leo volta pra casa, com os olhos inchados de tanto chorar.

Depois de um tempo Leo sobressalta na cadeira...graças a Deus, foi tudo um pesadelo...

De ódio a amorOnde histórias criam vida. Descubra agora