Até quando?

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"A alma é cheia de mistérios."

— Dom casmurro

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   Estava tendo a estranha sensação de estar sendo seguida, o que seria um pensamento normal pelo fato de estar andando a noite em uma rua deserta, o motivo de estar ali? Clary não sabia, ainda não. Olhou novamente para trás, não havia nada, mas a sensação ainda se encontrava ali, virou a esquina, olhou para os lados, ninguém. A única luz que tinha era a do poste, que mesmo assim falhava. "Estranho" murmurou. Quando Clary virou novamente para trás, sentiu mãos fortes a agarrando, quando tentou gritar a pessoa colocou a mão em sua boca e a levou para um beco sujo e mal cheiroso, sendo jogada na parede, Clary caiu no chão com força, colocou as mãos na cabeça e sentiu algo viscoso, quando olhou a mão viu que havia sangue, seu sangue. O medo tomou conta de seu corpo, sentia as lágrimas grossas caindo, a pessoa parou a sua frente e agachou, seu rosto fora levantado de um jeito brusco, a fazendo olhar para ele. As mãos desceram para seu pescoço e apertou, ele estava tentando matá-la, olhou para o rosto, era um garoto, com olhos gélidos e negros como carvão, que realmente a fazia sentir medo. Sua visão começará a ficar turva, a vida a estava deixando, mas ainda assim sentia o medo, antes de fechar os olhos viu a satisfação estampada no rosto de seu assassino, ele era louco, pensou, antes de cair em escuridão profunda.

★★★★★★☆☆★★★★★★

Clary acordou assustada, estava suada e seu coração martelava em seu peito, Izzy dormia tranquilamente ao seu lado, Deus, murmurou, não poderia estar enlouquecendo, poderia? não estava normal. Levantou e caminhou em direção a janela, abriu e colocou a cabeça para fora, precisava respirar, esse era o segundo sonho mais estranho – e assustador – que já tivera, ainda se lembrava nitidamente dos olhos dele, ou melhor, deles. O Dourado e o Negro. Estou enlouquecendo, pensou, precisava de um banho, frio ainda. Pegou uma roupa de frio e a toalha e caminhou para o banheiro tentando não fazer barulho.

Saiu do banheiro vestida e menos preocupada com os sonhos, foi para a sala e se sentou no sofá, pensou nos acontecimentos recentes em sua vida, o sonho, a carta, o fim do namoro de Simon e Isabelle e por fim, o sonho que teve hoje, estava preocupada com a amiga, ela estava sofrendo e ainda precisava saber o que tinha acontecido, ela precisa descansar, pensou.

Suspirou e olhou para o celular que piscava, pegou e desbloqueou a tela, tinha uma mensagem e uma ligação. Simon tinha ligado ontem a noite, mas não atenderá por causa de Izzy, e a mensagem era de Alec, irmão de Izzy, apenas preocupado com a irmã. Deixou o celular em cima da mesinha de centro e se levantou quando se virou para ir ao quarto, viu Izzy parada olhando-a.

Oi

Oi

Está melhor?

Sim

Dormiu bem?

Sim

Isso é bom, muito bom...

É...

Então, está com fome?

Sim...

Ok, vou fazer algo para a gente comer.

Ok.

Caminhou em direção a cozinha com Izzy em seu alcanço, preparou algo para elas comerem e colocou em cima da mesa, comeram em silêncio, terminaram de comer e o silêncio ainda estava presente.

É, Izzy?

Sim

Acho que deveríamos conversar, mas, se não quiser.

Eu também acho, vou me sentir melhor desabafando.

Ok, ãh, vamos para o sofá...

Ok.

Foram para a sala e sentaram no sofá

Então, Izzy, por que você e Simon terminaram?

Foi apenas por um motivo bobo Clary, tão bobo.

Izzy, qual foi o motivo?

Ciúmes Clary, apenas ciúmes, uma coisa tão tosca

Ah Izzy, sinto muito!

Estávamos no Java Jones, uma garota veio nos atender e ficou flertando com Simon, sei que Simon não estava prestando atenção nela, mas, eu fiquei tão nervosa mas guardei para mim, até nós a gente sair de lá, quando saímos, falei que aquela garota era uma vadia atirada, que mesmo sabendo que ele tinha namorado ficava quase esfregando os peitos na cara dele, estava desabafando e ele falou para mim não ligar, que ele não se importava com isso, e eu falei que elas deveriam saber que ele estava comigo, e ele falou, "eu já sei, isso não basta?". E eu sabia que nessa hora ele tinha ficado triste, ele saiu andando na frente e eu corri para alcançar ele, eu o chamei e ele virou para mim, mas quando eu ia falar, ele me cortou e falou que eu me importava mais com o que as pessoas têm que saber ou pensar do que o que ele pensa, eu tentei falar mas ele não deixou, e falou que isso era desnecessário e irrelevante, e eu perguntei, "O que eu sinto por você é irrelevante?", acho que ele percebeu que tinha falado coisas erradas, eu sei que ciúmes é uma coisa boba mas eu não aguentei, então ele falou que isso não estava dando certo, que nós não estávamos dando certo, então ele pediu um tempo e saiu, me deixou lá, com o coração quebrado em pedacinhos.

Izzy, eu... eu... eu... realmente sinto muito, por favor não chora novamente, isso está me matando.

Mas não adiantará nada Clary falar, pois Izzy já estava se debulhando em lágrimas.

Shii... Hey, Izzy, se acalme ok? Não fique assim, vamos lá! Onde está a Izzy que eu conheço? Ela com certeza não ficaria assim, ela passaria por cima de cabeça erguida, vamos lá Izzy!

Você tem razão Clary, não vou ficar aqui chorando por causa dele, se ele pediu por isso vou mostrar o que ele está perdendo, e a primeira coisa a se fazer é ir ao shopping, vamos lá Clary, vamos achar uma roupa decente para você e uma roupa que caiba em mim.

Essa sim é a Izzy que eu conheço, mas tem certeza que quer ir ao shopping? Não podemos apenas assistir TV e comer salgadinhos?

Não Clary, não podemos, agora levante logo essa bunda daí e vamos!

Foram para o quarto e trocaram de roupa, pegaram as bolsas e foram para a sala, saíram do apartamento e Clary trancou a porta. Saíram do prédio e caminharam para o shopping, Clary estava feliz pois conseguirá animar a amiga, e não pensara no pesadelo que tivera, tudo estava normal, mas pensou

Até quando?

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