Capítulo 2 - Voltando ao Rio de Janeiro

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Pov' Fernanda Bande 

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - 08h34

Eu já havia esquecido como Rio de Janeiro podia ser quente.  Acostumada com o frio de Gramado, aquele clima para mim agora era estranho, pensei tirando o terninho que usava naquela manhã. Caminhei entre as pessoas que andavam de um lado para o outro, grudadas aos seus aparelhos celulares ou em conversas entretidas. Ajeitei meus cabelos, colocando meu Ray-ban aviador no rosto, enquanto me dirigia até a saída do aeroporto de Rio de Janeiro. Do lado de fora, vi à Mercedes preta a minha espera.

- Bom dia, Sra Bande! - O motorista falou de forma educada.

- Bom dia, Davi! - Falei entrando no Carro.

Entrei no carro que estava com uma ótima temperatura graças ao ar-condicionado milagroso.

- Por Deus! Quando o Rio foi tão quente? – Resmunguei largando meus pertences sobre o banco.

- Sempre senhora, o clima aqui sempre foi quente – ouvi Davi dizer em meio a um riso baixo. – Desculpe perguntar, mas como está seu pai?

- Tem razão, eu que já estou esquecida daqui – falei calmamente enquanto me acomodava no banco do carro. – Ele esta bem, esta em Gramado com a minha família.

- Isso é ótimo, gosto muito do Sr. Bande! Para onde devo levá-la? – Ele perguntou olhando pelo pequeno espelho.

- Ao meu novo apartamento, Davi, siga caminho por essa rua, que eu lhe darei as coordenadas.

O rapaz assentiu, saindo daquele lugar.

Olhando pela janela do carro as ruas do Rio de Janeiro, eu podia recordar dos meus tempos vividos ali, e que belos tempos eu diria. Conhecia aquela cidade como a palma de minha mão. Afinal eu nunca fui apenas essa Fernanda que só pensava em trabalho. Eu já tinha aproveitado um pouco da vida. Um pouco não, muito. Meus pensamentos vagaram por lembranças de todas as coisas que aprontei, mas aquilo agora havia ficado no passado. A Fernanda imatura e irresponsável não jazia mais aqui.

- Vire à esquerda no próximo quarteirão – Falei para o rapaz que obedecia minhas coordenadas perfeitamente bem.

Finalmente chegamos ao prédio onde agora eu iria morar. Davi rapidamente saiu do carro caminhando em passos largos até a minha porta, onde em um gesto a abriu.

- Obrigada – eu falei com um sorriso.

Davi era meu novo motorista. Ele era um rapaz muito prestativo por sinal. Sempre estava disposto a trabalhar, não importa quando fosse.

Caminhei para dentro do saguão do prédio, onde rapidamente os funcionários se colocaram em seus devidos lugares. Era cômico como eles se portavam em minha presença, as pessoas geralmente se acuavam comigo. Talvez seja o jeito rude e arrogante que eles imaginavam que eu teria, e eu não fazia questão de desmanchar essa imagem. Hoje para ser respeitada, as pessoas tinham que temer sua presença.

- Bom Dia, Sra. Bande, nosso funcionário vai colocar suas malas no seu apartamento, é o 308, o único da cobertura.

Eu nada falei, apenas assenti em um breve aceno e segui para o elevador. Chegando ao meu apartamento, o rapaz ruivo entrou logo atrás de mim empilhando todas as malas perfeitamente bem em meu quarto.

- Mais alguma coisa senhora? – ele perguntou.

- Pode se retirar. – apenas disse.

O apartamento era grande. Uma enorme área com estilo contemporâneo e sofisticado, repleto de moveis de cor branco e marrom, nas paredes cores claras e algumas escuras, com quadros de lindas pinturas, tudo estava a meu gosto. Caminhei até a sala onde descansei sobre o sofá, tirando o sapato alto que estava maltratando meus pés, deixando que, por uma fração de segundos, meu corpo amolecesse sobre o estofado. A viagem tinha sido longa, ou melhor, a vida estava sendo dura demais. Levantei novamente, seguindo para a enorme sacada de meu apartamento.

The Stripper - FerlaneOnde histórias criam vida. Descubra agora