The Stripper - Ferlane

Especial The Stripper - A família

Pov' Alane Dias Bande

Carreguei a última caixa que restava para dentro do quarto. Finalmente havíamos feito a mudança para uma verdadeira casa. Durante anos Fernanda havia conseguido me enrolar, evitando a todo custo sair de seu belo apartamento. Mas nos últimos meses dei a última palavra sobre isso. Agora com Marcelo, nós tínhamos que ter um espaço maior.

- Lane, Fernanda mandou deixar essa caixa aqui. – Sara disse ao entrar no quarto.

- Deixe em cima da poltrona, por favor, Sara.

Minha irmã assentiu, e depositou a caixa de papelão no lugar onde eu havia indicado. Sara Dias agora já não era uma criança, já estava na adolescência. E eu tentava a todo custo cuidar dela como sempre havia cuidado, desde seus primeiros passos quando criança até hoje em dia. Com a morte de Aline, nossos laços haviam se estreitado mais, ao contrário de muitos irmãos por aí, minha relação com Sara era maravilhosa. Sempre mantínhamos uma conversa amigável, carregada de respeito e carinho. A ausência dos pais na vida da menor não estava sendo tão prejudicial como havia sido para mim. Talvez a nova estrutura familiar que nós encontrávamos era totalmente benéfica para a criação de Sara. Já que Fernanda dava a ela um carinho tão fraterno quanto eu. Era maravilhoso ver como minha esposa amava Sara, e cuidava dela como se fosse sua irmã.

- Vou ver meu quarto novo! Fernanda disse que mandou colocar uma hidromassagem no meu banheiro, acredita? – A garota falou animada.

- Sabe que está velha demais para colocar o Luke para tomar banho na banheira, não é?

- Fernanda disse que posso.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, a menor saiu do quarto em uma risada divertida. Eu devia dizer que mesmo depois de anos, aquele cachorro ainda fazia bagunça? Deus! E não só ele. Agora em minha casa eu não tinha apenas uma criança. Eu tinha três!

- Atenção senhores passageiros! Em poucos minutos o mini avião vai pousar. Quem fala é a comandante Fernanda Bande ao lado do piloto Marcelo Dias Bande!

Ouvi a voz alta de Fernanda vinda do corredor, e junto dela a risada de Marcelo ecoava pelo cômodo. Eu disse, aí vem as duas crianças restantes.

Em poucos segundos eu vi Fernanda entrar em nosso quarto, com nosso filho nas costas. O menor tinha um sorriso largo no rosto, enquanto seus pequenos bracinhos contornavam o pescoço de minha esposa.

- Cancelar o pouso! Cancelar o pouso! Mamãe Alane no meio da pista de aterrissagem!

- Vamos pousar na pista dois! – Marcelo disse em meio a uma risada.

- O que vocês dois pensam que estão fazendo? – falei ao me levantar do chão do quarto.

- Brincando de avião! – meu filho falou animado.

- A última vez que estavam brincando assim, alguém se machucou. – me aproximei de ambos que me fitavam com expressões de tédio.

- Eu escorreguei, não conta! – Fernanda se defendeu me fazendo rir. – Marcelo, diga pra sua mãe não ser chata.

- Mamãe... – Marcelo sussurrou, ainda agarrado ao pescoço de Fernanda.

Eu sorri ao fitar os dois daquela maneira. Será que alguém ainda tinha dúvidas de quem era a mãe mais irresponsável dali? Marcelo beijou o rosto de Fernanda, e logo em seguida lançou um sorriso para mim. Talvez ninguém pudesse entender o quão maravilhoso era poder ver os dois daquela maneira. Ao contrário do que muitos pensam por aí, Fernanda era a mãe mais boba e brincalhona de todas. Seu ar imponente e sério usado na Bande's Industry, se desmontava por inteiro quando estávamos em casa ao lado de nosso filho e Sara. Ela ficava praticamente irreconhecível para quem só a conhecia no horário de trabalho, e admito que ter aquele lado de Fernanda era a melhor coisa do mundo.