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PONTO DE VISTA DA NARRADORA
LOUISE FICOU maravilhada com o hotel que seu irmão havia escolhido, claro que ela já tinha se hospedado em hotéis chiques e caros em Paris, mas a proximidade da Torre Eiffel tornava este lugar o melhor de todos.
Não demorou para sair sem os dois, decidiu primeiro ir nas botiques que estavam perto do hotel, provavelmente iria ficar cheia de sacolas nos braços, mas ela não se importava, adorava Paris e queria, um dia, morar lá.
Ficou horas entrando e saindo de lojas com mais e mais sacolas, as atendentes sorriam quando a viam entrando.
No final da tarde, seu estômago estava implorando para Louise parar um pouquinho e comer, mas ela resolveu comer no hotel.
Quando finalmente chegou, viu Kentin batendo repetidamente na porta, coçou sua garganta, chamando a atenção de seu irmão.
— Por Deus, Louise! Por que saiu sem avisar? Mais um pouquinho e eu arrombava essa porta — Seu irmão foi com passos duros até ela.
— Desculpa, irmãozão — Louise sorriu feliz — Fui as compras! — A garota mostrou as dezenas de sacolas penduradas em seu braço, fazendo Kentin revirar os olhos.
— Eu paguei aqueles barcos do rio sena? Aqueles restaurantes no barco — Os olhos de Louise brilharam.
— Meu Deus! — Deu um grito estridente — É sério? Sério, sério mesmo?
— É sério, sério — Kentin disse, dando um sorriso genuíno.
— 'To tão animada que vou tomar um banho premium hoje! — Saiu e disparada ao banheiro de seu quarto.
Louise entrou no banheiro e rapidamente tomou um banho relaxante, deixando a água quente acalmar seus nervos. Após se secar e aplicar um pouco de loção, ela foi até seu quarto, onde abriu as sacolas de compras e escolheu um vestido vermelho novo. O tecido leve e elegante se ajustava perfeitamente ao seu corpo.
Vestida e maquiada, ela calçou um par de sapatos de salto alto e se olhou no espelho, sentindo-se deslumbrante.
Desceu até o saguão, onde Kentin e (infelizmente) Armin a esperavam.
— Você está linda, Louise — disse ele, orgulhoso.
— Obrigada, irmãozão — respondeu ela com um sorriso.
— Você é bem parecida comigo, por isso é linda — Kentin disse, convencido, tirando uma risada sincera de Louise.
— Oi, Louise. Você está linda — Armin disse timidamente.
— Obrigada, você também não está nada mal — Respondeu ela, com um sorriso forçado.
Chamaram um táxi e, durante o trajeto, Kentin e Armin conversaram animadamente sobre os planos para a noite, deixando a garota irritada.
Louise, Kentin e Armin desceram do táxi e caminharam em direção ao barco restaurante. Louise, apesar da irritação com Armin, não pôde deixar de se sentir um pouco emocionada pela beleza do lugar.
Assim que embarcaram, foram conduzidos a uma mesa com uma vista magnífica do rio. O garçom trouxe os cardápios, e Kentin, entusiasmado, sugeriu:
— Vamos pedir champanhe? Estou doido 'pra provar.
— Por favor! — Louise suspirou, tentando manter o clima leve. Armin assentiu em silêncio.
Enquanto esperavam a bebida, Kentin começou a falar sobre uma viagem que estava planejando, deixando Louise interessada e Armin, um pouco mais relaxado. O champanhe chegou, e eles brindaram, embora Louise sentisse a tensão no ar.
Depois de algum tempo, Kentin olhou ao redor e perguntou ao garçom:
— Tem um banheiro a bordo?
— Claro, senhor. Fica no final do corredor, à direita — respondeu o garçom.
— Volto já, maninha — Kentin levantou-se e sorriu para Louise.
Louise sorriu de volta, mas assim que Kentin saiu, sentiu-se presa em uma situação desconfortável com Armin. Ele olhou para ela, parecendo um pouco nervoso.
— Louise, eu queria te dizer... Sinto muito por tudo o que aconteceu entre nós. Sei que as coisas não terminaram bem — começou Armin, com a voz baixa.
Louise suspirou, tentando manter a calma.
— Armin, já falamos sobre isso. Estou tentando seguir em frente.
— Eu sei, mas ainda me importo com você. Se eu tivesse outra chance, eu... — continuou ele
Louise cruzou os braços, impaciente.
— Você teve sua chance, Armin. Não dá para simplesmente voltar e esperar que tudo fique bem.
— Eu só queria que soubesse que ainda penso em você. Não é fácil me ver ignorado assim. — Armin franziu a testa.
— Ignorado? Armin, você terminou comigo! Você fez suas escolhas, agora me deixe fazer as minhas! — Louise elevou a voz, atraindo alguns olhares de mesas próximas.
— Eu só queria me desculpar... — Armin parecia desconcertado.
— Desculpas não mudam o passado — cortou Louise, com firmeza.
Nesse momento, Kentin voltou, percebendo a tensão no ar.
Kentin olhou de Armin para Louise, percebendo que algo estava errado, mas decidiu não pressionar.
Louise não mexeu direito em seu prato durante o jantar. Enquanto Kentin e Armin conversavam animadamente, ela apenas beliscava a comida, perdida em seus pensamentos. Kentin percebeu a falta de apetite da irmã e a preocupação cresceu em seu rosto.
Kentin franziu a testa, mas não disse nada. O jantar continuou em um clima estranho, com Louise visivelmente desconfortável e Armin tentando, sem sucesso, participar das conversas.
Quando o jantar terminou, eles saíram do barco e pegaram um táxi de volta para o hotel. No caminho de volta, a tensão no ar era palpável. Louise manteve-se em silêncio, olhando pela janela, enquanto Kentin e Armin trocavam algumas palavras, tentando manter o clima leve.
Ao chegarem ao hotel, A mulher saiu do táxi rapidamente e dirigiu-se ao seu quarto sem dizer nada. Kentin a observou subir as escadas, a preocupação evidente em seu rosto.
— Vou falar com ela depois — murmurou ele, mais para si mesmo do que para Armin.
Kentin e Armin entraram no saguão do hotel e se sentaram em um dos sofás. O moreno suspirou, passando a mão pelos cabelos.
— Eu queria que você e Louise conversassem e se resolvessem de uma vez — admitiu Kentin, olhando seriamente para Armin.
Armin abaixou a cabeça, sentindo o peso das palavras de Kentin.
— Eu também queria, mas parece que só pioro as coisas — disse ele, com um tom de frustração na voz.
— Ela ainda está magoada, mesmo depois de todo esse tempo, você sabe que é difícil ela esquecer essa situação, Armin. — disse Kentin, tentando aconselhar o amigo.
Armin assentiu, e eles ficaram em silêncio por um momento, cada um perdido em seus pensamentos sobre como a situação poderia ser resolvida.
— Vou tentar falar com ela de novo outro dia — disse Armin, finalmente quebrando o silêncio.
Kentin assentiu, oferecendo um pequeno sorriso encorajador
— Faça isso. E lembre-se, ela ainda se importa com você, mesmo que não demonstre.
