Conspiração revelada

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O livro de Emily cai, e Thomas o pega do chão antes dos homens que a ameaçam como refém. Sua atenção é chamada pelos sujeitos, suas vozes carregam tensão e ameaça. Um deles, mais imponente, se aproxima, encarando Thomas com olhos afiados como se pudesse ler sua alma.

"Quem são vocês e de que época vieram?" Sua voz ecoa pelo ambiente escuro, carregada de autoridade e perigo iminente.

Thomas encara o homem, sua mente está trabalhando freneticamente em busca de uma resposta que não o denuncie ainda mais. Ele sabe que precisa escolher suas palavras com cuidado, consciente de que cada sílaba pode determinar o destino deles.

"Somos viajantes perdidos no tempo, assim como vocês devem ter percebido. Não viemos com intenção de interferir nos assuntos deste lugar, apenas buscamos uma maneira de retornar ao nosso próprio tempo." 

Os homens compartilham olhares silenciosos entre si, como se estivessem avaliando as palavras de Thomas. Emily, totalmente imóvel com a faca em seu pescoço, segura a respiração, seus olhos imploram por misericórdia.

O líder dos sequestradores, após um longo momento de silêncio, solta uma risada áspera, mas seu olhar permanece duro e desconfiado.

"Não importa de onde vocês vieram. O que importa é o que trazem com vocês." Ele aponta para o diário antigo que Thomas segura com firmeza. "E isso é algo que estamos dispostos a fazer o que for preciso para conseguir."

Thomas percebe que não será fácil convencê-los a libertar Emily, pois estão interessados na mesma coisa. Mas se fizer o que querem, talvez nunca voltem ao seu próprio tempo, mesmo que isso signifique carregar o peso de salvar a mulher.

"Não podemos entregar o diário. Não entendemos completamente seu poder, mas sabemos que pode ser perigoso em mãos erradas."

Emily assente, apoiando a decisão de Thomas. Os sequestradores reagem com impaciência, suas expressões endurecendo ainda mais.

"Não têm escolha, se querem sair vivos dessa situação.", ameaça o líder dos sequestradores, enquanto o homem que segura Emily aperta um pouco mais a faca contra sua pele.

Thomas pondera rapidamente sua mente buscando uma alternativa. Então, ele tem uma ideia:

"Não podemos entregar o diário, mas podemos ajudá-los a encontrar o que estão procurando. Precisamos de um acordo."

Os sequestradores trocam olhares, e discutem entre si, mas não ficam nada convencidos da sugestão.
Aproveitando esse momento de distração, o jovem soldado age com rapidez e habilidade, escondendo o seu livro em um esconderijo improvisado dentro de uma das botas. Ele utiliza uma técnica aprendida no exército para guardar armas de pequeno porte, garantindo que o seu livro, por ser relativamente pequeno, possa passar despercebido.

"Não aceitaremos. Tem um limite de pessoas que podem usar esses livros e já está tudo planejado. Precisamos dos dois." O líder estende a mão, esperando que Thomas entregue os dois diários.

"Só temos um." Emily olha para Thomas, quando o homem arranca o livro da mão dele, que a pertencia.

"Você espera que eu acredite nisso? Como os dois vieram parar aqui? Me entregue o outro agora!"

"Se quiser me revistar, fique à vontade. Mas estou te dizendo, perdi o meu."

O líder dos outros homens fica ainda mais furioso e acena para que revistem o soldado. Ao fazê-lo, não encontram nada, deixando Emily surpresa e confusa. Thomas permanece sereno e pergunta: "Agora que tem o que querem, podem nos deixar ir?"

Mas o homem ainda insatisfeito responde: "Onde foi que você perdeu?"

"Eu não me lembro. Quando vim para cá, estava bêbado. Foi ela quem me encontrou e me ajudou."

Após a revista sem sucesso, o líder dos sequestradores aperta os lábios em frustração. Com um aceno de sua mão, ele emite uma ordem aos seus homens: "Não importa. Peguem os dois. Vamos levá-los para a nossa base. Não podemos correr o risco de deixá-los escapar, devem ter mais algumas informações. "

Os homens obedecem prontamente, agarrando Thomas e Emily com firmeza. Apesar de seus protestos, eles são conduzidos à força em direção à base dos sequestradores, com a incerteza de seus destinos pesando sobre eles.

Colocaram uma sacola em suas cabeças e a escuridão envolveu Thomas e Emily enquanto eram arrastados para dentro da base dos sequestradores. O ar é carregado de tensão e o coração de Emily batia descontroladamente, criando uma crise de ansiedade.

Thomas ouve a mesma respirar fortemente, e olhando por de baixo da sacola os pés de cada um que estava ali, pensando em como acalmá-la, ele diz: "Vai ficar tudo bem... Confia em mim."

"Cale a boca!" Um dos caras que o segurava grita com ele e dá-lhe uma pancada na cabeça que o faz desmaiar. 

Quando a luz finalmente penetrou nas paredes sombrias da base dos sequestradores ao acordarem, Thomas e Emily finalmente se viram. O ambiente hostil e as vozes ásperas dos captores ecoavam ao seu redor, os lembrando que não estavam sozinhos. 

É hora de reunir coragem e elaborar um plano de fuga, antes que fique tarde demais. Então, Thomas certifica de que Emily está pronta para a ação, perguntando: "Você está melhor?"

Ela afirma, ainda que pareça incerta para Thomas, ele acena com a cabeça seguindo seu plano.

Thomas tira uma pequena faquinha escondida em sua outra bota e corta as amarras que prendem Emily. Mas a simples escritora ainda incrédula, não consegue deixar sua curiosidade passar.

"Como escondeu aquele livro? Como conseguiu pensar nisso?"

"Fala baixo, eles estão por perto." Entrega a faca.

Com ela libertada, passa a desamarrar o colega, mantendo-se atentos aos sons ao seu redor para não chamar a atenção dos sequestradores.

"É apenas uma técnica que aprendi no exército." A responde.

"Eu sabia que militar era maluco. Você sempre anda com facas, ou armas, ou sei lá mais o que dentro das suas botas assim?"

"Sim."

"Você é um psicopata."

"Mas estou salvando nossas vidas, não estou? Então por que está reclamando?" Se levanta. "Vamos, apenas me siga."

"Por que eu devo te seguir? Você nem deve ter algum plano. Aliás, eles devem ser muitos."

"São cerca de 10, contei os pés quando nos trouxeram para cá." Emily ri. "Qual é a graça?"

"Contou os passos? Meu Deus, você acha que está em um filme?" 

"Minha nossa, você é tão irritante." Thomas perde a paciência. "Olha, você só está viva até agora por minha causa. Estou fazendo o favor de te ajudar. Se não quiser me seguir, sugiro que fique aqui para morrer então."

Emily se cala.

Uma vez livres, eles precisam agir rapidamente. Thomas toma a iniciativa de neutralizar os sequestradores, usando a faquinha com precisão letal enquanto Emily observa em estado de choque. A adrenalina e o instinto de sobrevivência guiam seus movimentos, e em pouco tempo a base está livre da ameaça.

Com a segurança momentânea garantida, eles localizam o diário de Emily entre os pertences dos sequestradores e o recuperam. Sabendo que não podem correr o risco de serem identificados, eles trocam suas roupas por trajes que se assemelham aos usados pelo povo do século XIX, garantindo que possam se misturar sem chamar a atenção.

Com o livro seguro e disfarçados, Thomas e Emily se preparam para deixar a base e continuar sua jornada, cientes de que ainda há muito perigo e que precisam ficar atentos a todo momento.

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⏰ Última atualização: Apr 27 ⏰

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