𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏 - A sombra do poder.

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        No coração pulsante da América do Sul, o Brasil ditadura reinava com punho de ferro sobre suas terras tropicais. Sob o céu vasto e azul, onde o canto dos pássaros se misturava ao som distante das cachoeiras, um silêncio opressor pairava sobre a nação. Era uma era sombria, marcada pela sombra do autoritarismo que se estendia sobre cada canto do país, sufocando as esperanças e silenciando as vozes que ousavam desafiar o regime.

A sede do poder, o Palácio do Planalto, erguia-se imponente no horizonte de Brasília. Suas linhas modernas e arrojadas contrastavam com a atmosfera de repressão que emanava de seus corredores. No epicentro desse universo político, o escritório presidencial se destacava, um espaço austero onde a figura do líder ditatorial se fazia onipresente. Ele, de cabelos tingidos de verde em uma clara alusão à exuberância da Amazônia, estava firmemente amarrado para trás, reforçando sua figura imponente e autoritária. Seus olhos, azuis como os céus sobre a Pátria Amada, exibiam estrelas que brilhavam com determinação e frieza, e um tapa-olho negro cobrindo o olho esquerdo, resquício de um passado marcado pela violência e conspiração. Sua pele clara contrastava com a austeridade de sua roupa militar, uma lembrança constante de seu poder e autoridade.

O Presidente vinha de um passado obscuro, onde as sombras da Guerra Fria dançavam sobre os continentes. Nas décadas passadas, o mundo estava dividido entre duas superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética, cada uma lutando pela supremacia ideológica. O temor do comunismo, visto como uma ameaça insidiosa que poderia corroer os valores do Ocidente, levou a uma política de contenção e influência que se espalhou por todo o globo. No Brasil, essa influência manifestou-se através de um golpe militar que destituiu o governo democraticamente eleito, instaurando uma ditadura que duraria mais de duas décadas.

Sob a influência dos Estados Unidos, o novo regime acreditava firmemente que a América do Sul estava sob ameaça comunista. Os líderes militares viam conspirações em cada esquina, temendo que guerrilhas e movimentos estudantis fossem apenas os primeiros passos de uma revolução vermelha. Assim, ergueram sua bandeira autoritária sobre os destinos da nação, justificando suas ações como um mal necessário para preservar a ordem e a liberdade ocidental. Eles argumentavam que, para salvar o país de um destino sombrio, era preciso reprimir qualquer forma de dissidência e impor uma disciplina rígida à sociedade.

Sentado atrás de uma vasta mesa de mogno, o Presidente elaborava suas novas leis com a precisão de um artesão. Cada palavra, cada vírgula, era meticulosamente escolhida para servir aos propósitos do regime. A caneta, sua arma preferida, deslizava pelo papel como um bisturi, esculpindo a realidade conforme sua ideologia. As paredes do escritório eram adornadas com retratos de líderes passados, símbolos de um poder que se perpetuava através das décadas. Livros de filosofia política e estratégias militares alinhavam-se nas estantes, testemunhas silenciosas das decisões que moldavam o destino de milhões.

O Presidente pausou por um momento, levantando o olhar para a janela. Do outro lado do vidro, o vasto gramado do palácio estendia-se como um mar verdejante, banhado pela luz dourada do sol. Mas mesmo essa beleza natural parecia desprovida de vida, como se a opressão do regime tivesse se infiltrado até nas paisagens mais serenas. Lá fora, o povo vivia sob o peso das novas leis. A liberdade de expressão fora suprimida, e qualquer dissidência era rapidamente sufocada. Nas ruas, a presença constante dos militares lembrava a todos que a liberdade era um privilégio reservado a poucos. A mídia era controlada, e as vozes de resistência eram obrigadas a encontrar refúgio na clandestinidade, suas mensagens espalhadas através de panfletos e reuniões secretas.

De volta ao escritório, o Presidente retomou seu trabalho, a caneta dançando novamente sobre o papel. Ele sabia que seu poder dependia da manutenção da ordem e do controle absoluto. A ideologia que ele tanto prezava servia como seu escudo, uma justificativa para a opressão que ele impunha. Para ele, o fim justificava os meios, e qualquer sacrifício era válido em nome da estabilidade e da grandeza nacional. 

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