𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒊𝒔 𝒂𝒎𝒊𝒈𝒐𝒔?

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CAPÍTULO TRÊS
Possíveis amigos?

NAOMI MURAKAMI

EM POUCOS MINUTOS, chegamos à lanchonete. Assim que desci da garupa da moto de meu irmão, entrei no estabelecimento para comprar os hambúrgueres. Mikey passou o percurso inteiro reclamando sobre sua fome, o que fez Ken e meu irmão resmungarem diversas vezes.

A lanchonete estava relativamente tranquila, o que me deixou contente. Avistei algumas famílias com crianças com a boca suja de balas, enquanto seus pais sorriam e os pequenos faziam caretas. Porém, algo mexeu com meu estômago.

— Já fez o pedido? - Uma voz ao meu lado me fez virar, era Mitsuya. — Tudo bem?

Suspirei, e Mitsuya franziu a testa.

— Só estava pensando. - respondi, olhando o cardápio. — Acho que treze hambúrgueres são suficientes.

— treze hambúrgueres? - Mitsuya questionou, surpreso. — Esse povo é passa fome, viu.

— Nem me fale. - sorri com seu comentário. — Parece que todos puxaram a fome do Mikey, impressionante!

— Boa tarde! - A atendente nos cumprimentou quando nos aproximamos. — O casal já decidiu o pedido?

— Boa tarde! - percebi alguns segundos depois o que ela havia dito sobre nós. — Nós já decidimos sim, moça. Mas não somos um casal.

— Sério? - Ela indagou, senti um leve desconforto com sua dúvida. — Me desculpem pelo mal-entendido, mas vocês são fofos juntos.

— Somos apenas amigos e muito jovens.

Não sei se podíamos nos considerar amigos, nem nos conhecíamos.

— Não impede de terem algo futuramente. - ela sorriu.

Evitei olhar para Mitsuya e apenas fiz os pedidos. A atendente disse que iria demorar cerca de vinte minutos para todos os lanches estarem prontos, o que me fez suspirar aliviada.

Tem lanchonetes que demoram bastante, uma vez eu e meu irmão esperamos uma hora por apenas um hambúrguer ficar pronto. E quando chegou, era bem pequeno.

— Você quer se sentar para esperarmos os lanches? - Mitsuya interrompeu meus devaneios.

— Claro. - acenei e apontei para uma mesa vazia ao lado da janela. — Que tal aquela?

— Tudo bem.

Caminhamos até a mesa e notamos alguns pertences; uma chave, uma bolsa e um copinho infantil.
Passei meu olhar pela lanchonete e avistei uma mulher com um bebê, saindo do estabelecimento.

Era impossível não notar a expressão cansada da mulher e sua bolsa vazia.

Apanhei os itens e fui rapidamente até a mulher, que parecia exausta. Antes de devolver sua bolsa, coloquei uma quantia de dinheiro dos meus bolsos e o guardei ali. Era o suficiente para uma refeição, fraldas e lenços.

— Com licença. - Falei, fazendo a mulher virar-se para mim. — Acho que você se esqueceu de algo, moça.

A mulher arregalou os olhos e suspirou em alívio, agradecendo-me por devolver seus pertences, e logo me retirei. Senti uma sensação de estar sendo observada e então me virei furtivamente, avistando um garoto de cabelos platinados com seus olhos fixos em mim.

𝐑𝐄𝐕𝐄𝐍𝐆𝐄 | Takashi MitsuyaOnde histórias criam vida. Descubra agora