Minha alegria - Barreto mc

27 | faz uma loucura por mim?

São Paulo, Guarulhos

Ri negando assim que vi a garota tirando os calçados e quase levando um tombo de tão alterada que estava.

Ela correu pra chuva de mãos dadas com a kauane e começaram a rir e se divertir feito duas crianças.

— aumenta o som breninho!— a Liz pediu

— tomar um banho de chuva, banho de chuva!— as duas cantarolaram alteradas pulando e rodando ao mesmo tempo.

Era pra ser só mais um encontro das "tartarugas ninjas" mas eu fiz questão de trazer a Liz e o jota acabou trazendo a Kakau também, no que resultou em duas bêbadas no meio de nós quatro.

Alma de criança.

Era oque eu e a Liz tínhamos em comum.

Eu acho até engraçado as vezes, porque a Liz Bella é cem porcento madura o suficiente pra idade dela, mais lá no fundinho ela tem sua alma de criança que me encanta e me deixa bobinho por ela.

Uma alma de criança é feita de sonhos, inocência e risos sem fim, dentro de cada adulto bate um coração com a alma da criança que nunca deixa de sonhar. A alma de criança vê beleza e magia em cada pequeno detalhe do mundo, a alma de criança não conhece o rancor; sabe apenas amar e perdoar. O mundo seria muito melhor se todos mantivéssemos a pureza da alma de uma criança, se cada um de nós ouvisse mais a nossa alma de criança, haveriam mais sorrisos e menos preocupações.

— caraí, a Liz tá doidinha— doprê arqueou a sobrancelha encarando e rimos.

— ela é assim mesmo parça, se não viu nada ainda não— eu dei alguns tapinhas no seu ombro

— sua cópia!

— exatamente isso, e eu que tenho que aturar esses dois— jotapê reclamou e eu neguei revirando os olhos

— cala boca jotapê— ela disse embolado enquanto enxugava o cabelo.

— chegou o assunto

A garota mostrou a língua e deu o dedo pra ele em seguida pegando mais um pouco de bebida do copo.

— ei ei, chega né?— tirei o copo da mão dela que me olhou indignada.

— porque?

— olha o seu estado bê

— to bem boa— ela disse séria mas logo começou a gargalhar

— tô vendo

— faz o quatro aí amiga pra eles ver que nós tamo consciente— Kakau segurou na mão da garota que concordou

As duas meninas ergueram a perna direita apoiando o pé na perna esquerda, mas logo caíram uma por cima da outra e começaram a gargalhar feito doidas.

— vocês com certeza não estão conscientes!— aleguei levantando minha namorada e jota fez o mesmo.

— que tal vocês tomarem um bainho e depois ir dormir?— jotapê sugeriu selando os lábios com a namorada

— ui que nojo — Liz fingiu vômito e eu ri de leve com a situação

— bora!— Kakau pegou na mão da menina e a guiou pra dentro da casa

— pode deixar que eu vejo lá essas duas— assenti concordando e o jota deu uma corridinha até alcançar as duas.

Não demorou muito pra que ele voltasse.

— Barreto, a Lilica não tá entrando no banho por nada parceiro, disse que quer você— suspirei assentindo

Fui até o banheiro e bati na porta.

— quem é?

— sou eu 'mor— rapidamente ouvi a porta ser destrancada.

Assim que ela me viu começou a chorar e eu ri da situação já sabendo que a garota estava alterada.

— que foi linda?

— meu aniversário tá chegando— ri de leve— vou fazer vinte e um anos

— que bom, cê não acha?

— não — ela me olhou fazendo beiço — eu queria ser criança pra sempre, muito mais legal

— eu sei que é— suspirei com um sorriso ladino— mas a gente tem várias fases da nossa vida

— e eu queria ficar presa na fase de criança pra sempre

— mas aí ia ser chato — ela me olhou tristonha— porque aí a gente não ia poder namorar ué

Ela riu e deixou alguns selinhos nos meus lábios.

— toma banho comigo?— pediu manhosa

— não dá 'mor— suspirei— não tenho roupa aqui

— ah

— mas eu fico aqui de companhia — ela assentiu e começou a tirar as roupas com dificuldade.

Eu a ajudei e em seguida ela entrou no box, lavou os cabelos e o corpo, assim que ela diau do banho a ajudei a se vestir e coloquei ela pra dormir com a Kakau.

São Paulo, Guarulhos

Observei o céu estrelado, dava pra ver perfeitamente as estrelas e a lua que brilhavam iluminando a noite já que a casa do Brennuz era um pouco mais afastada da cidade.

Me assustei com um barulho e ri ao ver que era o meu namorado com dois travesseiros debaixo do braço e um enorme cobertor, ele havia derrubado algumas garrafas de cerveja e me olhava disfarçado.

— foi mal, atrapalhei seu momento— ele se juntou a mim.

Subiu no telhado com uma facilidade sinistra e logo em seguida pois um dos travesseiros debaixo da minha cabeça e nos cobriu com o enorme cobertor quentinho.

— sabe, eu tava pensando— ele pegou na minha mão e entrelaçou nossos dedos

— hm

— meu aniversário tá pertinho né?— sorri pra ele que concordou animado

— tá sim— ele sorriu e deixou um beijo carinhoso na minha bochecha— inclusive hoje mais cedo você estava chorando porque ia ficar mais velha

Ro cobrindo o rosto com a coberta e ele me acompanhou

— é cada vergonha que eu passo quando bebo

— mas voltando ao assunto do seu aniversário, oque quer de presente? — ele me interrogou

— nada amor, só sua presença aqui comigo já o meu maior presente— sorri e nós selamos os lábios

— mas pode se preparar porque ti via ter surpresa

— eu já disse que não precisa 'mor!— ri de leve

— eu sei, mas eu te amo e vou fazer mesmo assim

— eu também te amo— encostamos nossos narizes e fechamos os olhos

Rapidamente nos deitamos novamente e ficamos observando a noite até adormecemos